Sunday, August 29, 2010

Falta de Lógica

Nós brasileiros estamos ainda muito próximos de crendices e heranças culturais que nos levam a erros lastimáveis. A educação, que deveria libertar-nos disso, falhou. Exemplo disso é a falta de lógica em decisões importantes de nossas vidas. Nesta eleição, por exemplo, Lula tem usado e abusado da fragilidade de raciocínio de nosso povo, senão façamos a seguinte pergunta a um estudante de ensino médio: se A é maior ou melhor que B, C também será maior ou melhor que D? É óbvia a resposta do estudante aplicado:- "somente se A=C e B=D, ou seja, não há alternativa senão essa". Contudo, se substituirmos A por “governo de Lula”; B por “governo de FHC”; C por “futuro governo de Dilma” e D por “futuro governo de Serra”, ainda que nossa admiração por Lula leve-nos a afirmar que o governo dele foi melhor do que o “governo de FHC”, não é lógico esperar que o “governo de Dilma” seja necessariamente melhor que o de Serra”, porque Lula não é Dilma, ainda que ele insista que sim, e Serra não é Fernando Henrique, como os dois jamais pensaram ser. Tampouco os tempos serão os mesmos enfrentados por FHC e Lula em períodos e circunstâncias distintos: 1995-2002 e 2003-2010, respectivamente. O período 2011-2014da futura administração será de Dilma ou de Serra com novos desafios e oportunidades, deixando FHC e Lula como ex-presidentes de um passado recente. Até aqui nada mais que o óbvio ululante, como costumava escrever o falecido Nelson Rodrigues. Na realidade, somente a popularidade e o grande poder de comunicação de Lula, associados à falta de lógica e incapacidade de nossos eleitores raciocinarem com suas próprias cabeças podem explicar esse erro de lógica. Somente eleitores perturbados por falta de raciocínio, ou por razões emocionais, obedecem a Lula e acatam o argumento acima sem questioná-lo sequer. Para aqueles que não gostam da brincadeira de que Dilma é Lula, já que ele tem barba farta e ela não, ele promete, acima dos desígnios de Deus e da Lei, que estará ao lado dela para ser “consultado” quando ela necessitar e quiser. Uma espécie de Anjo da Guarda de carne e osso. Lembram-se de Frei Beto, confessor de Lula por mais de 25 anos? Não durou dois anos no Palácio do Planalto como seu assessor. Nenhum Presidente aceita um Anjo da Guarda a seu lado. Esse tipo de atitude de Lula já aconteceu na Argentina com Perón, que elegeu duas esposas suas: na primeira fase, Evita, que o Vaticano negou-se a santificar apesar de manifestações e pressões populares, e, na segunda fase, Isabelita. Agora, presencia-se uma versão ‘light” do passado, criado pelo casal Kirchner. No Brasil, como a primeira dama não tem pretensões políticas, até o momento, Lula escolheu Dilma, cujo carisma é questionado pelo Frei Beto, forçando a barra para que ela seja eleita. Contudo, diferentemente da Argentina, neste caso a intimidade entre Lula e Dilma tem limites claros.

Se a emoção perturba e distorce a razão de quem consegue raciocinar, o que dizer para aqueles que raramente conseguem usá-la em suas decisões? Seria até compreensível que eleitores beneficiados diretamente por Lula escolhessem por sua recomendação Dilma, sem raciocinar. O que parece estranho é que muitos dos prováveis eleitores de Dilma a escolham pelo bem de nosso povo e do Brasil, aceitando a indicação sem avaliação independente, confirmando ou não o desejo de Lula. Isso é incompetência ou preguiça, SMJ (Salvo Melhor Juízo), como costumam afirmar os advogados no fecho de suas ponderações.

