Friday, December 22, 2006

“Nenhum Privilégio”
Graças à mídia e à repulsa da sociedade não se efetivou o aumento inoportuno da remuneração de nossos congressistas, tão desejada pela maioria deles. Após as acintosas absolvições dos envolvidos em escândalos de corrupção, a população brasileira não agüenta mais manobras feitas por políticos em benefício próprio. Hoje, pude ouvir de Ney Suassuna, ou alguém com sua voz, pois de onde estava não via as imagens da TV, sua crítica à idéia de se solicitar ao executivo transporte aéreo especial para os congressistas visando a poupá-los dos atrasos de vôos e confusões correlatas no Aeroporto de Brasília. Também pude ouvir o argumento de um político a favor dessa idéia que afirmou não se tratar de privilégio, já que se prevê a redução dos subsídios do congressista que se utilizar de avião do governo no mesmo valor da tarifa que seria paga à companhia comercial. Terminou dizendo que assim não haveria nenhum privilégio. O que irrita qualquer pessoa de raciocínio mediano é o descaramento e primarismo como nossos políticos argumentam em favor de seus privilégios, em que o maior deles é trabalhar poucos dias da semana. E quando o fazem, salvo as honrosas exceções que felizmente ainda existem, somente se dedicam a interesses pessoais e eleitoreiros. Para tristeza nossa, as duas alternativas que se apresentam para julgarmos o caráter do político defensor dessa proposta, tornam-no execrável em qualquer uma delas: a primeira, é que se trata de malandro que sabe bem o que é privilégio e tenta desviar a atenção para o pagamento da passagem; a segunda, é que se trata de pessoa de parco raciocínio, pois a simples leitura do significado de privilégio - “vantagem que se concede a alguém com exclusão de outrem...” – o levaria a pensar na população que sofre em nossos aeroportos em conseqüência da crise causada pela incompetência do Governo Federal e do Congresso Nacional. Além disso, do ponto de vista da segurança nacional não seria recomendável que congressistas lotassem vários aviões do governo, pois em caso de acidente com um deles o País poderia sofrer perdas irreparáveis. A população brasileira quer que nossos representantes trabalhem com afinco e competência; e por isso mesmo deseja que viajem com segurança. Feliz Natal e Próspero Ano Novo é o que desejamos a nossos congressistas, inclusive aos que esqueceram de seu papel na sociedade. Sempre é tempo de se redimir.

Monday, December 18, 2006

JANELAS
Windows em inglês, revolucionou o sistema operacional de computação ao nos permitir trabalhar com vários sub-sistemas, mantendo-os abertos e prontos para atender a nossas necessidades. O espírito do WINDOWS, porém, não vinga na mente da elite de nosso País. Hoje, ao saber das vitórias de nossa juventude nos esportes e na música – para quem não sabe, Arnaldo Cohen, veio de Nova York para tocar com a orquestra de Heliópolis, formada por jovens dessa extensa favela paulistana – ao invés de me regozijar com os feitos, fiquei triste. Os esportes e a música têm sido as frestas que nossa sociedade monoliticamente ignorante deixa abertas para o desenvolvimento e expressão das crianças e jovens pobres. O ensino público fundamental continua enterrando talentos e frustrando expectativas ao invés de ser um instrumento de criação de oportunidades que aproveitem a energia e a criatividade da população em atividades produtivas e úteis, hoje perdidas nos meandros da ignorância, violência e sofrimento. A elite política não consegue destravar o país, simplesmente porque está mais preocupada com seus próprios interesses, sejam eles materiais ou de outra ordem, como por exemplo, salvar a pátria, sem esquecer de "cacarejar" por qualquer coisa boa que faça, o mais irrelevante que seja. Essa vaidade, ou carência afetiva, tem sido responsável pela atitude dos detentores do poder somente se cercarem de pessoas incompetentes e bajuladoras. Quem não se lembra da disputa sobre a paternidade do plano real? E das frases repetitivas do atual presidente de que “ nunca na história deste país......” Se o Presidente Lula amadureceu, e está mesmo interessado no bem de nossa população pobre, convide seu ex-correligionário Cristovam Buarque, ou alguém de sua envergadura, para ser o Ministro da Educação e dê-lhe apoio e sustentação política como o fez para Palocci e Meirelles em seu primeiro mandato. Escancare a janela da educação, afastando dela disputas político-partidárias ou ideológicas. E continue trabalhando, e muito, para que as demais que travam o desenvolvimento sustentado de nosso País também se abram. Encerre sua carreira política como estatista e se mantenha como tal; como reserva de sabedoria e discernimento para os momentos difíceis de nosso país. De políticos, politiqueiros e líderes populistas o Brasil está cheio. Faltam-nos estadistas.

