Wednesday, December 22, 2010

Greve?

Assim respondeu o procurador Lopes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre a possibilidade de greve de aeroviários e aeronautas na antevéspera do Natal: “mas há o compromisso dos trabalhadores de que a paralisação, assegurada constitucionalmente, ocorrerá dentro da normalidade". Muitos cantarão comigo a quintilha abaixo da Balada do Louco (Rita Lee/Arnaldo Baptista):
“Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz”
No Brasil, o Estado não regula, não controla e nem fiscaliza. Pois seria ridículo fazê-lo, pois Ele, o Estado, prevê e provê com perfeição as obras e os serviços necessários em nossos aeroportos. Tudo dentro da normalidade.

Monday, December 13, 2010

Gripen versus Rafale

Se alguém tem alguma dúvida sobre a importação de tecnologia para fabricação de caças visando a nossa defesa aérea e a nosso papel de potência no hemisfério sul, particularmente na América do Sul, deve ouvir a entrevista de Günther Rudzit na TV Estadão. O bom senso indica que a associação da EMBRAER-GRIPEN será a solução mais adequada para nosso País. A França é uma potência mundial que, na prática, nos manterá dela dependente tecnologicamente numa área em que a extensão territorial do Brasil oferece oportunidades no mercado interno de se desenvolverem tecnologias próprias de transporte aéreo militar e civil. Isso já aconteceu com os atuais caças AMX fabricados pela EMBRAER. O caminho foi aberto e deu certo.

Wednesday, December 08, 2010

Que Deus nos Acuda

Como idoso e aposentado tenho sido muito beneficiado pelo programa de medicamentos genéricos. Confesso ter certas dúvidas e desconfianças quando a empresa produtora não é conhecida e seus preços são muito inferiores aos praticados no mercado. Se for brasileira, então, a desconfiança aumenta na medida em que eu não confie na capacidade técnica e administrativa, e principalmente na independência de nosso Banco Central da Saúde, conhecido como ANVISA, de fiscalizar a qualidade de produção desses medicamentos. Li que o cargo de seu Diretor está sendo loteado em disputas politiqueiras. Infelizmente, sou obrigado a dizer adeus aos produtores nacionais de genéricos. Não posso arriscar minha vida nessa falta de rumo e seriedade de nosso País justamente em questões vitais como essa. Punto e basta! That’s enough! Chega!

Saturday, December 04, 2010

Democracia Brasileira

Políticos brasileiros são como “la piuma al vento”. Ao invés de completa sintonia com a sociedade que representam, procuram agradar o Presidente para conseguir cargos, sempre para tirar vantagens, até mesmo ilícitas, como nossa história tem demonstrado. No primeiro sinal de tempestade que possa abalar o Poder do Presidente e atingi-los, voam em bando para o Congresso onde reavaliam para onde os ventos os levarão. Antes de eleições, o índice de popularidade do presidente funciona como biruta: indica para onde os ventos vão soprar. Se ele for impopular, fogem e se escondem dele. Nesse vai e vem, o Congresso como instituição se transforma em território de fuga e de passagem de políticos na conquista de poder no executivo em que nossos votos são simples estrelas em seus passaportes. Nossa democracia é formada pelo Executivo Todo Poderoso e Monstruoso que conduz junto a seus pés, despudoradamente, os Poderes Anões: Legislativo e Judiciário.

Wednesday, November 24, 2010

Lei do Silêncio

Tristeza é o que muitos engenheiros e economistas de transportes sérios e competentes devem sentir ao ler as notícias sobre essa aventura chamada trem-bala. Infelizmente, nossas universidades, entidades de classe, pesquisadores com PHD e profissionais autônomos, sem falar de entidades públicas sérias que deveriam ter vez e voz nesse assunto, calam-se como se estivessem sujeitos à lei do silêncio, tão bem identificada pelo mote popular: "na muda, passarinho não canta". Isso tudo me lembra a frase de um ex-ministro com referência à política de transportes logo depois de assumir a pasta. “Deixem os técnicos cuidarem dela. Dos projetos, cuido eu”.

Monday, November 01, 2010

Ignorância e Alienação

135,8 milhões de eleitores representarão 193 milhões de habitantes na escolha do novo presidente do Brasil. Com características fortes de ignorante, de boa índole, de sofredor, de infantil e de alienado, nós brasileiros, aos trancos e barrancos, estamos conseguindo consolidar o sistema democrático. Essas características surgem em todos os estratos sociais e econômicos e estão presentes nos eleitores dos dois candidatos. O novo presidente, seja Dilma ou Serra, terá de ser o presidente de todos os brasileiros para não gerar situações que possam levar-nos à instabilidade política e social, tão dificilmente preservada até hoje. Felizmente, há consenso de que o brasileiro deve sofrer menos e deixar de ser ignorante, bem como, de que precisa amadurecer. Infelizmente, ainda não tomamos consciência que a alienação e a boa índole nos impedem de equilibrar nossos pensamentos e decisões entre as forças da razão e do coração, deixando-nos vulneráveis à exploração de políticos e marqueteiros imorais. Que Deus nos ajude a livrar-nos um dia desse lixo

Sunday, October 17, 2010

Viva o PV!

Neste clima eleitoral poluído de mentiras e de aguçamento de divisões da sociedade brasileira entre pobres e ricos, o PV traz uma brisa regeneradora à sucessão presidencial, impondo publicamente à disputa entre Serra e Dilma condições para contar com seu apoio, destacando-se a ética e a sustentabilidade. Entre outras, citamos as seguintes condições: sustar todos os leilões de geração de energia elétrica gerada por meio de diesel e carvão; limitar o crescimento do gasto público federal a 50% do crescimento do PIB com o objetivo de aumentar os investimentos e reduzir a taxa de juros sem comprometer o controle da inflação; introduzir a avaliação técnica-profissional na seleção dos futuros ocupantes de cargos em comissão, bem como reduzir seu número, hoje excessivo; realizar reformas básicas como, por exemplo, a política e a tributária; combater e punir os corruptos doa a quem doer; estabelecer o limite zero de queimadas de matas em fase de regeneração em biomas críticos e veto a partes do novo código florestal em votação contrárias à preservação de nosso meio ambiente, como a de anistia ampla e irrestrita a crimes ambientais praticados no passado. E que o processo administrativo seja transparente para que o PV monitore os compromissos públicos assumidos pelos candidatos. Se não houvesse segundo turno, como Lula queria e lutou para que não acontecesse por meio de um engajamento na candidatura de Dilma simplesmente vergonhoso para nosso Estado Democrático de Direito, ficaríamos a mercê de marqueteiros que somente pensam na maquiagem física e verbal dos dois candidatos e de Lula que usa e abusa da ignorância de nosso povo, dizendo o que lhe vem à cabeça para agradá-lo.

Friday, October 08, 2010

DILMA versus DILMA

Ao contrário de análises superficiais sobre como será o segundo turno, o que realmente estará em jogo é se a Dilma Eletrônica, apoiada literalmente pela ventriloquia de Lula e pela construção marqueteira de imagem, consegue se encarnar na Dilma real, permitindo-lhe andar com as próprias pernas fora do "chiqueirinho", como esperam ansiosos a mídia e seu eleitorado. O resto depende de menos confusão na chamada base aliada de Serra que terá de descer do muro e oferecer uma visão clara do que pretende fazer de diferente do projeto "ludilma". E isso não será fácil, pois a metamorfose já contagiou Dilma no caso do aborto e não seria de se surpreender com uma Dilma Eletrônica 2 com aparelhos sofisticados de controle e orientação. Os robôs não são mais ficção! É bom se lembrar da controvérsia sobre Bush ter usado dispositivos eletrônicos escondidos sob o paletó para receber ajuda de seus assessores em três debates havidos com Al Gore durante sua disputadíssima eleição como sucessor de Clinton.
                                         FIM

Monday, September 27, 2010

Federação Brasileira

Li os artigos dos dois principais candidatos a governador do Paraná: Roberto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) (Folha, 27/09). É reconfortante a leitura das sínteses que apresentaram do que farão se eleitos. Cansados com a propaganda eleitoral na disputa pela Presidência da República em que somente Marina expõe sua proposta com transparência e avalia o passado dos governos de FHC e Lula de forma clara e honesta, e sem medo, é muito bom lembrar que ainda somos uma federação. Mais de que um novo Presidente da República, precisamos restabelecer o poder econômico-financeiro dos Estados para que o Brasil não se afunde sob lideranças improvisadas no Governo Federal. O melhor exemplo de desperdício de recursos é o projeto populista de Dilma de um trem-bala que, depois de condenado pelo BNDES e pelo Banco Mundial, sequer foi discutido fora do âmbito do Governo Federal por técnicos e profissionais independentes de notória competência. A nação brasileira é grande demais para ser administrada e governada de forma centralizada e improvisada. Se eleitos Richa, Alckmin e Anastasia, o Brasil formará um eixo robusto de gestão pública da melhor qualidade que poderá construir, pelo exemplo, uma ponte entre o Brasil desenvolvido e o atrasado.

Sunday, September 26, 2010

Liberdade

Discutir respeito à liberdade em expressão artística com conteúdo político anarquista à luz do direito, enquanto os políticos fazem suas artes e seus espetáculos mentindo, botoxiando, mascarando, ventriloquando, tapeando, maquiando, enganando, marqueteando, transformando-nos em pobres expectadores de teatro mambembe, é fugir da responsabilidade social e política da OAB zelar pelo respeito às leis e preceitos constitucionais em nossas eleições quadrienais. Deixe aos artistas autênticos a responsabilidade e a autoridade em suas eleições bienais de se organizarem e de mostrarem ao público suas obras. E aos organizadores da mostra, a crítica a eventuais controles públicos de entrada de menores de idade em salas com conteúdo inadequado a essa faixa de idade.

Saturday, September 25, 2010

Nepotismo Eleitoral

Todo brasileiro sabe o que é nepotismo no preenchimento de cargos públicos. Felizmente, isso somente acontece em cargos que não exigem concurso público. No nepotismo eleitoral ele não pode simplesmente nomear seus protegidos, pois todos os cargos requerem eleição. Seria uma espécie de concurso público em que o candidato tem que se impor com seus próprios méritos a seus futuros eleitores. Correto? Não, não e não! No concurso público o padrinho não pode soprar no ouvido de seu afilhado político as respostas certas dos testes e tampouco comparecer a entrevistas, tomando seu lugar. Em eleições, o padrinho pode moldar seu protegido sem limites, chegando ao ponto extremo de transformá-lo em produto desejado pela população, utilizando dispendiosos serviços de marqueteiros, estilistas, cirurgiões plásticos, esteticistas, e tudo mais que o dinheiro compra. E pode até falar em seu lugar, sem ter de fazer o esforço do ventríloquo. Roriz, impressionado com o sucesso de Lula em relação a sua afilhada política Dilma, resolveu sair de uma enrascada, em que é o candidato preferido, mas não pode se eleger, e lançar em seu lugar como candidata sua esposa Weslian. Será que há tempo para mais uma mistificação? Estou seguro que tanto Dilma como Weslian são pessoas que merecem nossa consideração e respeito. Porém, não nossos votos da forma como suas candidaturas surgiram e se desenvolvem sob a batuta de seus padrinhos.