Saturday, August 28, 2010

Rei Midas

Lula falou com Midas em sonho. Sabendo de seu interesse e mortal envolvimento nas eleições do Presidente do Brasil que o sucederá, ao despedir-se de Lula, disse-lhe: “Troque o S por L que tudo brilhará como ouro nessa eleição”. Depois de muito pensar sobre o que lhe disse Midas, num lampejo descobriu o enigma. "Se eu tirar o S do nome de Midas e colocar um L obterei a palavra MIDAL", pensou Lula. Bastou, portanto, eliminar o S de Serra e colocar o L, de Lula, que se completaram as letras necessárias para escolher o nome de seu sucessor. Assim DILMA foi escolhida e deixada a palavra ERRA para a oposição. E com isso, Lula pode afirmar hoje que é Dilma também, pois seu L está no meio de Dilma. A partir daí, basta Lula tocar um candidato que ele reluz como ouro junto ao eleitorado. Chovem votos. Apesar de tudo isso, tem gente que não acredita em mitologia grega e em sonhos proféticos, preferindo o provérbio português de nosso samba que diz: “nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai”. Quem sabe os alckmistas possam ajudar a tirar o encanto de Midas que tornou a oposição errante. Ou, também, o mineiro (Aécio)que retirou o C de seu nome e do alfabeto para transformar-se, subitamente, em Rei da Vocalização em Minas Gerais. Com isso, ele conseguiu, inclusive, um Lula que não osta (Costa sem c) a retirada do hélio (Hélio) que enche o ceú de Minas Gerais com balões de fantasia. Sem falar no curitibano das rixas (Beto Richa, candidato a governador), em cidade que não dá alvará para qualquer um vender ilusões à luz dos dias (Osmar Dias, disputanto com Richa).

Friday, August 27, 2010

Mistérios de Dilma

Inoportuna e preocupante a justificativa do presidente do STM, Ministro Carlos Alberto Marques Soares, para trancar em cofre os autos referentes à condenação e prisão de Dilma. Diz ele que é para evitar-se "uso político" do material; e, além disso, acrescenta que ele é de "difícil manuseio", dado seu estado de conservação. Simplesmente ignora dois fatos importantes: primeiro, que existe tecnologia para cópia e reprodução de documentos históricos; segundo, que Lula fez uso político desses autos para afirmar, publicamente, que a biografia de Dilma, na luta pela implantação do socialismo marxista-leninista em nosso País, é semelhante à de Mandela para por fim ao ‘Apartheid’ na África do Sul, destacando que os dois somente fizeram o uso da força como último recurso para atingir seu objetivo. Está na hora de se validar ou não tal afirmação do Presidente, tornando pública sua biografia toda, já que a de Mandela é mais do que notória. Afinal, nós eleitores temos o mesmo direito de Lula e de outros que tiveram acesso aos autos sobre o período em que Dilma foi julgada, condenada e presa, disponíveis ao público até março deste ano. Como cidadão, considero ser obrigação do Tribunal Superior Eleitoral se manifestar sobre esse tratamento desigual dado a nós eleitores pelo STM

