Friday, March 23, 2007

ATO PACÍFICO
Li hoje a seguinte notícia, publicada em Jornal do Paraná:

"Estudantes pedem passe livre na capital
por Ligia Martoni [23/03/2007]

Estudantes dos colégios Estadual do Paraná, Instituto de Educação do Paraná e Hildebrando de Araújo participaram ontem, em Curitiba, de um ato realizado simultaneamente em cinco capitais do País pedindo o passe livre. A reivindicação gerou transtorno com a ocupação da canaleta do biarticulado sentido norte-sul na Avenida João Gualberto, em frente ao Colégio Estadual do Paraná, obstruindo a passagem dos ônibus por cerca de 40 minutos. Os manifestantes interditaram também o cruzamento com a Avenida Luiz Leão, atrapalhando o trânsito no local. Apesar do transtorno, não houve maiores tumultos e ninguém saiu ferido. Segundo o primeiro vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes (Ubes) no Paraná, Rafael Clabonde, o movimento - que reuniu estudantes também na Praça Rui Barbosa - tinha por objetivo pressionar o poder público para a gratuidade da passagem de ônibus. “Foi apenas um ato pacífico com a nossa cara”, resumiu Rafael.
Em frente ao Colégio Estadual, o clima ficou um pouco tenso depois que a Patrulha Escolar exigiu a remoção do carro de som que os estudantes usariam para organizar o movimento. “Pretendíamos fazer um ato simbólico como desfecho, como pular a catraca, mas sem o som tivemos dificuldade em mobilizar o pessoal”, contou o estudante. Após uma hora de mobilização, por volta das 8h30, os manifestantes foram para as salas de aula.
Ônibus
Para protestar pelo passe livre, os estudantes impediram a passagem dos biarticulados Santa Cândida - Capão Raso das 7h50 às 8h30, ocasionando congestionamento nos tubos da linha em ambos os sentidos. Quem precisou do transporte teve de ter paciência para esperar o reforço enviado pela Urbanização de Curitiba (Urbs) e encarar veículos lotados. A Urbs tentou sanar o problema, enviando dez ônibus que iriam recolher para a canaleta norte-sul, desviando o local onde os estudantes estavam. Aos poucos, os tubos foram sendo descongestionados.
Já na Praça Rui Barbosa a manifestação foi mais branda e durou cerca de vinte minutos. A assessoria da Urbs informou que a Prefeitura já oferece como benefício a meia tarifa a estudantes de baixa renda. Somente no ano passado, a companhia atendeu a 25.727 alunos. "

É muito difícil se considerar séria a afirmação do líder estudantil Rafael de que “foi apenas um ato pacífico com a nossa cara”, Basta se ler a reportagem para se ter uma idéia da violência praticada impunemente contra a população curitibana. Além disso, os estudantes de baixa renda já recebem o benefício de pagar meia tarifa. É interessante se constatar que somente 25.727, repito somente 25.727, beneficiam-se desse subsídio. Por que somente esse número numa metrópole que já tem mais de 2 milhões de habitantes? Seguramente porque a maioria dos estudantes pertence a famílias que têm renda suficiente para pagar as tarifas inteiras. Ao tornar a passagem gratuita, como já se faz com os idosos, pobres ou ricos, além de se estar subsidiando pessoas com renda familiar suficiente para pagar as tarifas cobradas, está-se desviando recursos da Prefeitura Municipal de projetos e programas socialmente mais urgentes. Sem falar em onerar os demais usuários quando a prefeitura decide não subsidiar os serviços, gerando todo tipo de dirtorções e problemas para o transporte público. Infelizmente, continuamos a pensar que os recursos públicos vêm do céu. Como dizia um Ministro da Alemanha, quando a população pressionava o governo para obter mais e mais programas sociais gratuitos: “o povo alemão pensa que o governo é uma vaca que se alimenta no céu e solta seu leite na terra”. Ou educamos e alimentamos bem as novas gerações ou vamos gerar clima para manifestações desse tipo em todos os segmentos da sociedade que pensam em "tirar leite da viúva, custe o que custar" .
FIM

Friday, March 09, 2007

POBRES ALUNOS
O tema sobre alunos de escolas públicas tendo aulas em salas de lata foi objeto de intensa discussão política nas últimas eleições para Prefeito da Cidade de São Paulo. Pouco se falou, porém, se o volume mínimo (m3) de espaço por aluno era suficiente para garantir adequada renovação e circulação de ar; tampouco sobre ruídos excessivos; falta de espaço para atividades esportivas; riscos de trânsito no local. Enfim, ignorou-se o ambiente escolar. Mesmo em escolas privadas consideradas de alto padrão, encontram-se aberrações em suas instalações resultantes de adaptações mal feitas em antigas residências e edifícios. Em muitas delas, por exemplo, os alunos estão sendo seriamente penalizados neste verão. Não seria o caso de se fiscalizar também o ambiente escolar, seja ele público ou privado, além de se aferir a qualidade de ensino? É nossa obrigação moral proteger crianças, adolescentes e jovens - de todas classes sociais - de situações estressantes e nocivas a sua saúde, especialmente em nossas escolas. Se o governo não tem vistas para isso, os pais que abram seus olhos!