Sunday, September 19, 2010

Presidenta da República

É incrível que nós brasileiros tenhamos de responder à Erenice Guerra sua pergunta: "Depois que uma pessoa passa a exercer um cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos?" Se o cargo de Ministra Chefe da Casa Civil fosse de pouca importância, como por exemplo a de Chefe de Almoxarifado da Prefeitura de Piripiri, no Piauí, seria aceitável responder sua pergunta e dar-lhe algumas dicas a respeito. O que não pode acontecer, e está acontecendo, é que Erenice Guerra e Dilma Rousseff não são marinheiras e sim almirantas de primeira viagem, nomeadas por Lula que, no passado, apesar de ser marinheiro de muitas viagens, passou por algo semelhante e ainda não aprendeu, ou não quer aprender como se tornar almirante. Para quê se já conseguiu ter tanto sucesso como marinheiro? Afinal, os eleitores brasileiros não ligam para maracutaias e bagunças administrativas e institucionais. Quem sabe até gostem de sofrer, diria Freud. Não o segurança de Lula (http://www.escandalodomensalao.com.br/cap05.php ), mas o Sigismundo. Se isso já não bastasse, estamos sendo ameaçados, novamente, pela quase nova presidenta do Brasil, escolhida por Lula para "navegar em mares nunca dantes navegados", Dilma Rousseff, que aprendeu a lição mais importante de seu chefe durante o escândalo do mensalão, ao afirmar: “Não sabia de nada! Minha relação com Erenice era estritamente profissional!” E procura sair da enrascada em que se meteu com a seguinte frase “Tenho clareza que sou uma servidora pública" Imagine se o Papa Bento XVI, perguntado na recente visita que fez ao Reino Unido sobre os crimes de pedofilia cometidos por padres da Igreja Católica em que é Sumo Pontífice, se saísse com a seguinte resposta: “Tenho clareza que sou um servidor de Cristo”.

Saturday, September 11, 2010

Cabo Lula

A atitude de Lula ao deixar a Presidência vacante para se tornar Cabo Eleitoral de Dilma foi bem até agora, graças à omissão da justiça eleitoral. Daqui para frente ele poderá por tudo a perder. É inadmissível que um Presidente peça votos em programa eleitoral de um ex-governador e candidato a senador que seja preso, no dia seguinte, pela Polícia Federal por corrupção das brabas; antes, também, em programa de Dilma, manifeste-se contrariado com a oposição pelo uso eleitoral dos crimes de quebra do sigilo fiscal da filha do candidato Serra e de dirigentes do PSDB, realizados a pedido de membros do PT. Lula esqueceu-se do cargo de Presidente de todos brasileiros para o qual foi eleito e não se dirigiu à nação para tranqüilizá-la, dando-lhe garantia que seriam adotadas medidas corretivas para que esses crimes não se repetissem e pedindo desculpas às vítimas pelo ocorrido. Ao contrário, surge agora a denúncia de que a própria Corregedoria da Receita Federal incide em crime ao ‘legalizar‘ outros acessos ilegais com procurações assinadas depois das violações havidas. Será que o Leão, feroz com os contribuintes, é lambedor de funcionários falsários e corruptos? Da. Dilma abra o olho ou a festa pode acabar com o célebre cartaz na porta do salão de entrada: “Fechado para Faxina”.

Tuesday, September 07, 2010

Banco Mundial Reprova Trem-Bala...

Dimmi Amora, em reportagem da Folha (7/8) com título acima, e o subtítulo "projeto brasileiro não atende às condições necessárias para construir o trem, diz BIRD", ela relata sua inviabilidade econômica e financeira . Somente um governo esbanjador e insensível às necessidades mais prementes de nossa população poderia dar prioridade a esse projeto. O professor Telmo Porto, da disciplina de engenharia ferroviária da Escola Politécnica da USP, confirma ironicamente que “hoje no Brasil, o melhor seria o trem expresso (160 km/h), pelas condições que temos. Mas, entre o trem-bala e nada, eu prefiro que saia o trem-bala". De mãos dadas para o alto com Dilma do trem-bala, Mercadante promete estende-lo para o interior de S. Paulo. Haja pressa, minha gente, pois dinheiro é que não falta! Principalmente se é para chegar "rapidinho, rapidinho" como diria Marta Suplicy. Custará de 25% a 60% mais do que um trem expresso, afirma o Banco. Adivinhem de onde virão os recursos para cobrir os déficits dessa aventura a 300km/h? De nós contribuintes. Quosque tandem?!

Friday, September 03, 2010

Dos filhos deste solo és mãe gentil,...

Dentro em breve, serão sacramentados dois grandes projetos de importação de tecnologia, envolvendo despesas de dezenas de bilhões de reais: primeiro, a importação de caças franceses, e sua tecnologia para produção no Brasil, destinados a protegerem nossos recursos naturais contra a cobiça estrangeira, principalmente na exploração da biodiversidade da floresta amazônica e das reservas de petróleo e gás do pré-sal. A justificativa é de que o poder de “dissuasão armada” evitará que potências estrangeiras nos forcem a acordos ou adoção de políticas contra nossa vontade; segundo, a importação de trem-bala, e das tecnologias de sua fabricação e operação no Brasil, destinados a transportar passageiros interurbanos a velocidade de 300km/h, iniciando-se pela linha Rio-São Paulo-Campinas. Mercadante já a compara à espinha dorsal de um peixe de onde partirão novas linhas para o interior. Esse projetão mais parece um polvo cuja cabeça, formada por uma gigantesca empresa estatal, e tentáculos espalhados pelo sistema produtivo privado, nos levarão a déficits crescentes e submissão da economia privada a interesses e comando estatal. Enquanto isso, leio com vergonha e constrangimento que rapazes do Maranhão foram explorados sexualmente por quadrilha espanhola que os forçava a consumir drogas lícitas e ilícitas para mantê-los “erectos” à disposição de clientes a qualquer hora do dia ou da noite, como já acontece faz muito tempo com muitas moças brasileiras escravizadas sexualmente no exterior. Sem falar naqueles que exercem voluntariamente atividades sexuais remuneradas, normalmente em situação ilegal no país em que residem e sujeitos a todas as formas de exploração e humilhação. Essa notícia é uma vergonha para os maranhenses, especialmente para os responsáveis pela educação e profissionalização desses jovens no Maranhão. E também para todos nós brasileiros que elegemos os membros do Congresso Nacional e o Presidente da República, responsáveis pela formulação e execução de políticas públicas nacionais visando à boa educação de nossas crianças, adolescentes e jovens, e sua profissionalização para que possam trabalhar e serem remunerados condignamente. Na ausência de educação e profissão, o consumo de drogas, a prostituição e a criminalidade se entrelaçam e formam uma rede que arrasta nossa população para o vício e joga nossos irmãos e irmãs num atoleiro de difícil saída. Isso já está acontecendo no México e em outros países da America Latina. E para quem não é alienado de nossa realidade social, também em nosso País onde o tráfico e a violência crescem assustadoramente. Viciados e debilitados física e mentalmente, nossos jovens, adolescentes e até crianças se tornam escravos sexuais e bandidos armados a serviço do tráfico. Pergunta-se: que tal se aplicar os recursos poupados da importação de tecnologias sofisticadas em caças supersônicos e trem-bala em técnicas e práticas de educação fundamental e de profissionalização que efetivamente protejam nossos jovens contra a cobiça de criminosos que os exploram aqui em nosso próprio país e no exterior? É uma boa pergunta a ser feita a nossa quase Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, autora do projeto de Trem-Bala, a sua aliada Roseana Sarney, provavelmente a ser eleita novamente governadora do Maranhão. Não se esquecendo de José Sarney, Presidente do Congresso Nacional, e do Senado que autorizará o Presidente da República a efetivar as complexas operações financeiras e de crédito desses dois bilionários contratos de importação de tecnologia. Também perguntar ao Presidente Lula, que conseguiu dobrar o Comando da Aeronáutica para desistir dos caças suecos mais baratos em favor dos caças Rafale da Dassault, aumentando os custos desse projeto da aeronáutica... Pátria amada, Brasil!

Sunday, August 29, 2010

Falta de Lógica

Nós brasileiros estamos ainda muito próximos de crendices e heranças culturais que nos levam a erros lastimáveis. A educação, que deveria libertar-nos disso, falhou. Exemplo disso é a falta de lógica em decisões importantes de nossas vidas. Nesta eleição, por exemplo, Lula tem usado e abusado da fragilidade de raciocínio de nosso povo, senão façamos a seguinte pergunta a um estudante de ensino médio: se A é maior ou melhor que B, C também será maior ou melhor que D? É óbvia a resposta do estudante aplicado:- "somente se A=C e B=D, ou seja, não há alternativa senão essa". Contudo, se substituirmos A por “governo de Lula”; B por “governo de FHC”; C por “futuro governo de Dilma” e D por “futuro governo de Serra”, ainda que nossa admiração por Lula leve-nos a afirmar que o governo dele foi melhor do que o “governo de FHC”, não é lógico esperar que o “governo de Dilma” seja necessariamente melhor que o de Serra”, porque Lula não é Dilma, ainda que ele insista que sim, e Serra não é Fernando Henrique, como os dois jamais pensaram ser. Tampouco os tempos serão os mesmos enfrentados por FHC e Lula em períodos e circunstâncias distintos: 1995-2002 e 2003-2010, respectivamente. O período 2011-2014da futura administração será de Dilma ou de Serra com novos desafios e oportunidades, deixando FHC e Lula como ex-presidentes de um passado recente. Até aqui nada mais que o óbvio ululante, como costumava escrever o falecido Nelson Rodrigues. Na realidade, somente a popularidade e o grande poder de comunicação de Lula, associados à falta de lógica e incapacidade de nossos eleitores raciocinarem com suas próprias cabeças podem explicar esse erro de lógica. Somente eleitores perturbados por falta de raciocínio, ou por razões emocionais, obedecem a Lula e acatam o argumento acima sem questioná-lo sequer. Para aqueles que não gostam da brincadeira de que Dilma é Lula, já que ele tem barba farta e ela não, ele promete, acima dos desígnios de Deus e da Lei, que estará ao lado dela para ser “consultado” quando ela necessitar e quiser. Uma espécie de Anjo da Guarda de carne e osso. Lembram-se de Frei Beto, confessor de Lula por mais de 25 anos? Não durou dois anos no Palácio do Planalto como seu assessor. Nenhum Presidente aceita um Anjo da Guarda a seu lado. Esse tipo de atitude de Lula já aconteceu na Argentina com Perón, que elegeu duas esposas suas: na primeira fase, Evita, que o Vaticano negou-se a santificar apesar de manifestações e pressões populares, e, na segunda fase, Isabelita. Agora, presencia-se uma versão ‘light” do passado, criado pelo casal Kirchner. No Brasil, como a primeira dama não tem pretensões políticas, até o momento, Lula escolheu Dilma, cujo carisma é questionado pelo Frei Beto, forçando a barra para que ela seja eleita. Contudo, diferentemente da Argentina, neste caso a intimidade entre Lula e Dilma tem limites claros.

Se a emoção perturba e distorce a razão de quem consegue raciocinar, o que dizer para aqueles que raramente conseguem usá-la em suas decisões? Seria até compreensível que eleitores beneficiados diretamente por Lula escolhessem por sua recomendação Dilma, sem raciocinar. O que parece estranho é que muitos dos prováveis eleitores de Dilma a escolham pelo bem de nosso povo e do Brasil, aceitando a indicação sem avaliação independente, confirmando ou não o desejo de Lula. Isso é incompetência ou preguiça, SMJ (Salvo Melhor Juízo), como costumam afirmar os advogados no fecho de suas ponderações.

Saturday, August 28, 2010

Rei Midas

Lula falou com Midas em sonho. Sabendo de seu interesse e mortal envolvimento nas eleições do Presidente do Brasil que o sucederá, ao despedir-se de Lula, disse-lhe: “Troque o S por L que tudo brilhará como ouro nessa eleição”. Depois de muito pensar sobre o que lhe disse Midas, num lampejo descobriu o enigma. "Se eu tirar o S do nome de Midas e colocar um L obterei a palavra MIDAL", pensou Lula. Bastou, portanto, eliminar o S de Serra e colocar o L, de Lula, que se completaram as letras necessárias para escolher o nome de seu sucessor. Assim DILMA foi escolhida e deixada a palavra ERRA para a oposição. E com isso, Lula pode afirmar hoje que é Dilma também, pois seu L está no meio de Dilma. A partir daí, basta Lula tocar um candidato que ele reluz como ouro junto ao eleitorado. Chovem votos. Apesar de tudo isso, tem gente que não acredita em mitologia grega e em sonhos proféticos, preferindo o provérbio português de nosso samba que diz: “nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai”. Quem sabe os alckmistas possam ajudar a tirar o encanto de Midas que tornou a oposição errante. Ou, também, o mineiro (Aécio)que retirou o C de seu nome e do alfabeto para transformar-se, subitamente, em Rei da Vocalização em Minas Gerais. Com isso, ele conseguiu, inclusive, um Lula que não osta (Costa sem c) a retirada do hélio (Hélio) que enche o ceú de Minas Gerais com balões de fantasia. Sem falar no curitibano das rixas (Beto Richa, candidato a governador), em cidade que não dá alvará para qualquer um vender ilusões à luz dos dias (Osmar Dias, disputanto com Richa).