Sunday, August 22, 2010

Mosca Azul

Lula já cumpriu sua missão com relativo sucesso. Sem formação escolar adequada e tampouco conhecimento suficiente para entender e exercer bem seu papel de chefe de governo e de Estado do Brasil, Lula deixará o cargo de Presidente com aprovação popular a sua pessoa e a seu governo extraordinariamente alta. Da elite brasileira, obterá o reconhecimento de que preservou a economia de mercado funcionando normalmente e acima de tudo, com inflação controlada. Seu diálogo fácil e paternalista com nossa sofrida população pobre e simples e com setores radicais de esquerda permitiu-lhe manter clima de respeito às instituições democráticas durante seu governo. O apadrinhamento de lideranças sindicais poupou-lhe de manifestações públicas do contra, tão comuns em governos anteriores, particularmente no de FHC, dificultando a adoção de reformas e medidas necessárias ao desenvolvimento sustentável do Brasil, até hoje postergadas. Somente para lembrar aos jovens, durante mais de meio século, o bordão FORA FMI animava a gritaria em manifestações populares contra o governo federal patrocinadas pelos sindicatos. Lula exterminou-o ao manifestar seu desejo de ampliar o capital do Brasil no FMI para ter mais votos em sua diretoria. Ele explorou politicamente o fato de haver diminuição na desigualdade de distribuição de renda, esta ainda superior a de países vizinhos, porém sem avançar na igualdade de oportunidade por deficiência nos serviços públicos oferecidos à população de baixa renda. Lula manteve o País afastado dos radicais do PT e de suas propostas expropriadoras que pudessem enfraquecer nosso já débil estado democrático de direito. Infelizmente, como homem do povo sofrido não conseguiu entender que o caminho definitivo de saída da pobreza e da própria miséria, sem negar ajuda emergencial necessária para sua sobrevivência, passa necessariamente pela sala de Educação. Com “E” maiúsculo por envolver não só conhecimento técnico, mas o desenvolvimento de valores e cultura, como o de amor e respeito a sua própria vida e à do próximo, bem como de valores éticos e morais que se traduzam em hábitos e costumes civilizados. Perdeu-se muito tempo na discussão de políticas afirmativas para descendentes de negros e índios, como a de quotas para ingresso nas universidades, gerando tensões desnecessárias e abalando princípios básicos de igualdade e mérito que devem nortear os processos de seleção e promoção nesse nível de educação. Lula deu menos importância política à educação fundamental e profissionalizante, jactando-se do grande número de universidades criadas por seu governo. Com essa escolha, ele colocou a população pobre em situação paradoxal de não conseguir preencher vagas abertas pelo desenvolvimento do País por falta de educação básica e profissionalizante, enquanto egressos de cursos universitários pouco concorridos e de pouca demanda no mercado de trabalho ficam desempregados. Na realidade, a discriminação mais ampla em nosso País é contra a pobreza que não teve acesso à educação fundamental de qualidade, tampouco conhecimentos suficientes para o exercício de profissões mais bem remuneradas no mercado de trabalho. As entidades públicas e privadas não se importam com a origem dos pobres e os matizes de cor de sua pele na contratação de empregados. Elas levam em conta somente sua educação e competência, avaliadas rigorosamente em concorridos processos de recrutamento e seleção, dando-se preferência aos egressos de cursos embasados nas chamadas ciências exatas. A eventual discriminação a descendentes de africanos, apesar da maioria do povo brasileiro ter-se integrado à população negra e de outras origens definitivamente e existirem leis que penalizem os que ainda pensam poder praticar discriminação em nosso País, deve ser combatida com rigor. Fiscalização ostensiva e efetiva, bem como rápido julgamento e punição dos culpados é a resposta correta a esse problema. Isto posto, é surpreendente o que se tem observado no atual processo eleitoral depois de Lula ter demonstrado sua maturidade política ao não agredir nossas instituições democráticas com a disputa por um terceiro mandato, o que provavelmente aconteceria se usasse e abusasse da popularidade alcançada em seu governo. Contudo, escolheu discricionariamente Dilma como sua sucessora, desrespeitando o procedimento de escolha de candidatos a cargos eletivos adotado pelo PT, considerado como o mais avançado e democrático entre os grandes partidos políticos brasileiros. Muitos dos pretendentes, bem mais experientes e qualificados que Dilma, calaram-se diante do fato consumado. Em relação à vaga de vice na chapa de Dilma, Lula chegou a interferir no processo de seleção do PMDB. E nos