Wednesday, October 19, 2016

Medidas Prioritárias para a Proteção dos Pedestres - E.J.Daros*

As vias públicas e as obras e serviços complementares destinados ao trânsito rodoviário constituem um dos mais importantes e dispendiosos serviços públicos oferecidos à sociedade para circulação de veículos de passageiros e de carga, bem como de pedestres e ciclistas, tanto nas redes viárias urbana e suburbana, como nas redes rodoviárias interurbanas.

O estágio de nosso desenvolvimento face a necessidades sociais urgentes não tem gerado recursos públicos suficientes para financiar a construção e manutenção de vias públicas e das obras e serviços complementares destinados ao trânsito seguro e eficiente de veículos e pedestres. 

Necessitamos, portanto, com urgência, de arcabouço jurídico-institucional e administrativo-econômico-financeiro que permita a sua concessão ao setor privado para que este assuma esses custos e seja remunerado por tarifa de circulação rodoviária a ser paga pelos usuários. Dessa forma, também se corrige séria distorção no sistema de custos e tarifas de transporte do País vigentes no mercado causada por subvenção pública ao transporte rodoviário que o torna falsamente mais competitivo que os  serviços oferecidos nas demais modalidades cujos custos e tarifas já incorporam os da sua infraestrutura. O argumento de que se pagam impostos, taxas e até seguro obrigatório para se ter e operar um veículo de passageiro ou de carga e, em determinados trechos rodoviários até mesmo pedágio nas rodovias, é válido. Porém, dada a característica de não corresponderem à política que aqui se recomenda, qual seja a de cobrirem a parcela do custo corretamente calculado para categorias distintas de veículos e de uso da infraestrutura, gera situações absurdas. Exemplo maior disso é que o Imposto Territorial Urbano – IPTU seja utilizado, em grande parte, para cobrir os custos do trânsito rodoviário relativos à infraestrutura viária e obras e serviços a ela associados, reforçando a injustiça econômica imposta aos que andam a pé e circulam pouco de automóvel; imagine-se qual seria o valor do IPTU se também a prefeitura devesse arcar com os custos de oferta gratuita de eletricidade, de telefonia, de água e esgotos, bastando o cidadão comprar a geladeira, o telefone, o chuveiro e pagar os custos de sua instalação, como se faz com o carro.

No Brasil, não se tem acompanhado o desenvolvimento de novas técnicas de cálculo de custos rodoviários e métodos de sua correta cobrança dos diferentes usuários. No custo do serviço prestado ao carro particular  devem entrar o da construção, manutenção e recuperação periódica do pavimento das vias e das obras acessórias, como também o da operação do trânsito, como sinalização, fiscalização, resgates de veículos e cargas, e de passageiros feridos e mortos em acidentes, além da supervisão do sistema para garantir a segurança e o conforto dos usuários. Necessita-se de pesquisas de como se calcularem distâncias percorridas, pesos e volumes das diferentes categorias de veículos, fatores importantes dos custos para serem somados aos de sua operação privada.

Pergunta-se se o uso do GPS ou identificadores terrestres terão condições de aferir entre milhões de veículos em trânsito, a distância percorrida individualmente, em diferentes percursos utilizados por cada um deles? Qual o custo desse sistema e, se viável, qual seriam as tarifas por quilometro a serem cobradas dos diferentes tipos de veículos em circulação? Somente estudos e pesquisas poderão responder essas perguntas. E, finalmente, como se poderia testar o sistema concebido em projeto piloto em cidade pequena ou em área restrita de cidade grande?  

Apesar de sua importância, estamos longe de ter uma apropriação dos custos incorridos e não pagos pelos veículos automotores usuários das vias públicas. Não obstante, é necessário que tenhamos um sistema de tarifação de trânsito de veículos automotores que incorpore, também, os custos das obras e serviços que lhes possibilitam circular com liberdade e segurança em nossas vias públicas, sejam elas urbanas ou interurbanas. Trata-se de medida que melhora a eficiência do sistema produtivo ao permitir que a demanda e oferta de infraestrutura para o trânsito se ajustem diretamente via mercado, como já acontece com eletricidade, água , telefonia e outros serviços públicos. O atual sistema de financiamento público dessa infraestrutura não atende o mínimo esperado de racionalidade econômica e justiça social que deveriam nortear as ações das três esferas de governo que utilizam recursos de impostos, inclusive de imposto sobre a renda, para atender necessidades específicas de trânsito rodoviário constituídas pelo movimento de cargas e pessoas, sejam elas geradas nas etapas de investimento, importação, produção e de distribuição, sejam elas nas etapas de consumo  e de exportação. É necessário que se tenha claro o conceito de que a infraestrutura e os investimentos e serviços dela decorrentes visando garantir trânsito rodoviário eficiente e seguro é parte do sistema produtivo, que em democracias como a nossa se organizam e são operados livremente por meio dos estímulos de mercado em que a oferta e demanda interagem continuamente em busca de equilíbrio. Dificilmente, haverá estrangulamentos se a economia de mercado funcionar com razoável liberdade e nível de competição.