Friday, August 27, 2010

Mistérios de Dilma

Inoportuna e preocupante a justificativa do presidente do STM, Ministro Carlos Alberto Marques Soares, para trancar em cofre os autos referentes à condenação e prisão de Dilma. Diz ele que é para evitar-se "uso político" do material; e, além disso, acrescenta que ele é de "difícil manuseio", dado seu estado de conservação. Simplesmente ignora dois fatos importantes: primeiro, que existe tecnologia para cópia e reprodução de documentos históricos; segundo, que Lula fez uso político desses autos para afirmar, publicamente, que a biografia de Dilma, na luta pela implantação do socialismo marxista-leninista em nosso País, é semelhante à de Mandela para por fim ao ‘Apartheid’ na África do Sul, destacando que os dois somente fizeram o uso da força como último recurso para atingir seu objetivo. Está na hora de se validar ou não tal afirmação do Presidente, tornando pública sua biografia toda, já que a de Mandela é mais do que notória. Afinal, nós eleitores temos o mesmo direito de Lula e de outros que tiveram acesso aos autos sobre o período em que Dilma foi julgada, condenada e presa, disponíveis ao público até março deste ano. Como cidadão, considero ser obrigação do Tribunal Superior Eleitoral se manifestar sobre esse tratamento desigual dado a nós eleitores pelo STM

Sunday, August 22, 2010

Mosca Azul

Lula já cumpriu sua missão com relativo sucesso. Sem formação escolar adequada e tampouco conhecimento suficiente para entender e exercer bem seu papel de chefe de governo e de Estado do Brasil, Lula deixará o cargo de Presidente com aprovação popular a sua pessoa e a seu governo extraordinariamente alta. Da elite brasileira, obterá o reconhecimento de que preservou a economia de mercado funcionando normalmente e acima de tudo, com inflação controlada. Seu diálogo fácil e paternalista com nossa sofrida população pobre e simples e com setores radicais de esquerda permitiu-lhe manter clima de respeito às instituições democráticas durante seu governo. O apadrinhamento de lideranças sindicais poupou-lhe de manifestações públicas do contra, tão comuns em governos anteriores, particularmente no de FHC, dificultando a adoção de reformas e medidas necessárias ao desenvolvimento sustentável do Brasil, até hoje postergadas. Somente para lembrar aos jovens, durante mais de meio século, o bordão FORA FMI animava a gritaria em manifestações populares contra o governo federal patrocinadas pelos sindicatos. Lula exterminou-o ao manifestar seu desejo de ampliar o capital do Brasil no FMI para ter mais votos em sua diretoria. Ele explorou politicamente o fato de haver diminuição na desigualdade de distribuição de renda, esta ainda superior a de países vizinhos, porém sem avançar na igualdade de oportunidade por deficiência nos serviços públicos oferecidos à população de baixa renda. Lula manteve o País afastado dos radicais do PT e de suas propostas expropriadoras que pudessem enfraquecer nosso já débil estado democrático de direito. Infelizmente, como homem do povo sofrido não conseguiu entender que o caminho definitivo de saída da pobreza e da própria miséria, sem negar ajuda emergencial necessária para sua sobrevivência, passa necessariamente pela sala de Educação. Com “E” maiúsculo por envolver não só conhecimento técnico, mas o desenvolvimento de valores e cultura, como o de amor e respeito a sua própria vida e à do próximo, bem como de valores éticos e morais que se traduzam em hábitos e costumes civilizados. Perdeu-se muito tempo na discussão de políticas afirmativas para descendentes de negros e índios, como a de quotas para ingresso nas universidades, gerando tensões desnecessárias e abalando princípios básicos de igualdade e mérito que devem nortear os processos de seleção e promoção nesse nível de educação. Lula deu menos importância política à educação fundamental e profissionalizante, jactando-se do grande número de universidades criadas por seu governo. Com essa escolha, ele colocou a população pobre em situação paradoxal de não conseguir preencher vagas abertas pelo desenvolvimento do País por falta de educação básica e profissionalizante, enquanto egressos de cursos universitários pouco concorridos e de pouca demanda no mercado de trabalho ficam desempregados. Na realidade, a discriminação mais ampla em nosso País é contra a pobreza que não teve acesso à educação fundamental de qualidade, tampouco conhecimentos suficientes para o exercício de profissões mais bem remuneradas no mercado de trabalho. As entidades públicas e privadas não se importam com a origem dos pobres e os matizes de cor de sua pele na contratação de empregados. Elas levam em conta somente sua educação e competência, avaliadas rigorosamente em concorridos processos de recrutamento e seleção, dando-se preferência aos egressos de cursos embasados nas chamadas ciências exatas. A eventual discriminação a descendentes de africanos, apesar da maioria do povo brasileiro ter-se integrado à população negra e de outras origens definitivamente e existirem leis que penalizem os que ainda pensam poder praticar discriminação em nosso País, deve ser combatida com rigor. Fiscalização ostensiva e efetiva, bem como rápido julgamento e punição dos culpados é a resposta correta a esse problema. Isto posto, é surpreendente o que se tem observado no atual processo eleitoral depois de Lula ter demonstrado sua maturidade política ao não agredir nossas instituições democráticas com a disputa por um terceiro mandato, o que provavelmente aconteceria se usasse e abusasse da popularidade alcançada em seu governo. Contudo, escolheu discricionariamente Dilma como sua sucessora, desrespeitando o procedimento de escolha de candidatos a cargos eletivos adotado pelo PT, considerado como o mais avançado e democrático entre os grandes partidos políticos brasileiros. Muitos dos pretendentes, bem mais experientes e qualificados que Dilma, calaram-se diante do fato consumado. Em relação à vaga de vice na chapa de Dilma, Lula chegou a interferir no processo de seleção do PMDB. E nos demais partidos da coligação em candidaturas para governador e para membros do congresso nacional a fim de viabilizar a campanha de sua candidata em todos os estados do País. É possível que o desejo de serem contagiados pelo vírus da popularidade de Lula, associado à falta de comunhão de idéias e propostas nos conglomerados humanos conhecidos como partidos políticos, os tenham transformado em peças dependentes da vontade soberana de Lula. Em outras palavras, o desejo de se manter no poder, transforma nossos políticos, seja em Lulistas, ou simplesmente simpáticos à Lula, mas jamais anti-Lula. O foco da independência de poderes que deveria estar no Congresso se deslocou paradoxalmente para a Justiça cujos membros da mais alta corte são indicados pelo Presidente. Lula também atropelou a lei eleitoral e se empenhou na promoção política de Dilma para Presidenta antes do tempo legalmente permitido, colocando em situação ridícula os tribunais eleitorais. Mais recentemente, transformou sua posição de Presidente em mero cargo de funcionário público, outorgando-se o direito de nas horas “fora do expediente” dedicar-se plenamente à campanha de Dilma, comportando-se como cabo eleitoral itinerante. Ao fazer isso, deixa sua função de presidente de todos brasileiros, participando e se tornando o principal protagonista em manifestações públicas populares. Sua energia e disposição em eleger Dilma dão a impressão que busca realizar o desejo oculto de conseguir um terceiro mandato para o Lulismo e não a eleição da candidata de seu partido e da coligação partidária reunida em torno de seu nome. E mais do que isso. Garantir a si próprio presença ativa no próximo governo, dada a fragilidade política de sua candidata, até o início desta década desconhecida no meio político nacional e da população brasileira fora do Rio Grande do Sul. Sua biografia não a qualifica para disputar a presidência do Brasil. Ao concluir nove anos de educação no tradicional colégio de freiras SION, com dezesseis anos recém completados, matriculou-se em escola pública no primeiro ano de ensino médio. Namorou e depois casou com o comunista Carlos Galeno Magalhães Linhares que a atraiu para os movimentos revolucionários da época, inspirados no pensamento marxista-leninista e na vitoriosa revolução cubana. Dilma seguiu os passos de Linhares, deixando-o em 1.970, com pouco mais de vinte anos de idade, para se tornar companheira de outro líder revolucionário, Carlos Franklin de Araújo, tendo participado do grupo VAR-Palmares responsável por assaltos e assassinatos. Foi presa e torturada. Mais tarde, sob a influência de Araújo, um dos fundadores do PDT, e influente político no Rio Grande do Sul, ela ocupou o cargo de Secretária de Energia nos Governos de Alceu Collares (PDT) e de Olívio Dutra (PT), tendo nesse último se filiado ao PT para se manter no cargo após o rompimento da aliança PT-PDT. Finalmente, já afastada de seu segundo companheiro, pai de sua única filha, Dilma participou do grupo de apoio à eleição de Lula, em 2.002, e ocupou o cargo de Ministra de Energia do governo eleito. E, em 2.005, substituiu José Dirceu como Ministra-Chefe da Casa Civil. Com mudanças radicais em sua aparência física e treinada para se comunicar com o povo, ainda assim, Dilma continua sendo uma técnica, ou tecnocrata, como eram chamados os técnicos durante a ditadura militar. É estranha no ninho político tradicional e inexperiente em disputas eleitorais, pois a presidência será o primeiro cargo eletivo postulado por ela. Em suma, necessitará e terá Lula a seu lado, antes e depois das eleições, se for eleita. Não é por acaso que em discurso recente Lula advertiu o eleitor que ao não encontrar seu nome entre os candidatos a Presidente deve escolher o de Dilma, porque “ela é ele”. E que Dilma será a garantia da continuidade de seu governo. Ela será a mãe do povo brasileiro. Isso tudo nos traz à lembrança Perón, na Argentina; primeiro com Evita, que o Vaticano negou-se a santificar, e depois Isabelita. Ou, na recente versão “light”, o casal Kirchner. Será que vamos passar por isso também? Tudo indica que sim. Não tenho mais dúvida que Lula foi mordido pela mosca azul cujo efeito de longo prazo somente terminará quando o povo brasileiro for mais bem educado e houver menos desigualdade econômica, social e cultural em nosso País. Vamos votar e não esmorecer em nosso trabalho para que isso aconteça em ambiente de liberdade e dentro do quadro político-institucional de Estado Democrático de Direito em que vivemos, independente do resultado das urnas. Capitalismo de Estado e Socialismo não fazem parte de nossas opções políticas em votação, devendo eventuais passos nessa direção depois das eleições serem firmemente rejeitados.

Wednesday, August 18, 2010

Espinha de Peixe

Mercadante afirma que o grande projeto de Dilma, o Trem Bala Rio-São Paulo-Campinas, será a espinha dorsal de onde partirão novas linhas férreas para o interior do Estado de São Paulo. Citou seu prolongamento de Campinas para Ribeirão Preto, como exemplo. Se a proposta de Dilma é estapafúrdia no atual estágio de desenvolvimento de nosso País cujas prioridades em transportes são outras, a de Mercadante não merece ser levada a sério, mais parecendo uma tirada de palanque eleitoral ao estilo de seu mentor Presidente Lula que, em discurso feito em Taboraí, RJ para trabalhadores da COMPERJ (9/3/10), disse o seguinte: “... os que defendem investimentos em metrô e trens querem que o pobre deixe a rua livre para eles..”. Lula não esqueceu, também nesse discurso, de prometer aos pobres condições para comprar carro. Isso tudo foi dito a menos de nove meses de deixar o cargo, ignorando a prioridade dada pela população à melhoria dos transportes públicos no País. Enquanto isso Serra promete justamente o oposto: utilizar os R$ 40 bilhões do projeto de Trem-Bala na expansão da rede metroviária nas grandes cidades brasileiras.

