Saturday, February 25, 2012

Trem Vira-Copos Congonhas- Um teste de racionalidade

Oportuno o Editorial Econômico do Estadão com o título acima. A complexidade já atingida pelos serviços de transportes em nosso País, particularmente na Região Sul e Sudeste, exige que se proponham e avaliem redes ou sistemas integrados para depois escolher os projetos prioritários. Caso contrário, joga-se dinheiro público no ralo. Dois exemplos demonstram isso: 1. Na região de influência do trem de alta velocidade ligando Rio-S. Paulo-Campinas, não houve a coordenação necessária para se avaliar a estrutura de demanda atual de transporte público de passageiros e nos próximos anos que poderá ser atendida de maneira eficiente por ônibus e transporte aéreo face à renda média das diferentes classes de usuários e quando e com que características o trem-bala deveria ser construído de forma a conseguir uma receita que cubra as despesas geradas por esse projeto; 2. O complexo Anchieta-Imigrantes se congestiona esporadicamente na rodovia, demonstrando inquestionavelmente que os acessos urbanos têm mais capacidade do que a próprio complexo. No entanto, está-se iniciando dois custosos túneis com elevada capacidade no prolongamento da Av. Roberto Marinho para aumentar extraordinariamente a capacidade desses acessos. Além de transparência na licitação, deveria haver mais discussão e debate técnicos sobre projetos de investimentos públicos, sem interferência do blá-blá-blá político-partidário. Infelizmente, os dois projetos acima citados vão ser executados, queiramos ou não, pois os que decidiram isso provavelmente consideram que os setores de saúde e saneamento, educação, segurança pública, transporte público urbano, já têm recursos suficientes para atender as necessidades dos mais pobres.

Notas:1. Enviado a Cartas (Estadão de 22/5/12) e não publicada 2.Li-o hoje, domingo, dia 26/02, na versão impressa.

Friday, February 17, 2012

Concessão não é venda

Falem e escrevam senhores doutores da USP sobre a concessão-privatização dos aeroportos!. Caso contrário, nós pobres leitores, teremos de engolir calado a aula magna da Senadora Marta Suplicy, psicóloga e sexóloga de formação, publicada na Folha (11/2), com o título acima. Foi com muita paciência e exagerado contorcionismo em nossos neurônios cerebrais que lemos seu artigo, assim como os artigos do SIM e do NÃO relativamente à “Privatização” recente de Aeroportos brasileiros, publicados pela Folha. Esse assunto envolve elevadíssimas somas de recursos públicos que saem de contas controladas pelo governo – dinheiro do BNDES e de outros fundos estatais– para financiar o consórcio vencedor – e deste, retornando ao Tesouro Nacional sob a forma de ágio com o rótulo de “dinheiro novo” para gastos e investimentos públicos federais. Ademais, há muito que falar sobre a capacidade e experiência dos vencedores em administrar grandes aeroportos, garantindo o desejado equilíbrio econômico-financeiro, porém sem abuso nos preços e tarifas que direta ou indiretamente serão pagos por nós usuários desses aeroportos.

Nota: Carta do Leitor para a Folha no dia 12/2 e não-Publicada


Concessão e Privatização

Precisa-se, urgente, de profissionais não ligados a disputas político-partidárias e de “cabeças frias” para explicar à população de forma honesta e compreensível que o controle dos serviços públicos e de reservas de riquezas naturais são da competência do Estado. E que, nesses casos, a privatização somente se refere à operação e a bens que possam ser alienados sem prejudicar os serviços públicos e a sustentabilidade ambiental, no caso de concessões para aproveitamento de riquezas da natureza. Somente demagogos ou ignorantes podem imaginar que FHC, Lula ou quem foi ou for Presidente, possa vender rodovias, rios e lagos, aeroportos, por exemplo. Mesmo a exploração das riquezas naturais (petróleo, minério de ferro, aproveitamento de rios, etc. ) são objeto de contratos de concessão com objetivo, prazo e parâmetros definidos. Infelizmente, inverteram-se as posições entre PSDB e PT, e este último está sendo envenenado com o próprio veneno que produziu na era FHC. A grande diferença é que o PT adotou a política de conceder ao setor privado com o objetivo, não explícito, de reestatizar assim que "a INFRAERO aprender a administrar os aeroportos". É o modelo “Dilma”, já adotado na exploração de petróleo por Lula, em que a Petrobrás respira no cangote da empresa privada concessionária.
                                           FIM

Nota: Carta do Leitor enviada à Folha em 14/02 não publicada.