demais partidos da coligação em candidaturas para governador e para membros do congresso nacional a fim de viabilizar a campanha de sua candidata em todos os estados do País. É possível que o desejo de serem contagiados pelo vírus da popularidade de Lula, associado à falta de comunhão de idéias e propostas nos conglomerados humanos conhecidos como partidos políticos, os tenham transformado em peças dependentes da vontade soberana de Lula. Em outras palavras, o desejo de se manter no poder, transforma nossos políticos, seja em Lulistas, ou simplesmente simpáticos à Lula, mas jamais anti-Lula. O foco da independência de poderes que deveria estar no Congresso se deslocou paradoxalmente para a Justiça cujos membros da mais alta corte são indicados pelo Presidente. Lula também atropelou a lei eleitoral e se empenhou na promoção política de Dilma para Presidenta antes do tempo legalmente permitido, colocando em situação ridícula os tribunais eleitorais. Mais recentemente, transformou sua posição de Presidente em mero cargo de funcionário público, outorgando-se o direito de nas horas “fora do expediente” dedicar-se plenamente à campanha de Dilma, comportando-se como cabo eleitoral itinerante. Ao fazer isso, deixa sua função de presidente de todos brasileiros, participando e se tornando o principal protagonista em manifestações públicas populares. Sua energia e disposição em eleger Dilma dão a impressão que busca realizar o desejo oculto de conseguir um terceiro mandato para o Lulismo e não a eleição da candidata de seu partido e da coligação partidária reunida em torno de seu nome. E mais do que isso. Garantir a si próprio presença ativa no próximo governo, dada a fragilidade política de sua candidata, até o início desta década desconhecida no meio político nacional e da população brasileira fora do Rio Grande do Sul. Sua biografia não a qualifica para disputar a presidência do Brasil. Ao concluir nove anos de educação no tradicional colégio de freiras SION, com dezesseis anos recém completados, matriculou-se em escola pública no primeiro ano de ensino médio. Namorou e depois casou com o comunista Carlos Galeno Magalhães Linhares que a atraiu para os movimentos revolucionários da época, inspirados no pensamento marxista-leninista e na vitoriosa revolução cubana. Dilma seguiu os passos de Linhares, deixando-o em 1.970, com pouco mais de vinte anos de idade, para se tornar companheira de outro líder revolucionário, Carlos Franklin de Araújo, tendo participado do grupo VAR-Palmares responsável por assaltos e assassinatos. Foi presa e torturada. Mais tarde, sob a influência de Araújo, um dos fundadores do PDT, e influente político no Rio Grande do Sul, ela ocupou o cargo de Secretária de Energia nos Governos de Alceu Collares (PDT) e de Olívio Dutra (PT), tendo nesse último se filiado ao PT para se manter no cargo após o rompimento da aliança PT-PDT. Finalmente, já afastada de seu segundo companheiro, pai de sua única filha, Dilma participou do grupo de apoio à eleição de Lula, em 2.002, e ocupou o cargo de Ministra de Energia do governo eleito. E, em 2.005, substituiu José Dirceu como Ministra-Chefe da Casa Civil. Com mudanças radicais em sua aparência física e treinada para se comunicar com o povo, ainda assim, Dilma continua sendo uma técnica, ou tecnocrata, como eram chamados os técnicos durante a ditadura militar. É estranha no ninho político tradicional e inexperiente em disputas eleitorais, pois a presidência será o primeiro cargo eletivo postulado por ela. Em suma, necessitará e terá Lula a seu lado, antes e depois das eleições, se for eleita. Não é por acaso que em discurso recente Lula advertiu o eleitor que ao não encontrar seu nome entre os candidatos a Presidente deve escolher o de Dilma, porque “ela é ele”. E que Dilma será a garantia da continuidade de seu governo. Ela será a mãe do povo brasileiro. Isso tudo nos traz à lembrança Perón, na Argentina; primeiro com Evita, que o Vaticano negou-se a santificar, e depois Isabelita. Ou, na recente versão “light”, o casal Kirchner. Será que vamos passar por isso também? Tudo indica que sim. Não tenho mais dúvida que Lula foi mordido pela mosca azul cujo efeito de longo prazo somente terminará quando o povo brasileiro for mais bem educado e houver menos desigualdade econômica, social e cultural em nosso País. Vamos votar e não esmorecer em nosso trabalho para que isso aconteça em ambiente de liberdade e dentro do quadro político-institucional de Estado Democrático de Direito em que vivemos, independente do resultado das urnas. Capitalismo de Estado e Socialismo não fazem parte de nossas opções políticas em votação, devendo eventuais passos nessa direção depois das eleições serem firmemente rejeitados.