Friday, August 13, 2010

MINEIROS

Anastasia e Dilma querem se unir em Minas Gerais para melhorar seus desempenhos eleitorais nesse Estado. Ele, concorrendo a governador de MG pelo PSDB, e ela, a Presidente do Brasil pelo PT. Pertencem a partidos que têm propostas e idéias semelhantes em muitas áreas e em outras, bem distintas. São estas últimas, porém, que podem mudar nosso País para pior, ou melhor, conforme o ponto de vista do eleitor. Anastasia, por origem, formação acadêmica e experiência político-administrativa, atuou com sucesso no que Aécio denominou “choque de gestão”. Dilma teve formação básica durante nove anos no tradicional colégio SION. No ensino médio em escola pública, ainda adolescente, foi atraída para movimentos armados visando à implantação do socialismo no Brasil. Envolvida em atos criminosos foi presa e torturada pelo regime militar. Filiada ao PDT desde sua fundação, em 85, Dilma passou para o PT, em 2.001, conseguindo manter-se no cargo de Secretaria Estadual de Energia(RS), apesar de Olívio Dutra (PT), então governador, ter rompido sua aliança com o PDT. Participou da campanha de Lula e, em seu primeiro mandato, atuou como Ministra de Energia. Finalmente, substituiu José Dirceu na coordenação e administração do processo decisório como Ministra-Chefe da Casa Civil, particularmente na supervisão do grande projeto de Lula, conhecido como PAC. Nenhum dos dois candidatos possui as características de líder carismático. Como herdeiros de Aécio e de Lula, respectivamente, querem formar a dobradinha DILMASIA em Minas Gerais para colherem benefícios individuais sem afrontar seus guias e donos do patrimônio político que estão herdando. Para isso, devem demonstrar, publicamente, que, se não são completamente afinados entre si, o que seria mais uma das tantas aberrações do processo eleitoral brasileiro, pelo menos nutrem simpatias recíprocas. É nesse ponto que Anastasia trai sua metade mineira, herdada da mãe, e deixa aflorar seu lado italiano expansivo e falante ao dizer que ninguém deve julgar Dilma pelo seu passado de guerrilheira que lutou para depor os militares do poder e implantar o socialismo no Brasil. O que interessa é o presente e o futuro, diz ele. O que Dilma é. E não o que foi. O mineiro da gema, que somente considera alguém amigo e confiável “depois de comer um saco de feijão juntos”, não pensa assim. Para se conhecer alguém é necessário um longo período de convivência. E o passado conta, sim. E muito. Essa precaução se deve a outra constatação muito repetida no meio político: "Pode-se enganar alguns por todo o tempo, muitos por algum tempo, mas nunca todos por todo o tempo". Quando Lula e Dilma olham para o passado e criticam o governo de FHC e o comparam com o de Lula, mostrando que este último foi melhor para em seguida concluir que Dilma fará melhor governo que o de Serra, estão enganando todos por algum tempo. Pois é fácil mostrar aos mineiros sabidos que não se pode comparar a perícia de pilotos de Fórmula I que estiverem utilizando carros diferentes em épocas e pistas distintas. O período de 1995-2002 foi completamente diferente do atual de 2.003-2010. Que tal se a comparação, tão do gosto de Lula, fosse com um edifício em construção que não conseguia ir para frente porque balançava e caia, solapado por uma inflação galopante? Nesse caso, FHC trabalhou nas profundezas ocultas das fundações do Edifício Brasil e Lula em cima da estrutura visível que nela se apoiou, respeitando suas características e limitações. Ao contrário dos que muitos pensavam que Lula ia por tudo o que se fez nas reformas da economia e das instituições democráticas por terra, tentando implantar o ideário socialista, ele foi sensato e eficaz, preservando-as. E não fez o que Hugo Chávez está fazendo na Venezuela. O segundo erro da comparação de Lula com FHC é que mesmo que se aceite Lula como melhor Presidente, seja lá pela razão que for, o que isso tem a ver com Dilma e Serra? Este não é FHC e aquela não é Lula. Seu desejo de elegê-la beira a loucura quando afirma que no momento de escolher o seu candidato e ler o nome de Dilma, o eleitor deve lembrar-se que Dilma é ele. Ou seja, uma recomendação que passa por cima do respeito que o eleitor merece, como se ele fosse bobo e acreditasse nisso. E, também, desrespeito à própria candidata Dilma que é um ser humano com personalidade, caráter e valores, seguramente diferentes dele. Vamos devagar com o andor por que o Santo Lula é de barro. Ao contrário do santo que pretende ser para que sua voz se transforme em voz divina e seguida cegamente, Lula é um líder carismático, de carne e osso, e extremamente ambicioso que não quer se afastar do poder. Em suma, os mineiros devem pensar bem e sem pressa antes de votar. Escolhendo seus candidatos por convicção sobre as qualidades e limitações de cada um, comparando-os entre si, e não achando que Anastasia é Aécio e que Dilma é Lula. Ilusionismo é coisa para circo; e mineiro não é otário.

Monday, August 09, 2010

Modelo Institucional

Infere-se, depois de ouvir Dilma Rousseff sem Lula ao lado, que seu modelo institucional relacionado à presença direta do Governo no processo produtivo do País é produto do que ele pensa, quando disse que o setor privado para funcionar bem necessita de concorrência firme do setor público. Segundo Lula, o Banco do Brasil tem de ser o primeiro para que o Bradesco não assuma a “liderança”. E do que Dilma acrescenta ao pensar sobre a Infraero em sua abertura para o capital privado, ou quando propõe uma empresa estatal para estruturar a participação privada e a transferência tecnologia em seu projeto de trem-bala. Em suma, durante seu governo, se eleita, assistiremos ao retorno triunfal das chamadas empresas ou sociedades de economia mista que proliferaram desde que Getúlio criou Petrobrás, Eletrobrás, Volta Redonda, e outras. Em nosso País, tanto no interregno democrático, mas principalmente durante a ditadura militar, o setor público, em todas as suas esferas de atuação, turbinou o crescimento do número de empresas desse tipo. Isso se deveu à liberdade dos governos municipais, estaduais e, especialmente do Governo Federal, em criar e financiar novas empresas e as administrar politicamente sem preocupação com rombos e desvios técnicos, econômicos e financeiros. Sem dúvida inflação, corrupção, empreguismo, nepotismo, e muita ineficiência e confusão em nossa economia têm suas raízes nesse modelo institucional que Dilma vai ressuscitar para gáudio do PT-PDT-PSOL (PTB-PCB?) e PMDB (PSD?), e tristeza do DEM-PP (UDN?), do PSDB (PDC?) e do único partido sem raízes no passado (PV). E cosi la nave và...... Para trás, obviamente! Como diriam, respectivamente, Getúlio e Geisel se fossem vivos: “Trabalhadores do Brasilllll” ! “Meia volta volver!” .

Saturday, July 31, 2010

Loteamento de Cargos

Cláudio Abramo, em “Candidatos Omitem Combate à Corrupção” (Folha, 31/7) aponta corretamente que a redução de cargos de confiança, bem como do número de pessoas estranhas ao serviço público nomeadas para esses cargos, não representam o fim do loteamento político do setor público. Ele se faz também por meio de promoções de funcionários públicos regulares, membros de partidos políticos ou simples “colaboradores fiéis” que agem dentro da instituição. São os infiltrados com “costas quentes”. Acerca disso e pensando sobre o preenchimento do cargo público de Presidente do Brasil por uma servidora pública indicada por Lula, Dilma afirmou em Recife (27/07): “Não é possível achar que terá só técnicos. (...) O critério é a pessoa ter compromisso com o seu povo, estar ideologicamente ligado a ele e ter lado. Eu tenho lado. O meu lado são os 190 milhões de brasileiros."

Wednesday, July 28, 2010

Transcrição de Artigo

O conhecido e polêmico Prof. Delfim Netto escreveu hoje na Folha seu artigo "Ilusão dos Direitos" de forma clara e didática com a preocupação que todos deveriam ter em nosso País: buscar que o leitor se aperceba de erros de conceitos e raciocínios que têm raízes em nossa cultura. Neste caso, o de que o Estado é todo poderoso e tudo pode fazer sem por a mão em nosso bolso de contribuinte. Transcrevo-o abaixo, com meus cumprimentos ao ilustre e sempre professor Delfim.

ANTONIO DELFIM NETTO

Ilusão dos direitos

Por hipótese (na minha opinião, razoavelmente correta) a Constituição de 1988 revelou claramente a preferência da sociedade brasileira por uma organização "democrática destinada a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça", como está explícito em seu preâmbulo. Ela incorpora algumas dificuldades. Por exemplo, a educação é "direito de todos e dever do Estado" (art. 205).
Exatamente da mesma forma que, durante anos, os ônibus em São Paulo traziam impresso em letras garrafais o slogan "transporte, direito do povo e dever do Estado". Direito que o "povo" nunca viu e o Estado nunca cumpriu...
Tais desejos são generosos, mas devem ser entendidos como objetivos a serem perseguidos. Ninguém pode ser contra tornar a educação, a saúde, a aposentadoria "direito de todos e dever do Estado".
Mas ninguém pode supor, por outro lado, que esse conjunto de "direitos" está assegurado apenas porque se afirma que eles são um "dever do Estado"! Para atendê-los são necessários recursos físicos (não sua expressão monetária). Ora, o Estado não produz qualquer recurso.
Para atender às suas tarefas, ele tem de extraí-los como tributos de todos os cidadãos.
Aliás, para distribuir 100 ele precisa extrair 110, porque consume 10 na sua própria subsistência.
Se o Estado não tiver recursos e tiver de cumpri-los aumentando sua dívida (interna ou externa), começa a cavar um fosso que elevará a taxa de juros e tornará ainda maior no futuro a falta de recursos, pela redução do crescimento do PIB.
Se, por outro lado, a política monetária for laxista, aumentará a taxa de inflação (um péssimo imposto) para extrair do setor privado o que ele irá receber como "direito". Lamentavelmente, por um princípio físico (que não responde a "vontade política"), é do couro que sai a correia...
Temos ainda um agravante. O sistema tributário que emergiu da Constituição de 1988 ignora o federalismo ínsito na construção do Brasil além de ser muito ineficiente e injusto.
Talvez sua maior perversidade não esteja no peso exagerado da carga tributária com relação ao PIB (certamente a maior do mundo para nosso nível de renda per capita), mas na sua alta regressividade: quem ganha menos paga proporcionalmente mais.
Em princípio, portanto, os "direitos" são pagos em boa parte por aqueles que potencialmente os exerceriam, mas que os recebem como serviços da pior qualidade, prestados por um Estado ineficiente.

FIM

Sunday, July 25, 2010

Carta de Eleitor


Considerando que:

Nós somos fortes para enfrentar os riscos e desafios do desenvolvimento sustentável;
Nós somos inteligentes para perceber nossas limitações e buscar educação e conhecimento para ultrapassá-las ou contorná-las;
Nós somos capazes de insistir e persistir na busca de nossos objetivos;
Nós somos honestos para fazer sempre o melhor e o que é certo e não explorar a ignorância e a fragilidade do próximo em nosso proveito;
Nós somos bravos para exigir que se respeitem nossos direitos e que se faça justiça punindo-se os relapsos, corruptos e criminosos.

Votaremos no candidato ou na candidata que adote a seguinte diretriz básica de sua política governamental:

Menos governo entranhado no processo produtivo e mais competente na sua regulamentação e fiscalização e, acima de tudo, eficiente e eficaz na prestação direta ou indireta de serviços públicos de sua responsabilidade, melhorando sua qualidade para que nós brasileiros possamos nos tornar cidadãos plenos.