Tuesday, February 14, 2012

Carta da Ombudsman

Caro Eduardo,
passei a sua crítica para conhecimento da Redação.
att
Suzana Singer
Ombudsman - Folha de S.Paulo
Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar
01202-900 - São Paulo - SP
Telefone: 0800 159000
Fax: (11) 3224-3895
ombudsma@uol.com.br
@folha_ombudsman
http://www.folha.com.br/ombudsman/

Manifestação:

----- Original Message -----
From: Eduardo Daros
To: leitor@uol.com.br
Cc: ombudsman@uol.com.br
Sent: Sunday, February 05, 2012 4:40 PM
Subject: Painel do Leitor


Desigualdade na Cidade de São Paulo

A Folha poderia perfeitamente ter-nos poupado de "não deixar-nos de não ler" a reportagem (Domingo, 5/6) que busca demonstrar que ¿Não Existe Igualdade em São Paulo¿ por meio de índices espaciais apresentados sob o título bombástico: ¿Estudo Escancara Desigualdade Paulistana¿. O índice sobre empregos é simplesmente hilário: 2.219 vezes (desigual), não ocorrendo, antes de publicá-lo, o bom senso de analisar onde moravam os empregados e tampouco porque os originalmente pobres não foram recrutados para os postos mais bem pagos. Outro índice, refere-se a livro por habitante, com mais de 15 anos, em que se eliminam as crianças arbitrariamente, como se a leitura fosse direito do cidadão somente a partir dessa idade. O importante não é o livro em si, mas a plena capacidade de ler e compreender o que que leu, bem como expressar corretamente por via oral ou escrita idéias e pensamentos. A leitura é um instrumento fundamental no processo de aprendizado que modernamente somente termina com a morte do indivíduo. E por isso, é dever do Estado disponibilizar os conteúdos das bibliotecas e centros de documentação públicos a toda população, garantindo-lhe fácil acesso. Formas modernas de armazenamento e transmissão de textos, imagens e dados, eletronicamente do material fisicamente armazenado em bibliotecas localizadas no centro da cidade permitem que se faça isso. Qualquer habitante da cidade e do mundo que possua e saiba usar meio eletrônico de acesso via internet poderá usar todo o acervo central e outros, como o inestimável acervo particular do já falecido e sábio Midlin que está sendo digitalizado rapidamente. Qual o significado de livros por habitante armazenados nas áreas distritais da cidade para medir desigualdade nesse contexto? Nenhum. Ao invés de índices espaciais, como o de esportes, saúde, cultura e educação infantil, que surpreendente e erroneamente demonstram certa igualdade, o correto seria avaliar os custos e benefícios de investimentos e gastos públicos realizados cujos efeitos contribuem ou não para a redução de desigualdades na Cidade de São Paulo, considerando, além dos municipais, os recursos estaduais e federais. Acrescente-se, não só na instalação dos equipamentos públicos, como em sua operação visando a melhorar as condições físicas, mentais, culturais e de conhecimentos que torne efetivo o objetivo central das políticas públicas, o de assegurar a todo brasileiro igualdade de condições no aproveitamento das oportunidades oferecidas para progredir e se desenvolver em nossa querida Cidade de São Paulo. Isso não desmerece certos índices espaciais que "per se" são fundamentais para avaliação de desigualdades, como por exemplo, o de acesso a serviços de água e esgoto, infelizmente não apresentados na reportagem.

Observação: Como o painel somente publica carta de notórios políticos e instituições ou cartas com sabor de picolé de xuxu, resolvemos enviar nossa carta a Ombudsman pois o artigo com chamada em primeira página envolvia erros gravíssimos.

FIM