Wednesday, August 18, 2010

Espinha de Peixe

Mercadante afirma que o grande projeto de Dilma, o Trem Bala Rio-São Paulo-Campinas, será a espinha dorsal de onde partirão novas linhas férreas para o interior do Estado de São Paulo. Citou seu prolongamento de Campinas para Ribeirão Preto, como exemplo. Se a proposta de Dilma é estapafúrdia no atual estágio de desenvolvimento de nosso País cujas prioridades em transportes são outras, a de Mercadante não merece ser levada a sério, mais parecendo uma tirada de palanque eleitoral ao estilo de seu mentor Presidente Lula que, em discurso feito em Taboraí, RJ para trabalhadores da COMPERJ (9/3/10), disse o seguinte: “... os que defendem investimentos em metrô e trens querem que o pobre deixe a rua livre para eles..”. Lula não esqueceu, também nesse discurso, de prometer aos pobres condições para comprar carro. Isso tudo foi dito a menos de nove meses de deixar o cargo, ignorando a prioridade dada pela população à melhoria dos transportes públicos no País. Enquanto isso Serra promete justamente o oposto: utilizar os R$ 40 bilhões do projeto de Trem-Bala na expansão da rede metroviária nas grandes cidades brasileiras.

Friday, August 13, 2010

MINEIROS

Anastasia e Dilma querem se unir em Minas Gerais para melhorar seus desempenhos eleitorais nesse Estado. Ele, concorrendo a governador de MG pelo PSDB, e ela, a Presidente do Brasil pelo PT. Pertencem a partidos que têm propostas e idéias semelhantes em muitas áreas e em outras, bem distintas. São estas últimas, porém, que podem mudar nosso País para pior, ou melhor, conforme o ponto de vista do eleitor. Anastasia, por origem, formação acadêmica e experiência político-administrativa, atuou com sucesso no que Aécio denominou “choque de gestão”. Dilma teve formação básica durante nove anos no tradicional colégio SION. No ensino médio em escola pública, ainda adolescente, foi atraída para movimentos armados visando à implantação do socialismo no Brasil. Envolvida em atos criminosos foi presa e torturada pelo regime militar. Filiada ao PDT desde sua fundação, em 85, Dilma passou para o PT, em 2.001, conseguindo manter-se no cargo de Secretaria Estadual de Energia(RS), apesar de Olívio Dutra (PT), então governador, ter rompido sua aliança com o PDT. Participou da campanha de Lula e, em seu primeiro mandato, atuou como Ministra de Energia. Finalmente, substituiu José Dirceu na coordenação e administração do processo decisório como Ministra-Chefe da Casa Civil, particularmente na supervisão do grande projeto de Lula, conhecido como PAC. Nenhum dos dois candidatos possui as características de líder carismático. Como herdeiros de Aécio e de Lula, respectivamente, querem formar a dobradinha DILMASIA em Minas Gerais para colherem benefícios individuais sem afrontar seus guias e donos do patrimônio político que estão herdando. Para isso, devem demonstrar, publicamente, que, se não são completamente afinados entre si, o que seria mais uma das tantas aberrações do processo eleitoral brasileiro, pelo menos nutrem simpatias recíprocas. É nesse ponto que Anastasia trai sua metade mineira, herdada da mãe, e deixa aflorar seu lado italiano expansivo e falante ao dizer que ninguém deve julgar Dilma pelo seu passado de guerrilheira que lutou para depor os militares do poder e implantar o socialismo no Brasil. O que interessa é o presente e o futuro, diz ele. O que Dilma é. E não o que foi. O mineiro da gema, que somente considera alguém amigo e confiável “depois de comer um saco de feijão juntos”, não pensa assim. Para se conhecer alguém é necessário um longo período de convivência. E o passado conta, sim. E muito. Essa precaução se deve a outra constatação muito repetida no meio político: "Pode-se enganar alguns por todo o tempo, muitos por algum tempo, mas nunca todos por todo o tempo". Quando Lula e Dilma olham para o passado e criticam o governo de FHC e o comparam com o de Lula, mostrando que este último foi melhor para em seguida concluir que Dilma fará melhor governo que o de Serra, estão enganando todos por algum tempo. Pois é fácil mostrar aos mineiros sabidos que não se pode comparar a perícia de pilotos de Fórmula I que estiverem utilizando carros diferentes em épocas e pistas distintas. O período de 1995-2002 foi completamente diferente do atual de 2.003-2010. Que tal se a comparação, tão do gosto de Lula, fosse com um edifício em construção que não conseguia ir para frente porque balançava e caia, solapado por uma inflação galopante? Nesse caso, FHC trabalhou nas profundezas ocultas das fundações do Edifício Brasil e Lula em cima da estrutura visível que nela se apoiou, respeitando suas características e limitações. Ao contrário dos que muitos pensavam que Lula ia por tudo o que se fez nas reformas da economia e das instituições democráticas por terra, tentando implantar o ideário socialista, ele foi sensato e eficaz, preservando-as. E não fez o que Hugo Chávez está fazendo na Venezuela. O segundo erro da comparação de Lula com FHC é que mesmo que se aceite Lula como melhor Presidente, seja lá pela razão que for, o que isso tem a ver com Dilma e Serra? Este não é FHC e aquela não é Lula. Seu desejo de elegê-la beira a loucura quando afirma que no momento de escolher o seu candidato e ler o nome de Dilma, o eleitor deve lembrar-se que Dilma é ele. Ou seja, uma recomendação que passa por cima do respeito que o eleitor merece, como se ele fosse bobo e acreditasse nisso. E, também, desrespeito à própria candidata Dilma que é um ser humano com personalidade, caráter e valores, seguramente diferentes dele. Vamos devagar com o andor por que o Santo Lula é de barro. Ao contrário do santo que pretende ser para que sua voz se transforme em voz divina e seguida cegamente, Lula é um líder carismático, de carne e osso, e extremamente ambicioso que não quer se afastar do poder. Em suma, os mineiros devem pensar bem e sem pressa antes de votar. Escolhendo seus candidatos por convicção sobre as qualidades e limitações de cada um, comparando-os entre si, e não achando que Anastasia é Aécio e que Dilma é Lula. Ilusionismo é coisa para circo; e mineiro não é otário.