E ao eleito, informamos que na qualidade de cidadãos que mantêm o Estado Democrático de Direito com a terça parte de nosso trabalho sob a forma de impostos pagos, exigiremos que o governo eleito exerça suas funções básicas, garantindo-nos serviços públicos de boa qualidade em: SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, SAÚDE-SANEAMENTO, HABITAÇÃO E JUSTIÇA, começando, imediatamente, pela garantia de SEGURANÇA e JUSTIÇA


CONSIDERAÇÕES E ANOTAÇÕES SOBRE NOSSO PAÍS, COM FOCO EM LULA E SEU GOVERNO, QUE SERVIRAM DE BASE PARA NOSSA PROPOSTA DE DIRETRIZ DE POLÍTICA GOVERNAMENTAL DO PRÓXIMO PRESIDENTE CITADA NA CARTA DE ELEITOR

Estilo de Governar

Lula inaugurou e testou, com sucesso político, novo sistema de governar o Brasil, ao delegar grande parte das atividades de Chefe de Governo ao Ministro-Chefe da Casa Civil e viajar continuamente pelo país e pelo mundo. O escândalo do Mensalão derrubou José Dirceu, seu "quase-primeiro-ministro" ocupante desse cargo, e por pouco não o atingiu de maneira irreversível, como era a expectativa da oposição na época. Lula escolheu Dilma Rousseff, fiel ministra de sua equipe, para substiuí-lo. Reeleito, ele se dedicou à construção de invejável apoio a si e a seu governo por meio de benesses de todos os tipos, ostentando publicamente as mais populares em contínuos, intensos e improvisados discursos. Usando um palavreado recheado de metáforas e comparações do gosto de nosso povo ainda inculto, pobre e carente de carinho, ele assumiu o papel de pai protetor de seus filhos contra forças e interesses da elite brasileira, sem citar, obviamente, privilégios dados ou mantidos pelo seu governo. Contrariando muitas vezes base factual irretorquível referente ao passado, ao citar resultados favoráveis de programas, projetos e ações de seu governo, afirmava com toda veemência que lhe é peculiar: “Nunca antes neste País” se fez ou se conseguiu isto ou aquilo, não perdendo uma oportunidade sequer de citar números e enaltecer a era Lula.

Política Externa

Lula correu o mundo para defender legítimos interesses do Brasil, mas também para exibir sua popularidade externa a seus seguidores aqui em nosso país. A política externa, gerada em seu gabinete em articulação com o Itamaraty, ocupou grande parte de seu tempo. Ora pragmática, ora carregada de conteúdo ideológico de esquerda, colocou o presidente Lula e o Brasil em situações embaraçosas e altamente controvertidas. Contudo, a implantação do Plano Real e o controle da inflação pelo sistema de metas, associados a instrumentos de gestão da dívida pública, e a implantação do câmbio flutuante, implantados no governo FHC e mantidos por Lula, tornaram a economia brasileira confiável econômica e financeiramente, facilitando a expansão do comércio exterior e de investimentos estrangeiros no Brasil. Além disso, a grande extensão territorial economicamente aproveitável, as abundantes e diversificadas riquezas naturais e a população entre as maiores do mundo, caracterizavam o Brasil, desde meados do século passado, como um dos grandes países emergentes que teria crescente papel na economia mundial. Não deve ser surpresa, portanto, a posição mais ativa de nosso país no cenário internacional, em particular na América Latina. Nesse novo papel de protagonista na discussão de conflitos e problemas mundiais, e na busca de novos caminhos para a humanidade, é necessário que sejam mantidos vivos nossos ideais republicanos de respeito à liberdade, às instituições democráticas e aos preceitos de economia de mercado livre. A mistura de pragmatismo comercial com viés a favor do socialismo contra o capitalismo, não nos levará muito longe.

Classes Sociais

A classe média, beneficiada pelos bons ventos que sopravam na economia internacional e com farta entrada de moeda estrangeira no Brasil, esbaldou-se em viagens internacionais e na compra de bens duráveis cujos preços caíram no mercado devido a importações e competição de produtos estrangeiros com a indústria nacional, dada a valorização do real. O financiamento a longo prazo tornou possível compras de grupos de renda que não teriam acesso a esses bens de outra forma. Mais recentemente, a classe média de baixa renda expandiu, e muito, sua demanda por automóveis e imóveis, como resultado de política de isenção de impostos visando a evitar os reflexos negativos da crise financeira internacional. Restou-lhe pouco tempo e interesse, portanto, para realizar pressões sociais mais fortes focadas na melhoria de serviços públicos e no combate à violência e corrupção. A mídia em geral e os jornais em especial assumiram esse papel. Não é de se estranhar que Lula considere a mídia brasileira parcial e exageradamente crítica de seu governo, não refletindo o apoio que ele tem da opinião pública. Em outras palavras, ele acha que a mídia não está em harmonia com o povo brasileiro mas com interesses da elite que não o aceita. É de se ressaltar, porém, o grande e respeitável feito da classe média, presente na sociedade civil organizada, que reuniu 1,3 milhão de assinaturas, impondo ao Congresso Nacional o projeto hoje conhecido como Lei da Ficha Limpa. Ela mantém viva a luta contra a corrupção que continua no meio político impune e sempre presente como cancro incurável em que o vício empreguista e nepotista do passado são manifestações leves diante do porte das falcatruas hodiernas. Unida, toda a população brasileira não se cansa de pedir e clamar desesperadamente, por medidas e ações que reduzam a violência que atormenta todos nós brasileiros, seja no trânsito, seja no relacionamento humano. Hoje, crianças e jovens, vítimas da violência, são enterrados diuturnamente por seus próprios pais. E nem todos os sobreviventes se recuperam plenamente. Seqüelas físicas e psicológicas são freqüentes. O tráfico de drogas e armas cresce assustadoramente há muitos anos e ameaça a ordem pública e as famílias brasileiras. Enquanto isso, Lula interfere, pessoalmente, no processo de importação de equipamentos dispendiosos e sofisticados da França para defesa de nossas riquezas naturais. Ao longo de seu governo, facilitou-se a vida do empresariado – mais investimentos e lucros -, particularmente das empresas de grande porte. A elite empresarial brasileira, especialmente a que atua no setor financeiro não tem o que se queixar do governo Lula

Sucessão Presidencial

Apesar de sua popularidade e do apoio de grandes empresários, Lula não quis disputar um terceiro mandato, dado o risco de forças de defesa de nossas instituições democráticas reagirem de forma inesperada, pondo fim à popularidade que construiu com tanto desvelo. Escolheu, então, Dilma para preencher o “vazio” da cédula eleitoral, agora sem seu nome, e encetou o maior projeto já visto numa democracia de 136 milhões de eleitores. Ainda que mais de 50% deles não tenham concluído o primeiro ciclo do ensino fundamental (antigo curso primário) e muitos mal consigam assinar seus nomes, transformar uma desconhecida Ministra-Chefe da Casa Civil, em Presidenta da República, será um fato inédito e inesperado. Sua vontade passou por cima da opinião de políticos tradicionais de sua coligação e de seu próprio partido. Tudo isso, e a possível eleição de Dilma, que lhe preservará o lugar para voltar à Presidência, quando e se quiser, somente foi possível graças à delegação de poder dada à Casa Civil que lhe deixou tempo livre para construir sua popularidade. Liberto da administração do dia-a-dia da Presidência, Lula manteve o País em permanente vigília político-eleitoral, desde 2.007, transgredindo, acintosamente, as regras vigentes que proíbem a perturbação do funcionamento das instituições públicas com propaganda e discussões político-eleitorais prematuras. Não obstante os elevados índices de aprovação pessoal, que muitos cientistas políticos já identificam como uma nova corrente política chamada Lulismo, ele revela ser incapaz de identificar as necessidades de médio e longo prazo de nossa população, ainda carente de recursos e que deseja muito mais renda e oportunidades para atingir seus objetivos de vida. A identificação das necessidades dos pobres não vai além de suas próprias experiências e expectativas de infância, adolescência e de jovem operário, sempre relembradas em suas falas quando se apresenta como homem pobre e do povo. Prova disso, foi sua irritação e questionamento a pesquisas científicas do IBGE que demonstraram, no início de seu mandato, quando lançou o célebre programa Fome Zero, que a obesidade se tornara sério problema entre as famílias pobres.

Necessidades do Povo

O que o povo brasileiro despojado de dinheiro e de educação sonha é com oportunidades para demonstrar que tem bom coração e é inteligente o suficiente para exercer atividades mais complexas e valorizadas que seu trabalho ainda simples e rudimentar. No mundo, deseja aparecer não somente nos esportes, na música popular e nas expressões artísticas menos complexas. Prestar serviços públicos de qualidade nos setores de segurança, educação, saúde-saneamento, habitação popular e justiça, deveria ser a prioridade da oposição em resposta a esse anseio de nossa população, já que Lula pouco avançou nisso. Limitou-se a colher os frutos do aumento de empregos e a fomentar o imprescindível e justo auxílio direto do Governo Federal para a sobrevivência dos mais necessitados, que deverá ser mantido seja qual for o presidente eleito. No médio e longo prazo, todavia, será a boa qualidade dos serviços públicos que propiciará igualdade de oportunidades aos pobres e à grande parte da classe média na disputa de posições mais elevadas nas escalas econômicas, sociais e culturais geradas no processo de desenvolvimento sustentável do País. Hoje, a maioria de nossa população compete no mercado de forma desigual. Além de não dispor na infância e adolescência de ambiente sociocultural e situação econômico-financeira favoráveis a seu desenvolvimento, é obrigada a freqüentar escolas públicas de nível sabidamente inferiores às particulares, viver em locais e habitações insalubres, contar com serviços médico-hospitalares públicos de baixo nível e utilizar seu tempo de lazer, normalmente regado com bebidas alcoólicas, em atividades que comprometem sua saúde física e mental. Como se isso não bastasse, a violência, as drogas, doenças e acidentes são mais freqüentes nos locais em que vive nossa população carente de serviços públicos. Ela está exposta a um policiamento publico de baixo nível em permanente confronto com o crime organizado que ali busca guarida. Com essa carga negativa sobre os ombros num período em que se prepara para encontrar seu lugar na sociedade como jovem adulto, o sonho de igualdade de oportunidades se torna simples quimera. Espera-se, portanto, que nosso futuro presidente amplie e eleve substancialmente a qualidade dos serviços públicos federais e lidere Estados e Municípios a fazer o mesmo, já que estes últimos são os maiores responsáveis pelo caos urbano em que vivemos. Especulação imobiliária e uso e ocupação do solo permissivos são normalmente permeados de validações associadas à corrupção; ausência de lazer saudável; investimentos sem prioridade com desvios de recursos públicos; transporte público inadequado e sujeito a ações criminosas de cartéis na exploração dos serviços; poluição sonora e ambiental sem controle adequado; construção e localização de favelas em zonas sem saneamento básico e de alto risco, são alguns exemplos de ações e omissões de municípios e estados que comprometem a eficácia de qualquer política séria de bem estar social. A violência e demais fatores causadores de estresse nos que vivem em nossas cidades crescem sem controle. Apesar de incidirem em todas as classes sociais, seus efeitos são mais intensos e nocivos nos grupos mais pobres e nesses, nos mais frágeis, destacando-se o duplo sofrimento das mulheres como vítimas e mães de vítimas. Muitos sequer são plenamente alfabetizados para entender o que está acontecendo e como devem agir e reagir para não continuarem sofrendo. A própria busca de ajuda no deficiente sistema de serviços públicos que lhe são oferecidos é complexa e, em muitos casos, não existe, como por exemplo, assistência médica e psicológica de qualidade a dependentes químicos, a sequestrados mantidos presos em cativeiros e aos que sofreram abusos sexuais. O caso da polícia é emblemático, pois não são poucos os que têm medo dela, seja pelo seu envolvimento com o crime, seja pelos efeitos imprevisíveis de sua ação. Mortes e ferimentos de inocentes se tornam cada vez mais freqüentes nos embates da polícia com criminosos comuns e traficantes do crime organizado.

