Sunday, August 20, 2017

Ministro Gilmar Mendes

O Ministro Gilmar Mendes se expõe muito à mídia e, consequentemente, acaba sendo obrigado a manifestar pensamentos e a adotar posturas improvisadas pouco consentâneas com os cargos que ocupa em órgãos da mais alta magistratura do País. No caso recente em que retirou pessoas recém presas sob suspeita de corrupção no relacionamento de suas empresas privadas de transporte público com o setor público carioca, fiquei surpreso com a seguinte afirmação sua. " Não sou amigo de........ Fui simplesmente padrinho de casamento de sua filha" . E acrescentou que teria sido o único contato que teve com o pai da noiva, pessoa cuja suspeição de corrupção levou-o à prisão e, posteriormente, solto por ato do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. 

Ao invés de justificar clara e objetivamente a razão de não ter se declarado impedido de julgar esse caso, lançou em nossas mentes tantas dúvidas mais que melhor seria não ter falado nada. Chamar, indiretamente, juízes que evitam controvérsias públicas sobre suas posições de isenção em julgamentos de pessoas íntimas e de seu relacionamento social, de covardes, apresentando-se como corajoso e imune a situações de constrangimento social, somente se justificaria diante de um julgamento de alta relevância para o País que pudesse afetar o respeito à nossa Constituição por pessoa amiga, conhecido ou parente seu, mesmo que próximo, em que seu voto fosse decisivo para garantir o respeito a nossa lei maior. No caso em foco, além de ato de pouco importância,  para não dizer corriqueiro, somente gerou confusão e desgaste de sua imagem perante a opinião pública e afetou negativamente o conceito da população sobre os juízes da mais alta corte em momento crítico de que ela mais precisa demonstrar sobriedade e recato.