Sunday, December 17, 2006

DETERMINAÇÃO
Todos nós sabemos do que se trata. E também já passamos por experiências em que ela nos faltou. Ontem, porém, pude avaliar, em termos físicos, isto é, de força, sua influência. Como não conseguia desatarraxar as uniões que prendiam uma bomba elétrica aos canos de entrada e saída de água comprei uma chave inglesa com 14” (cerca de 36 cm). Ao aplicá-la à união de 1” (2,54cm) preocupei-me em não usar todo o torque propiciado pelo longo braço da chave com medo de quebrar essa união. Além disso, na união de PVC marrom de 3”( 7,62cm) a chave não abria o suficiente e o trabalho teria de ser feito com minhas próprias mãos. Tentei várias vezes, inclusive colocando um pano para que elas não escorregassem no cano, e não consegui. Um detalhe: ora tentava girar a união de um lado, ora de outro, pois não tinha certeza de que lado ela desatarraxava. Com a ajuda de um encanador, retiramos o conjunto, soltando outra união mais acima, pois aquela ele também não conseguiu. Constatei, ainda, que o próprio encanador (pedreiro que sabe de tudo, na realidade!) não tinha certeza do lado certo para girar. Já na oficina em que deixei a bomba para consertar, expliquei ter levado um pedaço desnecessário de cano por não ter conseguido soltar a união que o prendia à bomba. Quem a recebeu, era um senhor mais idoso que eu. Riu e a retirou com facilidade. Disse-lhe que me julgava com pouca força nas mãos diante dele. Respondeu-me que me faltou determinação, pois não tinha certeza de que lado devia girar a união. Após me explicar como identificar o lado que gira – muito fácil de entender, aliás - afirmou que tinha certeza de que na próxima vez a desatarraxarei, pois teria a determinação necessária para fazê-lo. Em outras palavras, a dúvida é a maior inimiga da determinação.

Hoje ouço no rádio que o Internacional ganhou do Barcelona porque jogou com garra. E que faltou determinação no Barcelona, especialmente por parte de Ronaldinho Gaúcho. É surpreendente que um time de futebol milionário não possua em seu quadro psicólogos que sugerissem à direção do time a liberação de Ronaldinho Gaúcho do jogo de hoje. É óbvio que os jogadores conseguem se mobilizar para jogar com garra e buscar a vitória de seu time. Nesse caso, porém, é mais do que simples mudança de time. Trata-se do Internacional, time do Brasil, e do estado que lhe deu o cognome Ronaldinho Gaúcho. E mais: Ronaldinho Gaúcho jogou no Grêmio e viveu, ainda que por pouco tempo, a rivalidade com o Internacional. Como mobilizar, portanto, sua determinação, se seu coração estiver dividido? E, por isso, com dúvidas, mesmo que inconscientes, de que se o Barcelona derrotasse o Internacional devido a sua atuação seria ele o causador da tristeza e do abatimento de sua gente; justamente na região em que nasceu, cresceu e aprendeu a jogar futebol com a alegria que conquistou o mundo?

Sunday, December 10, 2006

DESGASTADO
Foi assim que o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno se referiu ao equipamento de controle de vôo Cindacta 1, em entrevista que ouvi na quinta-feira última. Segundo notícia da Folha de São Paulo, publicada hoje “ ...o comandante chegou a admitir que o equipamento do Cindacta 1 estava "desgastado". Logo em seguida, ao ser questionado por um jornalista, voltou atrás. "Houve falha de comunicação, eu não quis dizer isso. Esse equipamento tem seis anos, tem características desgastadas, mas cumpre sua finalidade com segurança", afirmou. Confesso que me assustei, e com razão, pois em todas as definições sobre o termo no Dicionário Aurélio que podem se aplicar a equipamentos, trata-se de situação irreversível. Ou se troca, ou se corre riscos em função do nível de desgaste. Pode ser que o comandante Bueno cometeu um “lapsus linguae”, dando opinião técnica responsável contra a sua própria vontade; ou quis, conscientemente, afirmar o que pensava e, para não ser punido por seu superior, ironicamente se desdisse: ou, finalmente, ele é que está desgastado. Não o equipamento. É difícil aceitar que se referia a características desgastadas, quando poderia simplesmente dizer, o que todo mundo entenderia: características obsoletas.