Papel do Novo Presidente

Espera-se que o novo presidente escolha a eficiência no processo produtivo como bússola orientadora das ações e reações da iniciativa privada aos estímulos da demanda de seus produtos e serviços no mercado, realizando investimentos e operando suas unidades produtivas segundo critérios que lhe garantam a sobrevivência. Devem ser as forças de um mercado livre as responsáveis pelo direcionamento dos investimentos e pela orientação, organização e operação do processo produtivo para atender nossas necessidades. Mesmo em obras de infra-estrutura e na operação de unidades de serviços públicos concedidos, a definição de prioridades, as construções e a operação dos serviços devem se processar por critérios técnicos visando a evitar ociosidades desnecessárias ou estrangulamentos prejudiciais. Portanto, empresas empreiteiras construtoras de obras públicas, fornecedoras de bens e serviços ao setor público e concessionárias de serviço público devem ser mantidas livres de interferências políticas como a que se constata no projeto de Trem-Bala, desenvolvido pela candidata de Lula, completamente distanciado das necessidades mais prementes de nosso povo. A regulamentação e a tributação deverão assegurar que haja contínua competição e modernização tecnológica de nossas empresas, bem como respeito ao meio ambiente e adequada proteção dos consumidores contra abusos, hoje nem mesmo identificados, seja por ausência de pessoal competente nas Agências Reguladoras, seja pelo baixo nível de educação de nossa população que aceita passivamente violações de seus direitos.

FIM

Saturday, July 24, 2010

Caiu do Céu

Segurança, educação, saúde, saneamento, habitação popular e justiça são as prioridades do mais completo e profundo Plano de Ação do novo candidato à Presidente da República. De sua elaboração participaram profissionais experientes, e da mais alta competência, que adotaram a eficácia e eficiência como norma de trabalho. Integraram as políticas entre si de maneira a explorar a sinergia que envolve esses setores, especialmente entre educação e saúde. A manutenção de um crescimento sustentável faz parte da política econômica que também se integra no Plano de Ação do novo candidato, com foco na expansão dos investimentos e da poupança interna, bem como na redução da carga tributária e no aumento da eficiência do setor público. Sua apresentação aos eleitores vai começar em breve, inaugurando o maior sistema de comunicação já visto em nosso País, sem jingles e aqueles palavreados, gestos e sorrisos ensaiados pelos marqueteiros responsáveis pela propaganda eleitoral tradicional. O candidato que caiu do céu estará disponível para debater suas propostas e revelar-se à população por inteiro, mostrando sua capacidade de liderança e competência em defende-las. Enquanto isso, Dilma e Serra continuam com suas entrevistas e peregrinações. Aquela, como “construtora do projeto do Trem-Bala,” revelando detalhes e mostrando filmes sobre sua beleza e encanto. E Serra, criticando as atuais políticas fiscal e monetária junto às classes produtoras. Acordo, e constato ao ler os jornais, que nenhum candidato novo caiu do céu. Somente Marina continua na terra com sua voz e discurso angelicais

Saturday, July 17, 2010

“As prioridades são outras”

É com essa frase que Fernando Rodrigues conclui seu excelente artigo “Tiro no Peito” (leia abaixo) ao se referir à insensibilidade de nossos candidatos ao sofrimento de nosso povo diante da violência que prevalece em nosso País. O consumo e comércio permissivos de álcool e drogas, associados ou não a assaltos, seqüestros, acidentes de trânsito, bem como repressão com balas perdidas, são responsáveis por mortes violentas e pelo clima de guerra que prevalece em nossas cidades. Quais são os planos dos candidatos à Presidência no combate à violência e na garantia da segurança do cidadão e da cidadã brasileiros, hoje acuados, especialmente os mais frágeis, como as mulheres que se auto-impuseram toque de recolher à noite na maioria de nossas cidades? Esta é a hora deles apresentarem e discutirem seu planos de governo de combate à violência, caso a doença política do não ver, ouvir e sentir, já não os tenha atingido.


FERNANDO RODRIGUES (Extraído da Folha de S. Paulo, 17/07)

Tiro no peito

BRASÍLIA - Wesley Rodrigues de Oliveira tinha 11 anos. Foi atingido no peito por uma bala perdida por volta de 8h30 de ontem. Estava em sua carteira, assistindo a uma aula num Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) de Costa Barros, subúrbio do Rio. Wesley morreu.
Uma equipe de 120 policiais militares fazia uma operação nas favelas da Quitanda, da Lagartixa e da Pedreira, todas perto do Ciep. Um comandante foi exonerado. A PM prometeu "rigor na apuração".
Essa tragédia em breve se transformará em mais um número nas estatísticas de violência. Mas serve para demonstrar como há uma distância entre a política e a vida real. Até o início da noite, não havia manifestação oficial dos dois principais pré-candidatos a presidente.
José Serra (PSDB) deu entrevistas em Pernambuco. Falou em "peitar a reforma política". Dilma Rousseff passou o dia se preparando para um comício programado para ontem à noite, no Rio.
Dilma tem se comunicado com a sociedade por meio de notas ocasionais publicadas no microblog Twitter. Seus "tweets" mais recentes recomendam um curioso "Dilma boy" e comentam a chuva de ontem no Rio. "Vamos lá", disse a petista referindo-se a uma frase do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra: "Chuva danada. Mas o carioca vai mostrar que é Dilma até debaixo d'água".
Enquanto os dois principais candidatos a presidente silenciavam sobre o drama vivido pela família do menino Wesley, moradores protestavam queimando pneus e bloqueando uma avenida.
Dilma, Serra e políticos em geral não estão obrigados, por óbvio, a comentar cada caso de bala perdida. Mas o triste episódio de um menino de 11 anos atingido quando estudava dentro de sua escola expressa uma realidade difícil de evitar. Exceto para políticos em campanha. As prioridades são outras.
FIM

Friday, July 16, 2010

Trem de Alta Velocidade

O modelo institucional desenvolvido por Dilma Rousseff para “desestatizar” o sistema de transporte interurbano de passageiros em trens de alta velocidade dissimula a criação de uma nova “empresa estatal de transporte ferroviário de alta velocidade, a ser criada pela União, vinculada ao Ministério dos Transportes”. É o melhor exemplo de falta de transparência e de sua firme disposição de atropelar decisões do Governo Federal em favor da estatização. É também demonstração de abandono dos preceitos básicos de uma política de transporte equilibrada que respeite os fatores econômicos e tecnológicos que determinam a relação entre tarifas e custos reais dos serviços. A integração de diferentes modalidades e serviços que deveria se fazer livremente sem intervenções estatais no mercado passa a depender de ações imprevisíveis, como esta, do poder concedente. É isso que se observa quando Dilma limita, politicamente, a chamada tarifa econômica a um teto que será corrigido pelo IPCA, independente do custo real do serviço. Em outras palavras, a futura “Transbras” de transporte interurbano de passageiros já começa engessada, engolindo determinações políticas que nada têm a ver com o mercado. E pior! Não leva em conta que as atuais tarifas aéreas têm um potencial de redução muito grande, já que o lucro da ponte aérea cobre prejuízos em linhas deficitárias. Esperamos que prevaleça o bom senso e se suspenda o “Leilão de Desestatização”. Em clima eleitoral não existem condições para a necessária avaliação técnica e econômica desse modelo e do projeto Rio-Sao-Campinas em si.

Sunday, July 11, 2010

Sofrimento Ignorado

A população brasileira leva grande carga de sofrimento presa em seus corpos e mentes. Basta um pouco de paixão, atenção e diálogo com os que andam pelas ruas de nossas cidades para identificar o peso que representa a falta de saúde e de educação, bem como de segurança que oprime a todos, especialmente as mulheres. Políticos cegos e insensíveis não conseguem enxergar que a prioridade absoluta da ação do governo é aliviá-la e libertá-la o mais rápido possível desse sofrimento por meio de propostas viáveis e eficazes que aproveitem a sinergia que une Educação e Saúde. E mais urgente ainda, garantir segurança pública e respeito às leis de maneira a eliminar a atual permissividade na disseminação do uso do álcool e das drogas. Uma população saudável e bem educada aproveitará melhor as oportunidades oferecidas pelo desenvolvimento econômico e social do País e participará ativamente na formulação de políticas públicas de maneira a afastar definitivamente a exploração emocional e infantil a que tem sido submetida por políticos demagogos.

Sunday, July 04, 2010

Melhorar o Transporte

Excelente o Editorial da Folha (4/7) com esse título. Realmente, há necessidade urgente de se rever o sistema operacional de transporte público de maneira a se constituir já uma rede básica de corredores de ônibus e de linhas de metrô integrados entre si e a linhas auxiliares e de alimentação. Não esquecendo, também, de articular-se o transporte público a um sistema de trânsito de pedestres seguro e confortável, pois é a pé que o cidadão embarca e desembarca do veículo de transporte coletivo. Não faz muito tempo que transporte público era visto pela classe média como opção de desespero para quem não possuía automóvel. Linhas de metrô e alguns corredores de ônibus, apesar de desarticulados entre si e mal operados, eliminaram esse preconceito na cidade de São Paulo. Exceto de Lula ao discursar para 3.000 empregados em inauguração de obra em Itaboraí, RJ: “os que defendem investimentos em metrô e trens querem que o pobre deixe a rua livre para eles", disse Lula (Folha 9/3). Isso se chama POPLULISMO, que viceja em amplos segmentos de nossa população ainda cultural e mentalmente subdesenvolvida.

Friday, June 25, 2010

TORPEDÃO DO FAUSTÃO

Em período eleitoral, afirma-se que político dorme pouco para estar sempre atento a tudo que acontece e aos movimentos de seus adversários. Não obstante isso, nada se fala, diz-se ou divulga-se a respeito do maior sistema de sorteios, “nunca antes visto neste País”, conhecido como Torpedão do Faustão. Deve haver razões e interesses para esse segredo. Alguém sabe, por acaso, como é feito o sorteio e quem o fiscaliza? O antigo sistema de cartas de telespectadores- gerador de “receitinha” de venda de selos aos Correios - perguntando o óbvio ululante ao missivista, foi substituído pelo Torpedão do Faustão que produz um “receitão”, quase instantâneo, para o gigantesco consórcio formado pelo quarteto Oi, Tim, Claro e Vivo, regido pelo maestro Faustão da TV Globo. Rogo, encarecidamente, ao Ministério Público, que não fecha ouvidos e olhos, tampouco se cala em período eleitoral, que obrigue o Consórcio a informar o apostador sobre as regras do sorteio. No caso de loterias administradas pela Caixa Econômica Federal, por exemplo, são informados o limite total de bilhetes emitidos para venda, a data, a hora e a forma do sorteio, bem como a receita é distribuída entre impostos e prêmios. Segundo consta na tela da TV Globo, o sistema de sorteio por meio de torpedos foi aprovado pela Caixa. Portanto, informações semelhantes às das loterias deveriam ser divulgadas, já que a entidade representante do Governo Federal aprovou o Torpedão do Faustão.

Saturday, June 19, 2010

Estádio de Futebol

A fronteira entre os estados de sanidade e insanidade não depende somente da estrutura física de nosso cérebro. Depende, e muito, do equilíbrio entre a emoção e a razão que continuamente buscamos ao longo de nossas vidas por meio de educação e autoconhecimento. É de se esperar que crianças e jovens tumultuem seu juízo pela emoção; como seria natural que pessoas maduras conseguissem discernir sabiamente, sem se deixar enganar pelo seu coração. Há momentos, é claro, que todos nós podemos e devemos ser crianças e brincar. As disputas acirradas em jogos de futebol de Copa do Mundo oferecem oportunidades mágicas ao povo brasileiro de expressar livremente suas emoções. Infelizmente, nossa elite, especialmente a política, não se manifesta com maturidade e determinação, e deixa claro, como o fizeram o Governador Goldman e o Prefeito Kassab, em relação a não se despender recursos públicos escassos, direta ou indiretamente, na construção de estádio de futebol que terá capacidade ociosa após a copa. Muitos preferem explorar a ignorância e ingenuidade de nossa população com objetivos claramente político-eleitorais ao abordar o tema. Outros, simplesmente, racionalizam suas emoções e reúnem toda sorte de argumentos favoráveis à edificação de um elefante branco. Nem sempre o desenvolvimento econômico propicia o desenvolvimento mental, particularmente quando o sistema educacional do País é precário.