Monday, August 09, 2010

Modelo Institucional

Infere-se, depois de ouvir Dilma Rousseff sem Lula ao lado, que seu modelo institucional relacionado à presença direta do Governo no processo produtivo do País é produto do que ele pensa, quando disse que o setor privado para funcionar bem necessita de concorrência firme do setor público. Segundo Lula, o Banco do Brasil tem de ser o primeiro para que o Bradesco não assuma a “liderança”. E do que Dilma acrescenta ao pensar sobre a Infraero em sua abertura para o capital privado, ou quando propõe uma empresa estatal para estruturar a participação privada e a transferência tecnologia em seu projeto de trem-bala. Em suma, durante seu governo, se eleita, assistiremos ao retorno triunfal das chamadas empresas ou sociedades de economia mista que proliferaram desde que Getúlio criou Petrobrás, Eletrobrás, Volta Redonda, e outras. Em nosso País, tanto no interregno democrático, mas principalmente durante a ditadura militar, o setor público, em todas as suas esferas de atuação, turbinou o crescimento do número de empresas desse tipo. Isso se deveu à liberdade dos governos municipais, estaduais e, especialmente do Governo Federal, em criar e financiar novas empresas e as administrar politicamente sem preocupação com rombos e desvios técnicos, econômicos e financeiros. Sem dúvida inflação, corrupção, empreguismo, nepotismo, e muita ineficiência e confusão em nossa economia têm suas raízes nesse modelo institucional que Dilma vai ressuscitar para gáudio do PT-PDT-PSOL (PTB-PCB?) e PMDB (PSD?), e tristeza do DEM-PP (UDN?), do PSDB (PDC?) e do único partido sem raízes no passado (PV). E cosi la nave và...... Para trás, obviamente! Como diriam, respectivamente, Getúlio e Geisel se fossem vivos: “Trabalhadores do Brasilllll” ! “Meia volta volver!” .