Friday, November 24, 2006

Canadá busca mão-de-obra especializada no Paraná
Ligia Martoni de O Estado do Paraná

Imigrar para o Canadá pode ser mais fácil do que muita gente pensa. Segundo especialistas, o país tem um dos processos mais rápidos do mundo para recepção de estrangeiros qualificados e aptos a contribuir para o desenvolvimento da economia local. Além disso, está de olho nos brasileiros devido a sua facilidade de integração e oferece oportunidade de trabalho nas mais diversas áreas, com salários promissores.
É justamente essa possibilidade que o departamento de imigração da Província do Quebec explica em suas palestras - em Curitiba, a próxima deve acontecer entre março e abril do ano que vem e as inscrições já estão abertas pelo site www.imigracao-quebec.ca. Com uma política de imigração aberta, o país tem carência de mão de obra especializada e baixos índices de natalidade. Além disso, o governo acredita que a imigração contribui para a diversidade cultural e para manutenção da língua oficial - o francês - na província.
Soraia Tandel, agente do departamento de imigração, explica que vagas existem para todos aqueles que fizerem uma pontuação mínima dentro do perfil esperado. Jovens com até 35 anos estão na faixa etária mais bem posicionada, não importa se solteiros, casados, divorciados, com ou sem filhos. A formação deve ser universitária. Mais recentemente, a demanda tem sido maior ainda por profissionais com capacitação tecnológica. “Não importa a área de formação, exatas, humanas ou biológicas. O importante é que a pessoa tenha certa experiência profissional e disposição para aprender francês antes de imigrar”, acrescenta.
O primeiro passo é ir às palestras. Decidido, o candidato tem de estudar a língua e preparar os documentos necessários para a solicitação do visto de residente permanente, que permite morar e trabalhar legalmente no país, com direito a atendimento de saúde e educação até o ensino médio gratuitos. “Esse dossiê é enviado ao escritório do Québec em Buenos Aires e, quatro meses depois, é feita uma entrevista para checar a documentação, saber o porquê da vontade em migrar e avaliar o francês”, explica Soraia. Se a pessoa for aceita, recebe em seguida um certificado de seleção, solicita autenticação do visto junto ao consulado e aguarda a verificação dos documentos por parte do governo canadense. O processo todo leva cerca de um ano e tem custos considerados razoáveis no que concerne a imigração.
“Enquanto isso, a pessoa vai se preparando, já que é preciso ter uma reserva ao se instalar no país. No entanto, ao chegar ao Québec, o governo oferece mil horas/aulas gratuitas de francês e ajuda o imigrante a inserir-se no mercado de trabalho”, afirma a agente. Segundo Soraia, pode demorar um, dois ou até seis meses, mas fatalmente o emprego aparece. “E enquanto não sai trabalho na área de atuação, a pessoa pode atuar em outros ramos apenas para ganhar dinheiro rápido”, diz. Contente com o salário - que em geral varia entre US$ 25 mil e US$ 50 mil -, depois de três anos no país o imigrante pode solicitar a cidadania canadense.

Adriane e Alexandre estão ansiosos com a partida para o Canadá. A fonoaudióloga curitibana Adriane Andrigheto, 33 anos, já está na última etapa do processo e aguarda para logo o chamado do governo canadense. Junto com o marido, o administrador Alexandre Lemes, 36, ela espera finalmente atuar em sua área de formação com um salário digno do investimento que fez na faculdade. “Pesquisamos bastante sobre o país e, quando fomos à palestra, apenas confirmamos nosso interesse.” A motivação principal, ela diz, foi a falta de qualidade de vida no Brasil e a oportunidade de ganhos justos. “Tive de sair da minha área de atuação porque era impossível viver apenas com o que ganhava como fonoaudióloga.”
O marido pretende atuar com marcenaria, hobby que pratica nas horas vagas em Curitiba, mas que, no Canadá, rende excelentes salários. “Claro que ele terá de estudar, assim como eu, mas estaremos investindo em um futuro certo”, acredita. Quanto ao francês, o primeiro contato com a língua foi depois de tomada a decisão. “E o melhor é que foi paixão à primeira vista. Agora, já conseguimos nos comunicar razoavelmente bem”, diz Adriane, que aproveita o tempo de espera para investir ainda mais na língua e no pé-de-meia para recomeçar em outro país.