O Brasil em passado não muito distante impôs à população sérias limitações de acesso a serviços públicos em que o governo se apresentava como único fornecedor. A telefonia, entre outros, obrigava a população a comprar debêntures e posteriormente ações das empresas públicas com o objetivo de conseguir a instalação de um telefone. A distorção imposta ao usuário de telefones estimulou, inclusive, investimentos de poupadores que compravam linhas telefônicas e as alugavam aos usuários por mensalidades que lhes garantiam rentabilidade superior à poupança ou outras aplicações financeiras no mercado. Nos investimentos em infraestrutura rodoviária desenvolveu-se um sistema de financiamento baseado no consumo de  combustíveis e derivados de petróleo sobre o qual incidia o Imposto Único de Combustíveis e Derivados de Petróleo com rateio entre a União, Estados e Municípios conforme porcentagens definidas segundo certas variáveis  como frota de veículo, população e outras. Na segunda metade da década dos 60 e na metade da década dos 70 realizou-se no Brasil o maior estudo sobre o sistema de transportes do País cujo desenvolvimento e operação eram financeira e economicamente caóticos naquela época. Enquanto havia programas de asfaltamento distribuídos pelo Estado de Minas Gerais para garantir acesso a estâncias hidrominerais, no norte do Paraná, onde acontecia uma explosão de atividades agrícolas em que se destacava a produção de café, os motoristas dirigiam seus caminhões com lenços cobrindo a boca e o nariz, tal era a quantidade de poeira vermelha aderente gerada pelo trânsito intenso.

Os serviços públicos cuja prestação pode ser quantificada por sistema de aferição razoavelmente individualizado a ponto de permitir que se fixem preços ou tarifas unitárias, tendem a ser privatizados com sucesso, desde que se mantenha, porém, uma vigilância que evite cartéis e monopólios, destruidores do mercado competitivo. Os serviços de transportes estão rapidamente se integrando no mercado, como demonstram as empresas aéreas e os aeroportos, portos, ferrovias, hidrovias, infraestrutura rodoviária com elevado volume de trânsito por meio de concessões. Restam as rodovias com baixo volume de trânsito e, principalmente, infraestrutura rodoviária urbana.
                                                     São Paulo, 19/10/2016


*Corresponde ao item 49 das Medidas Prioritárias para Proteção dos Pedestres- recomendadas pela Associação Brasileira de Pedestres- ABRASPE  

Wednesday, October 05, 2016

Limite de Velocidade nas Vias Marginais

 Votei em Dória por ser um empresário escolhido pelo PSDB para ser seu candidato a Prefeito da Cidade de São Paulo. A razão disso é que penso ser mais fácil um bom empresário se tornar um bom político do que um mau político se tornar bom. Isso não quer dizer que a Cidade de São Paulo deva ser administrada como uma empresa de responsabilidade limitada O administrador profissional eleito pelos acionistas majoritários para dirigir uma grande empresa aberta com ações na bolsa, está mais bem preparado que o dono de empresa bem sucedido em seu próprio negócio, viciado em decisões monocráticas. Aquele presta contas a terceiros e este a si mesmo. Aquele jamais se expõe na empresa, ou fora dela, tomando decisões apressadas em áreas técnicas em que existem profissionais capacitados que nela trabalham sem antes conversar com eles e pedir-lhes que lhe expliquem as razões de manterem certos critérios ou rotinas que ele pensa mudar. E, mesmo assim, solicita ao Diretor ao qual a área técnica se subordina para pedir-lhe essas explicações para somente depois submeter à Diretoria Executiva para aprovação. Se há risco de resultado negativo, ainda que a probabilidade de ocorrer seja pequena, o assunto vai ao Conselho de Administração para simples informação. Nele sempre poderá surgir uma voz de cautela.