Friday, June 18, 2010

Bom Pagador e Otário

Lula disse que “emprestar dinheiro para pobres no Brasil é bom negócio”, acrescentando que o pobre “é bom pagador porque tem como patrimônio maior o seu nome e a sua cara” (Estadão,14/6). Bancos, lojas , supermercados e agiotas que o digam. Os brasileiros pertencentes à nova classe média (C) e às pobre (D) e bem pobre (E) estão sendo “escalpelados” por juros altos e armadilhas financeiras e contratuais que os tornam presas fáceis por falta de educação fundamental. A maioria não aprendeu a calcular juros simples e compostos, tampouco a diferença entre juro nominal e real, e muito menos a avaliar e escolher opções que lhes são apresentadas em venda de produtos e serviços e na assinatura de contratos de difícil leitura. Nessas opções existem armadilhas montadas por sabichões, mestres em aproveitar-se da ingenuidade alheia. Para preservar a dignidade e o respeito que nosso povo merece, compete aos políticos agir honestamente e proporcionar-lhe educação pública fundamental e profissional de qualidade, deixando de lado a demagogia que acintosamente explora sua ignorância, especialmente em épocas de eleição. Fora corruptos e demagogos! - é nosso lema.

Friday, June 11, 2010

Açucar no Pré-Sal

O artigo do Senador Sarney com o título acima (transcrição abaixo) é açucarado demais. Projetos e programas públicos e privados de grande porte têm de demonstrar viabilidade e sustentabilidade econômica e ambiental a longuíssimo prazo. O ouro negro é realmente “grana”, como afirma Sarney. Porém, se exportado em grande escala, a entrada de moeda estrangeira valorizará o real e tornará produtos e serviços importados mais baratos que os nacionais. Indústrias e serviços tecnicamente sofisticados serão extirpados de nosso território. Hoje, exportações de soja, minério de ferro, e outras “commodities”, por exemplo, associadas a entradas positivas de capital, são amostra pequena do que poderá acontecer com nossa moeda e estrutura de produção no futuro. É bom lembrar que fundo de poupança, mantendo parte da receita em moeda estrangeira no exterior para evitar a valorização do real será de uma nação ainda pobre e carente, “pronta” para gastá-lo, e não a do sempre citado exemplo da Noruega, em que seu povo já dispõe de serviços públicos e de infra-estrutura social de alta qualidade. Fato notório de omissão de Sarney na abordagem do assunto é comparar o sistema de partilha com o de concessão, adotado até agora, sem mencionar que neste último o Brasil participa no lucro da exploração (receita menos custos), abastecendo generosamente os cofres públicos. São esses recursos, gerados pelas concessões com participação nos lucros, que o Governador Sérgio Cabral luta bravamente. O sistema de partilha obrigará órgãos públicos e empresas estatais a armazenar, transportar e comercializar petróleo e derivados em grande escala para produzir receitas das áreas concedidas. Com essa lacuna, Sarney dá a entender que “nunca antes neste País” houve tanta inteligência e patriotismo em defesa da riqueza nacional ao se propor e discutir, atropeladamente, o sistema de partilha. O que fica demonstrado, claramente, é que a pressa do presidente Lula em aprovar as propostas do executivo está sendo nociva para nosso futuro pela falta de debate e conhecimento no Congresso e na sociedade civil organizada.

JOSÉ SARNEY em Açúcar no pré-sal

A alma brasileira nos últimos tempos tomou-se de justificado peito cheio após a descoberta do pré-sal. De repente acordamos com a decisão do Criador de ficarmos bilionários, o Brasil de riso aberto e cara diferente daquele "ame-o ou deixe-o". Barriga cheia de petróleo e olhos de Opep.
O bom é ser um sonho-verdade. Vivi os vários tempos, a começar dos anos 50, em que o Brasil lidou com o petróleo como amigo e inimigo, ter e não ter. O mundo em 140 anos, consumiu mais de um trilhão de barris e as reservas mundiais descobertas indicam a existência de outro trilhão. O Brasil, antes do pré-sal, tinha petróleo apenas para 18 anos, e com ele pode chegar a cem e, se Deus guardou com cuidado, para muitos anos mais.
Como toda riqueza, desperta ambição e briga. Luís Viana falava: "Ali está uma família unida"; e ele mesmo perguntava: "Já teve herança a dividir?". É o que estamos vivendo, numa luta de gladiadores, Estados, municípios, políticos com e sem voto, palpiteiros em busca de ribalta, mamulengos fingindo ódios e raivas pelo modo de repartir o bolo.
Cada um quer seu pedaço e invoca argumentos, desde a formação redonda dos mares da Terra à necessidade de dar um litro de gasolina a cada brasileiro.

A novidade é o modelo correto de adotar a partilha, e não a concessão, na exploração das novas reservas.Num, elas podem ser privadas e estrangeiras, noutro, são da Petrobras, como ícone do povo brasileiro. A verdade é que 80% do petróleo do mundo vem de poços em sistema de partilha, pois ninguém vai dividir com os de fora o que pode fazer com os seus.

Se tudo correr bem, em breve vai aparecer a cor dessa grana. Julgo que quem já tem direito adquirido, recebendo royalties, como o Rio e o Espírito Santo, não pode perder seus ganhos. Seria um absurdo e nada constitucional.
Mas, daqui para a frente, as riquezas que pertencem à nação não podem deixar de ser divididas entre todos e destinadas para transformar o Brasil, a começar por educação e tecnologia, socorrer Estados e municípios contra a pobreza.O Brasil tem uma oportunidade extraordinária, e não deve perdê-la em conversas de botequim. Celso Furtado escreveu um livro dizendo que a Venezuela, quando descobriu petróleo, podia se transformar num dos maiores países da América. Não souberam aproveitar a chance e deu no que está dando.
A visão política de encarar o problema não está à altura do desafio. Este assunto deve caminhar para um novo patamar de discussão e solução. Um terreno de união nacional, sem oposição ou governo. É o presente e o futuro. Hora de estadistas, tempo de soluções grandiosas. Colocar açúcar no pré-sal.
Nota: Transcrito da Folha de São Paulo de 11/06/10

Friday, June 04, 2010

Força da Imagem

A Internet, sem dúvida, deu asas às palavras no espaço sideral. Mais do que isso, potencializou a já enorme força das imagens que condensam, iludem e, não poucas vezes, alucinam, dependendo da habilidade do fotógrafo ou do cameraman. No Brasil, em que a compreensão de textos é restrita a poucos, já que a maioria da população não foi plenamente alfabetizada e tampouco adquiriu o hábito de leitura, a imagem domina a comunicação. O Estadão afirmou com todas as letras ser simpatizante do candidato Serra – ao estilo de grandes jornais do mundo – mas esqueceu de dizer isso aos "antipatizantes" dos tucanos que tiraram e selecionaram as fotos para divulgação em sua versão digital. Quem não acreditar no que digo, compare e analise por si, uma a uma, as fotos publicadas, em 4/6 em http://politica.estadao.com.br/

Sunday, May 30, 2010

A verdade sobre a Droga

Folha 27-28-29/5 – Serra disse que o governo boliviano faz “corpo mole” ao deixar que ”de 80% a 90%" da cocaína entrada no Brasil seja "via Bolívia"; Dilma acusa-o de "demonizar" a Bolívia e agir de "forma atabalhoada"; a Polícia Federal informa que não é possível saber a origem das drogas apreendidas.

Folha 30/5 – A Divisão de Controle de Produtos Químicos da PF vazou a informação de que 80% da cocaína distribuída no país vêm da Bolívia - a maior parte na forma de "pasta"; em 2008, Morales expulsou da Bolívia cerca de 20 agentes do departamento antidrogas dos EUA; dois meses depois, firmou um acordo com o Brasil, segundo o qual a PF passaria a atuar na Bolívia no combate ao tráfico de cocaína e armas; até agora o acordo não saiu do papel; segundo Relatório de Amorim ao Congresso, a ONU divulgou que houve aumento contínuo na produção de coca na Bolívia no período de 2.003 a 2.008.

Conclusão minha: Na política externa, os confrontos com os EUA (democracia em Honduras; ajuda humanitária no Haiti; paz no Oriente Médio; apoio eleitoral a Evo Morales; apoio a Cuba, entre outros) foram e continuam sendo mais importantes que a busca de colaboração técnica e financeira com esse País no combate ao tráfico de drogas no Brasil e na América Latina.

Friday, May 28, 2010

"Piada" ser Vice de Serra por Patriotismo

Ex-presidente da federação mineira da indústria, Robson Andrade, eleitor de Dilma, disse que Aécio deve escolher seu destino, porque "sabe o que é o melhor para o país" (Folha 28/5). Se a sinceridade e a verdade fossem valores respeitados pelos políticos, Aécio diria que mais vale sua eleição garantida a senador do que se arriscar para ser Vice de Serra. Além disso, que desistira (por patriotismo, segundo ele!) de disputar a vaga do PSDB para candidato a Presidente para não se arriscar a ser derrotado. Por que iria, agora, ajudar na eleição de Serra? O que Aécio e os demais políticos sabem é o que é melhor para eles. O resto é retórica. Quem deve escolher o que é melhor para nosso país somos nós. Salvo alguns poucos estadistas, como Gandhi e Mandela, por exemplo, os políticos ambicionam "o reino, o poder e a glória." Em tempo: não está na hora de se extinguir o cargo de Vice?

Wednesday, May 19, 2010

São Paulo Saturada
O Editorial da Folha com esse título (19/5), que aborda a questão dos corredores de ônibus na Cidade de São Paulo, esqueceu o principal: como está estruturado e é operado o sistema. Por exemplo, o procedimento de pagar as passagens dentro do veículo permanece, não obstante utilizar bilhetes eletrônicos, mantendo aglomerações ou filas na entrada do veículo parado. Catracas e cobradores dentro dos veículos são um dos símbolos do estrangulamento do sistema. Linhas com destinos os mais variados transitam no corredor, com dezenas de pessoas abarrotando a estação de embarque à espera do veículo que as levará para o Jardim X ou Y. Enquanto isso, ônibus bi-articulados, que acomodam mais de uma centena de pessoas, param para embarcar ou desembarcar um único passageiro. Enfim, o sistema de corredores na Cidade de São Paulo não está “metronizado”. Quando o corredor está livre, o ônibus é uma excelente alternativa ao automóvel particular apesar das deficiências acima apontadas. O primeiro passo para dotar a área metropolitana de um sistema confiável, rápido e confortável de transporte de massa é entregar os corredores de ônibus ao Metrô para que os construa, opere e desenvolva como parte de uma rede em que os elos rodoviários e ferroviários seriam integrados visando a atender a crescente demanda de transporte de massa.E deixar aos municípios da área metropolitana os serviços de transporte público locais e de alimentação.

Thursday, May 06, 2010

Reajuste de Aposentadorias

Todos sabem que nosso sistema previdenciário tem um rombo financeiro a ser corrigido. Devido à defasagem dos reajustes dos aposentados pelo INSS, Lula encaminhou ao Congresso uma proposta de reajuste de 6,14% como compensação. E Deputados Federais, inclusive do PT e da base aliada, aprovaram 7,7%, rejeitando sua proposta. A respeito disso, os três pré-candidatos à Presidência – Dilma, Serra e Marina – manifestaram-se, afirmando, entre outras coisas, o seguinte:

Candidato 1- “O ministro Guido Mantega [Fazenda] é um homem responsável. O presidente Lula tem prestado muita atenção nisso. Vou apoiar a decisão que o governo federal tomar a esse respeito",respondeu diretamente ao repórter;
Candidato 2- "Imprensa me pergunta o que o presidente Lula deve fazer em relação ao aumento dos aposentados. O presidente tem um forte compromisso social".Essa manifestação foi dada, posteriormente, pelo Twitter, após ter-se esquivado de responder diretamente ao repórter;
Candidato 3- "É preciso saber de onde vêm as receitas, em função do déficit da Previdência", falou diretamente ao repórter.