COMENTÁRIO MEU
No mundo globalizado, até gente qualificada tem preço e se importa e se exporta. Daí eu ser contra qualquer subsídio à qualificação superior. SOMENTE NA PRÉ-ESCOLA E ESCOLA FUNDAMENTAL o ensino público deve ser universal e gratuito. Ensino médio profissionalizante, faculdades tecnológicas e universidades deveriam ser pagas: públicas e privadas. Nesse caso, os pobres talentosos receberiam financiamento a longo prazo para freqüentá-las. No caso acima, da fonoaudióloga e do administrador, por exemplo, que vão de vez para o Canadá, caso não tivessem ainda pago eventual empréstimo feito pelo governo para que realizassem seus cursos de nível superior, somente deixariam o país se assinassem um compromisso de fazê-lo, remetendo recursos do exterior. Acho injusto que outros brasileiros tenham de viver em mercado de mão de obra competitivo sem ter tido a oportunidade de receber educação fundamental de qualidade por falta de verbas públicas, hoje em grande parte direcionadas para o ensino superior gratuito. Nossas escolas públicas fundamentais deveriam ensinar para valer o português e, também, deveriam habilitar qualquer cidadão brasileiro que as freqüentassem, a falar, ler e até escrever o básico no latim deste milênio: a língua inglesa. Os professores e professoras de Inglês deveriam ser importados numa primeira fase para garantir elevada qualidade no ensino. Não foi assim que se estruturou a USP para formar a elite profissional de São Paulo de graça? Nosso conhecido Deputado Federal Paulo Salim Maluf chegava de automóvel com chofer para assistir às aulas na Escola Politécnica, segundo relato de colegas seus. Por que não assegurar aos alunos de escolas públicas fundamentais também o acesso que as classes econômicas mais altas propiciam a todos seus filhos: o conhecimento do Inglês? Empanturrar nossa população pobre de computadores e informática com acesso à INTERNET serve muito pouco se ela desconhece o Inglês.

Monday, November 20, 2006

MAIS CONFUSÃO
Confesso que quanto mais leio sobre discriminação contra negros e pardos no Brasil, menos entendo o que está acontecendo. Desconheço as causas dela e suas conseqüências e, por isso mesmo, acho difícil aceitar as soluções que se discutem. Trata-se de um assunto extremamente politizado em que dados e avaliações científicos são apresentados de forma improvisada pela mídia, gerando mais confusão do que esclarecimento. Até pouco tempo usava-se, indiferentemente, a designação de preto ou negro aos indivíduos de cor muito escura e de mulato aos mais claros. Mais recentemente, tornou-se ofensivo referir-se a alguém como preto; o correto seria negro. Diga-se de passagem, o inverso do que acontece nos EUA. Também, até pouco tempo, costumava-se chamar os imigrantes de acordo com o país ou região de origem – muitas vezes agregando-os erroneamente, como o caso de sírios, libaneses e turcos, chamados todos de turcos; a primeira geração de descendentes, nascida no Brasil, era tratada como brasileiros filhos de imigrantes. A partir da segunda geração, porém, ignorava-se simplesmente a origem, devido à forte miscigenação presente no Brasil. Hoje, contudo, o negro deixou de ser brasileiro negro para se tornar um afro-descendente, não importa o número de gerações que o separa do escravo (imigrante) africano que lhe deu origem. Já se fala, em alguns círculos, em ítalo-brasileiros, teuto-brasileiros e toda uma segmentação importada dos EUA para descendentes de europeus. Como a cor de nossa pele nunca serviu, não serve e não servirá para classificar nossa população, devido aos infinitos matizes entre o branco e preto, introduziu-se uma classe intermediária conhecida como parda. Se houvesse algum sistema científico que pudesse medir corretamente o grau de presença das cores preta e branca na pele do brasileiro poderíamos separar nossa população em quatro categorias, quais sejam: preta, pardo-preta, pardo-branca e branca. Qual o propósito científico disso para análises de políticas públicas, confesso minha total e completa ignorância. Cada vez maior, diga-se de passagem. Como isso não foi possível - ou pelo menos sequer foi cogitado - escolheu-se uma solução genial: as próprias pessoas declaram suas cores e, com isso, criam-se três classes: preta, parda e branca. Posso imaginar o drama de um mulato claro que é tratado como branco e que tem plena consciência que sua avó ou avô era negro. Ou do brasileiro que mal conhece a origem de seus avós e nasceu branco para todos os efeitos, mas que nota em algum tio ou parente próximo traços de mulato. Hoje é o dia da consciência negra. Acho muito bom que busquemos tirar do porão e trazer à luz os crimes e as injustiças praticados contra negros. Mas, também, contra índios e, porque não, brasileiros miscigenados, ou não, que também foram explorados e injustiçados e que ainda sofrem em decorrência de um sistema político, social, econômico e cultural que lhes negou e ainda lhes nega igualdade de oportunidades. Feito isso teremos de buscar formas de corrigir a perpetuação dessa situação, de forma democrática, transparente e universal. E sob esse aspecto, ainda que os negros e os autodenominados pardos constituam o maior contingente da população sacrificada pela ausência de oportunidades para seu desenvolvimento sócio-econômico e cultural, não devemos esquecer, também, dos autodenominados brancos que também sofrem com isso e por isso. Em outras palavras, necessitamos políticas que envolvam todos brasileiros que não conseguiram, ainda, romper os grilhões da ignorância e da miséria devido a discriminações e omissões de toda espécie nos campos da saúde, saneamento, educação fundamental, treinamento profissionalizante, segurança, habitação, bem como devido a estruturas obsoletas do governo que não consegue proporcionar ao cidadão comum o mínimo necessário de segurança e justiça para que possa ser livre e exercer plenamente sua cidadania. Nós brasileiros somos todos iguais perante a lei e contamos com igualdade de oportunidades para nossa ascensão profissional e integração sócio-econômica e política no País sob o ângulo dos preceitos constitucionais e legais vigentes no País. No Brasil discriminação é crime e como tal deve ser tratada. Se na prática não é verdade, cumpre a todos e a cada um de nós lutarmos para que se torne real. E não será por meio de novas políticas estruturadas em estudos, pesquisas e avaliações caricatas de nossa realidade que conseguiremos progredir e proporcionar a nós brasileiros e nossos descendentes oportunidades cada vez maiores para sua auto-realização.