Assustei-me pelo fato do candidato Dória, recém eleito e a ser empossado em breve,  antecipar sua decisão de aumentar a velocidade dos veículos nas Avenidas Marginais, como se isso fosse de urgência e de grande importância para a população da Cidade e não um assunto delicado do ponto de vista das características técnicas das próprias vias marginais e do trânsito que ali ocorre. Garantir a segurança de nossas vidas ao transitar nas marginais é da responsabilidade da entidade com jurisdição sobre a via, como determina o Código de Trânsito Brasileiro:                                       Art.1º.-  §3°...respondem no âmbito das respectivas competências objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erros na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro”.

Em outras palavras, a entidade com jurisdição sobre as vias marginais terá de provar que eventual acidente e morte que ali venha a acontecer diante de denúncia de cidadão que atribua o dano sofrido à falha da citada entidade, ela terá de provar que não ocorreu nenhuma das indicadas no Parágrafo Terceiro acima citado. Em suma, o ônus de apresentar provas de que o trânsito no trecho em que ocorreu a morte ou acidente é seguro pertence ao governo e não ao usuário que o declarou inseguro.

Concluindo esta nota, penso que teria sido mais apropriado e prudente que nosso novo Prefeito eleito deixasse este assunto para ser resolvido pelo Secretário dos Transportes ao qual o DSV e a Companhia de Engenharia de Tráfego se subordinam. Ainda é tempo!                                                                                  

                                   São Paulo, 4 de Outubro de 2.016 

Monday, September 19, 2016

ALTERNATIVA AO CONGELAMENTO DE GASTOS

                       
 Ao invés de manter os gastos do governo estáveis em termos reais, que Bresser-Pereira chama de congelamento em seu artigo, com isso reduzindo sua participação no total do PIB quando ele cresce e aumentando quando ele cai, como propõe Meirelles,  o ilustre professor emérito da FGV sugere que os gastos do governo sejam uma porcentagem fixa do PIB,usando como parâmetro as porcentagens verificadas nos dois últimos anos” (sic)!   Seria interessante um exemplo numérico dessa alternativa em confronto com a proposta feita pelo Ministro Meirelles na conjuntura em que estamos vivendo. Até lá, sua alternativa não passa de simples opinião sem consequências práticas, salvo a de fornecer munição para manifestações políticas de leigos, sedentos de novidades para explicar a derrubada de Dilma. Estranhamente, é isso que ele faz no artigo ao abordar somente no final a alternativa que deu título a seu texto. Ao contrário, já no início  Bresser-Pereira afirma com todas as letras que foram três grupos de atores os responsáveis pela saída de Dilma:  os economistas e os partidos políticos liberais, associados aos oportunistas do PMDB. "Uma Ponte para o Futuro" de Temer uniu-os nessa empreitada,  completa Bresser-Pereira. Em suma, seu artigo não trata de economia política, tampouco de política econômica, mas de economia politizada temperada com política economizada. Para não repetir o que a população cansou de ouvir que houve golpe contra Dilma, ele afirma que interesses liberais e oportunismo político derrubaram DILMA.   

Nota: Artigo Publicado na Folha de São Paulo - OPINIÃO - Dia 16/09/16

Tuesday, June 07, 2016

INFINITO


O infinito existe porque acreditamos que ele existe. Em outras palavras, ele não é passível de verificação ou medição porque, então, deixaria de ser infinito. 

Ao indagar ilustre advogado sobre o prazo de julgamento do juiz sobre recurso que ele apresentou em processo de meu interesse, a resposta tem sido sempre a mesma:- não tem prazo. Respondo-lhe, então: -o prazo pode ser infinito? Sua resposta é imediata: - não é infinito, ele vai julgar-. Insisto, ainda: -se ele vai julgar algum dia, há um prazo incerto, porém provável. Qual seria o prazo provável? - A resposta do advogado é rápida e certeira: - não tem prazo provável.

Despeço-me, respeitosamente, encerrando um diálogo que não levou a nada. O prazo não é infinito, graças a Deus! O processo será julgado, porém em prazo imprevisível. Nessas condições posso afirmar com toda segurança que não será infinito como conceito filosófico, mas poderá sê-lo para mim. Afinal, nossas vidas são limitadas no tempo e o meu infinito se vai para sempre comigo.

Conclusão: a justiça brasileira precisa de ajuda urgente para melhor servir os mortais que dela dependem. 