Após ler essas manifestações, identifique os candidatos que as fizeram, lendo a matéria que foi publicada na Folha de 6/5. E, depois, pense sobre a atitude de cada um. E se quiser, seus comentários serão bem-vindos para publicação neste BLOG.

Monday, May 03, 2010

Discurso de Dilma

Ao falar de feitos econômicos e sociais, Dilma Rousseff se apresenta como protagonista do Governo Lula, o que é verdade. Contudo, não dá sequer uma colher de chá para o período de bonança em que a economia e o comércio mundial viveram nesse período. Tampouco, reconhece o trabalho árduo da equipe de Lula que deu continuidade à política econômico-financeira encetada e implantada por FHC em anos turbulentos, até hoje execrada pelo PT e, quem sabe, até por ela, o que não seria de surpreender. Palocci, que manteve a equipe técnica de Malan e Meireles, são os heróis a serem coroados pelo PT. As colunas mestras dessa política são o controle monetário, por meio de taxa de juros, de volume de crédito e de metas de inflação, bem como pelo monitoramento da taxa de câmbio flutuante com intervenções aleatórias sem definição rígida de bandas. A política fiscal operou com porcentagens de superávits primários nos orçamentos públicos federais visando a manter a dívida pública sob controle, tendo se afrouxado, recentemente, em aumentos substanciais dos gastos correntes com pessoal a ponto de comprometer a capacidade de investimento do Governo Federal que tanto prejudica a qualidade da infraestrutura hoje deteriorada. Nos Estados e Municípios, a Lei de Responsabilidade Fiscal, negociada e aprovada no período de FHC, controlou e controla as despesas públicas nessas duas esferas. A reforma do Sistema Financeiro, também no período FHC, expurgou os ativos podres do sistema, reestruturou o sistema bancário e estabeleceu regras para se manter a estrutura de depósitos e empréstimos sólida, com liquidez e confiável. Foi essa reforma, em grande parte responsável pela redução dos efeitos negativos da recente crise financeira mundial na economia brasileira. A demanda de produtos brasileiros no exterior, principalmente de produtos primários, e o excesso de liquidez internacional, não só garantiram o pagamento de nossas importações, como permitiram a constituição de reservas acima de US$ 200 bilhões, proporcionando a nosso País a conquista do chamado “grau de investimento” (investment grade) que representa o sinal verde para a aplicação de recursos de fundos do exterior, especialmente de aposentadorias e pensões. O Brasil vive hoje um circulo virtuoso que foi construído nos últimos 16-17 anos em que predominaram seriedade, competência e responsabilidade na administração de nossa economia. O que os candidatos devem mostrar a nós eleitores são suas credenciais e propostas para continuar nesse caminho aberto por FHC e trilhado por LULA, contrariando os ímpetos socialistas e estatizantes do PT. Se Dilma continuar nessa tecla de que a administração de FHC representou o “Reino da Desigualdade” quando todos nós sabemos que o Brasil foi e continua sendo um dos países com mais concentração de renda do mundo e que somente a longo prazo corrigirá isso por meio de sérias e profundas reformas no ensino básico e técnico-profissional; se ainda insistir, também, que Lula recebeu o País com inflação descontrolada, olvidando da tensão no mercado financeiro gerada antes e depois da eleição de Lula, quando o dólar ultrapassou R$ 4 reais; se continuar na ladainha que o capitalismo de Estado (estatização em sua linguagem) vai substituir o "fantasma do neoliberalismo" herdado de FHC, que na realidade nunca existiu, pois foi mantido por Lula; enfim, se continuar com discursos demagógicos e afirmações sem pé nem cabeça, somente contará com votos de eleitores radicais do PT e de eleitores ignorantes que infelizmente ainda são muitos em nosso eleitorado.
                                                FIM

Wednesday, April 21, 2010

Crise Alucinatória: Lula versus FHC

Lula não perde oportunidade de se comparar a FHC para demonstrar sua superioridade como Presidente da República. Há momentos de verdadeiro paroxismo quando afirma que “Nunca antes nesse País...”. A negação do passado, a distorção de fatos e a eliminação de contextos históricos são utilizadas corriqueiramente para validar suas afirmações. Seu desejo de continuar no poder é tão grande que gerou sua própria candidata e fantasiou que o candidato do PSDB, José Serra, também foi gerado por FHC. Nada mais lógico, portanto, que Dilma, seja ele, e Serra, seja FHC
Por incrível que pareça, o País é obrigado a participar dessa verdadeira alucinação pré-eleitoral em que a comparação entre os dois candidatos, Dilma e Serra, não seja entre eles, mas entre Lula e FHC. E que não existirá pós-Lula, como nunca existiu pós-FHC. Lula quer nos congelar na história e na própria vida ao insistir nessa escolha fantasmagórica. Peço a Deus que FHC não faça parte dessa alucinação respondendo às provocações de Lula. Afinal, nós eleitores, temos a responsabilidade real de escolher entre vários candidatos de carne e osso aquele ou aquela que será nosso próximo presidente após tomarmos conhecimento de suas propostas e, especialmente, de sua história e competência para governar e chefiar o Estado brasileiro.
                                            fim

Monday, April 12, 2010

Histórias de Carochinha

Quase oito anos de metáforas do Presidente Lula já foi mais do que suficiente para encher nosso cérebro de fantasias. Essa de “Lobo Mau em Pele de Cordeiro” de Dilma Rousseff nos faz lembrar a história de Chapeuzinho Vermelho. Segundo minha modesta opinião, tanto Dilma como Serra já passaram da idade para representar esses papéis. O que esperamos dos candidatos são discussões e debates sérios sobre Ética e Reforma Política, Segurança, Educação, Saúde, Saneamento, Combate às Drogas, Eficiência e Competência na Administração Pública, Reforma Tributária, Transporte Público, e sobre tantos outros problemas que nos afligem. E que deixem as histórias de carochinha para ninar seus netos.
                                       FIM

Sunday, April 11, 2010

Discurso de Dilma

Em seu discurso ela afirmou que não entregará os recursos naturais e as empresas públicas “a quem quer que seja”, tampouco que destruirá o Estado Brasileiro “a ponto de torná-lo omisso e inexistente”. Acrescentou, ainda, que respeita os movimentos sociais afirmando que “democrata que se preza não agride os movimentos sociais”. Não seria mais fácil ela dizer, simplesmente, que respeitará a Constituição e as Leis de nosso País, esclarecendo, porém, que a admissão de empregados e o preenchimento de cargos de chefias das empresas públicas e do governo serão feitos por critérios de competência e mérito, e não por filiação partidária? 
E que o Estado presente e ativo que ela deseja será, também, enxuto, robusto e forte com gastos estritamente necessários para cumprir suas tarefas com eficiência e competência? E que sua primeira medida será diminuir o número e os gastos com cargos de confiança; e com ministérios, também, hoje superior a 40? Quanto aos crimes de entregar bens públicos a qualquer um e agredir pessoas de movimentos sociais afirmar que serão tratados com a polícia e a justiça, tudo dentro da lei é simplesmente ridículo.

                                       fim

Friday, April 09, 2010

Ode ao Bigode

Buscando notícias na Folha (9/4) em seu índice geral, deparei-me surpreso com o título acima do artigo semanal do atual Presidente do Senado e ex-Presidente da República, José Sarney. Sempre considerei a televisão instrumento insensível de comunicação ao juntar notícias alegres com tragédias, enunciadas rapidamente e no mesmo tom de voz. Não esperava isso de José Sarney, que além de político é escritor. Escrever artigo sobre bigode, especialmente o seu, enquanto o Brasil passa por uma sucessão de desastres e chora seus mortos e feridos, é demais para mim! Quem sabe para ele, que seguramente choraria a morte de velhos companheiros políticos, os brasileiros mortos nesses desastres são pessoas distantes, rústicas, pobres, cujo desaparecimento se reduz a números abstratos. Espero que a justiça - particularmente dos jovens do Ministério Público - mostre que esse genocídio decorrente de omissão de autoridades públicas não sairá impune. E que Sarney raspe seu bigode como penitência pela sua falta de compaixão.

Thursday, April 08, 2010

             Direcionamento de Licitação

Está mais do que antecipadamente decidida a escolha dos Caças Rafale da Dassault pelo Presidente Lula. Ela foi anunciada durante a visita de Sarkozy no último dia 7 de Setembro. Não dá para entender, portanto, os malabarismos e tergiversações do Ministro da Defesa, senão como esforço brutal para tornar a escolha de Lula como política com “P” maiúsculo. Apesar disso, a licitação, ou o que seja, começou mal; pois se o objetivo era fugir do veto norte-americano à exportação de caças e outros equipamentos militares de defesa e ataque com componentes e tecnologia daquele país, mesmo que fabricados no Brasil, não se deveria, jamais, ter-se convidado ou consultado a Boeing, tampouco a Saab, pois os técnicos do Ministério da Defesa já sabiam que os Caças Gripen NG da Suécia contêm esses componentes. Quanto a Boeing, até parece piada estar participando do processo de escolha. Se nem os Tucanos da EMBRAER puderam ser exportados para a Venezuela por essa razão, realmente pensou-se, por exemplo, em exportar os F-18 da Boeing que seriam fabricados no Brasil para Cháves ou para Ahmadinejad? É óbvio que essa licitação é de araque. E mais, seu objetivo principal não é a Defesa Nacional simplesmente. Ela visa, principalmente, criar no Brasil um complexo militar-industrial cuja sobrevivência necessitará do mercado externo. Esse complexo ameaçará nossa incipiente e frágil democracia com mecanismos de relacionamento da indústria com o Estado, em que defesa nacional e interesses políticos no País e no exterior se mesclarão em simbiose econômico-financeira fora do controle de uma população pobre e sofrida, ainda imersa na ignorância. Quem não ouviu o “farewell speech” de Eisenhowever sobre isso, que o faça agora em http://www.youtube.com/watch?v=rd8wwMFmCeE&NR=1
                                          FIM

Sunday, April 04, 2010

Emprego e Inclusão Social

Não existe melhor forma de se sentir socialmente incluído que a de conseguir-se emprego digno e nele manter-se por mérito. Em consulta "on line" com operadora de celular, copiei duas frases da atendente: "Peço o senhor que aguarde que eles entraram em contato com o senhor. Há mais alguma informação em que posso ajudar?” Seguramente essa funcionária está fazendo um esforço sobre-humano para se manter no emprego; e, no futuro, terá muita dificuldade para ser promovida. Nosso ensino fundamental necessita ser totalmente reformulado para que o princípio da igualdade de oportunidades, coluna mestra em que se apóia qualquer sistema democrático, assegure emprego e renda para os pobres excluídos. Somente assim, suas potencialidades desabrocharão e os levarão a participar ativamente do processo sustentável de desenvolvimento socioeconômico e cultural que desejamos para todos brasileiros, sem distinção. Enquanto isso não acontecer as drogas, lícitas e ilícitas, e a ignorância que mantém a exclusão social, continuarão destruindo a maior riqueza de nosso País: nossas crianças, adolescentes e jovens pobres. Na Ilha da Fantasia, o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal se envolvem em discussões sobre inclusão social por meio de sistema que fere frontalmente o princípio da igualdade dos cidadãos ao se adotarem novas regras de admissão por quotas às universidades. Em suma, não se reforça a coluna principal, hoje rota, da igualdade de oportunidades que promove o emprego dos excluídos; ao contrário, busca-se abalar o princípio constitucional da igualdade de todos os brasileiros perante a lei e estimula-se o desemprego de “universitários”, muitos deles, hoje, exercendo profissões de nível médio ou técnico, para as quais não foram treinados. Isso quando conseguem emprego no Brasil ou no exterior, principalmente! Quousque tandem, Brasília, abutere patientia nostra?
                                                FIM