Hoje, leio na primeira página da Folha de São Paulo o seguinte título de notícia: “Cresce o número de negros nas Universidades”. Ontem, li no Estado de São Paulo, artigo sobre o mesmo assunto com o seguinte título: “Desigualdades raciais (sic) persistem na educação e no trabalho”, seguido do subtítulo “IBGE revela que no acesso à universidade, por exemplo, diferença entre brancos e negros é maior hoje que há quatro anos”. A leitura desses dois artigos não me esclareceu nada. Só me confundiu.

Saturday, October 28, 2006

DOSSIÊ
Lula não cansa de repetir que foi prejudicado pelo dossiê e por isso não pode ser acusado de ter se interessado nele. É óbvio que qualquer maracutaia ao ser descoberta prejudica seus autores. Porém, se a denúncia tivesse êxito, nocauteava-se, de uma só vez, Alckmin e Serra. Por que o PT ao tomar conhecimento do dossiê não o levou à polícia federal? Foi isso o que fez Rosely Souza Pantaleão, identificada pela PF como fundadora e integrante do PSDB em Pouso Alegre, MG, ao ter em mãos a revelação da origem do dinheiro do dossiê. O que se estranha, neste caso, é o primarismo da história urdida em Varginha, MG. Ao invés de uma bomba, transformou-se, em menos de 24 horas, num traque, ou seja, numa farsa. Continua, portanto, o mistério sobre a origem do dinheiro encontrado com os petistas flagrados no Hotel Ibis, em São Paulo, na madrugada de 15 de setembro, com US$ 248,8 mil e R$ 1,75 milhão, destinados a compra do dossiê. Somente Freud para explicar essa neurose que acomete o PT de não querer revelar de onde veio essa dinheirama, jogando para baixo do tapete do inconsciente a lembrança desse ato criminoso.

Tuesday, October 24, 2006

DOUTOR SEM EMPREGO
Segundo dados veiculados pela mídia, um em cada quatro brasileiros, que se formaram entre 1.992 e 2.002, não consegue emprego. Afirma-se, ainda, que o diploma universitário deixou de ser fator determinante na conquista de renda e emprego. A desejada inclusão social de grupos de baixa renda poderia ser conseguida por meio de ensino básico e médio profissionalizante de boa qualidade. Além de garantir-lhes profissão e renda, conseguiria proporcionar-lhes conhecimento suficiente para competir nos exames vestibulares, caso desejassem continuar seus estudos. Contudo, o Governo Federal escolheu um atalho: criar quotas que permitam o ingresso em universidades de candidatos menos qualificados. Vamos rezar para que os “quotistas” do governo se tornem profissionais competentes, apesar de sua formação básica ter sido deficiente. E mais tarde não sofram, já com diploma universitário debaixo do braço, as conseqüências de ter de competir, em mercado trabalho já saturado, com outros doutores mais qualificados.
DOUTORES
No Brasil, todo homem posudo e bem vestido é chamado de doutor. Os flanelinhas dão o título de doutor “honoris carro” aos mais afluentes. Como combater o Tsunami de doutores e doutoras que nos afogará com a criação de uma universidade em cada "cidade-polo" (sic), como promete Lula? Em pouco tempo seremos a república dos doutores sem emprego e sem renda; e o que é pior, sem competência. O que o Brasil necessita para seu desenvolvimento econômico e social é de gente qualificada em todos os níveis de educação profissional. Segundo especialistas em ensino superior já temos universidades demais e qualidade de menos. Com a facilidade criada pelo MERCOSUL, se Lula cumprir sua promessa, importaremos doutores argentinos competentes e exportaremos doutores brasileiros incompetentes para trabalhar em hotéis e restaurantes de Buenos Aires. A globalização é cruel com a incompetência.

Sunday, October 22, 2006

Muitos jornalistas

não contribuem para o fortalecimento da democracia ao agirem como o cidadão comum que transforma eleição em jogo de futebol. Ao invés de avaliar, em profundidade, as diferenças e as inconsistências das alternativas políticas apresentadas e discutidas para assegurar nosso desenvolvimento econômico e social, empanturram-nos com placares e análises de pesquisas eleitorais. Alckmin disse o seguinte: 1. quem cria emprego são empresas privadas; 2. para haver investimentos, além de juros baixos e demanda crescente, é preciso haver demonstração clara do comprometimento do Estado brasileiro com o sistema capitalista competitivo (é o choque capitalista a que se referia Covas); 3. para baixar os juros sem inflação e abrir espaço para o investimento privado é imprescindível que se reduza o tamanho e a voracidade do setor público brasileiro; 4. o aumento de produtividade do trabalhador, que eleva salários e cria empregos sem inflação, depende de melhoria notável na qualidade dos ensinos fundamental e profissionalizante e do aproveitamento pleno das novas oportunidades criadas; 5. para que isso aconteça é necessário investir em saneamento, saúde, educação, habitação e segurança pública e mobilizar o setor privado, dando-lhe condições para que realize os necessários investimentos na infra-estrutura econômica. Como nem todos brasileiros conseguirão uma renda mínima para viver, compete ao Estado transferir recursos para sua sobrevivência. Nas palavras de Alckmin: deve-se dar o peixe ao mesmo tempo em que se ensina a pescar. Por acreditar nessa política é que votarei nele e espero que outros o façam, também.

Friday, October 20, 2006

O "sindicato" está de volta!

Excelente artigo de Fernando Rodrigues, publicado na Folha (18.10) com o título acima. Acrescentaria, porém, que o maior mal de nosso País é a falência do sistema jurídico. Maluf foi absolvido no processo sobre doação de automóveis a jogadores de futebol, trinta anos depois. Os demais continuam em andamento, permitindo que se vanglorie que nunca foi condenado. É a indústria de recursos, exercida por grandes advogados. que protela as sentenças finais. Os candidatos Lula e Alckmin deveriam dizer o que cada um fará, se eleito, para que ladrão, seja ele quem for, vá para a cadeia. De preferência, antes de morrer!

Thursday, October 19, 2006


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OCTAETÉRIDE FERNANDISTA

O Prof. Delfim Netto, em seu artigo Lógica e Nietzsche, publicado na Folha (8/10), observa nosso País e sua economia sob ângulos novos e elucidativos. Como todo político que se preza, porém, esquece aquilo que lhe convém: a aguerrida e destrutiva forma de oposição do PT durante o governo FHC. Pergunto-me qual é o objetivo de seu artigo “nesta altura do campeonato“? Eleitor declarado de Lula, Delfim Netto simplesmente contribuiu para a sua estratégia de campanha eleitoral que é comparar a octaetéride fernandista com a tetraetéride lulista. Todavia, para mim e para a maioria dos eleitores brasileiros o adversário de Lula nesta eleição é Geraldo Alckmin. E se Lula continuar insistindo que é FHC, o TSE pode caçar sua candidatura por incapacidade de identificar seu adversário!