Monday, May 30, 2016

Cumpra seu Dever de Eleitor

Nota de Esclarecimento

Meu caros amigos, e eventuais leitores deste nosso BLOG: enviei a carta abaixo a um Deputado Federal eleito em que votei nas últimas eleições. Escreverei em breve ao Senador que também ajudei a eleger. 

Faço isso, porque estou cônscio de que a democracia exige nossa permanente atenção sobre como estão funcionando nossas instituições, principalmente no concernente à atuação de nossos representantes periodicamente eleitos para legislarem e para garantirem o respeito a nossas leis e à Constituição. Além disso, para opinar sobre como estão agindo no concernente à proposição de novas leis que nos garantam o respeito à liberdade e sejam favoráveis ao desenvolvimento social e econômico de nosso País seguindo padrões de sustentabilidade a longo prazo. 

Neste momento crítico em que vivemos no Brasil em ambiente escancarado de corrupção jamais imaginado nas mais altos níveis do setor público, envolvendo todas as esferas de governos, particularmente, mas não exclusivamente, nos poderes Executivo e Legislativo Federais,  não podemos nos calar! 

Espero que o nobre leitor sinta-se mais do que um simples grão de areia de pouca expressão e dispensável de se manifestar sobre assunto que está levando nosso País à desagregação e a nós cidadãos ao sofrimento moral e físico.

Por favor, manifeste-se juntando-se a familiares e amigos contra a corrupção que nos assola e nos impede de viver em paz e com trabalho honesto e digno. A nossa saúde e sobrevivência estão sendo ameaçadas e afetam nosso próprio equilíbrio mental diante de um futuro incerto e cada vez mais devastador. Antes que surjam soluções que nos tragam mais frustrações e sofrimento, despertemos os nossos representantes de bem para que ajam; e o façam com a coragem e o desassombro demonstrados pelo Juiz Moro. 

E nós, nunca mais votemos em alguém  que não nos demonstre por meio de seu passado força de caráter e honestidade em seus propósitos. A mentira, o orgulho, a arrogância, a mania de grandeza de futuros Salvadores da Pátria contidas no caráter de muitos políticos corruptos devem ser contrastadas com a verdade, a modéstia, o trabalho eficiente, honesto e competente de nossos trabalhadores. E são essas últimas que devem estar presentes no caráter de nossos futuros candidatos a ser eleitos por nós. 

Afirmar que todos os políticos são corruptos e votar em qualquer um, ou escolher um deles porque lhe prometeu algo ou seja seu conhecido a quem possa recorrer para pedir favor, ou pior ainda, porque fala e promete mundos e fundos, é uma atitude clara e inegável que estará vendendo seu voto, mesmo que não tenha recebido uma moeda sequer.  

Um simples abraço de simpatia ou aceno em  comício a um político corrupto é o sinal verde do eleitor com falta de consciência e de caráter; é seu voto de simpatia que antecede seu voto na urna para que ele se eleja e nos atropele. Ainda que esse eleitor não saiba ele é, de fato, um agente corruptor. 

A  Carta Enviada 

                                                 São Paulo, 23 de Maio de 2.016
Prezado Deputado.......

Na qualidade de seu eleitor e defensor fiel e renitente do Estado Democrático de Direito, juntamente com parentes e amigos, confessamos apresentar sinais de fadiga, diante da contínua e insuspeitável manifestação popular de que “o Brasil não tem jeito porque todos os políticos são corruptos”.

O deputado Eduardo Cunha, e sua quadrilha, têm alimentado essa opinião acachapante sobre os políticos brasileiros ao desafiar com seus desmandos os próprios colegas deputados, a opinião pública, o judiciário e demais instituições democráticas públicas e particulares que buscam tornar nosso país uma nação civilizada e próspera. Seu exemplo estimula o cinismo e o atrevimento de políticos em todas as esferas do legislativo a praticar atos de corrupção e, posteriormente, utilizar-se de meios legais e ilegais visando a encobri-los ou, pelo menos, para evitar ou retardar sua condenação. O conjunto de leis e regulamentos, normalmente aplicados de forma permissiva na prática, revela sua ineficácia em afastar do Congresso Nacional deputados e senadores corruptos com privilégio de julgamento na Suprema Corte.

Felizmente, o Brasil, ao aderir à Convenção das Nações Unidas de Combate à Corrupção, obrigou-se a utilizar leis internas de delação premiada (Art. 37). A lei já existente destinada a crimes hediondos, em que se prevê a delação premiada, foi aplicada a casos de corrupção julgados pelo Juiz Moro de Curitiba. Ele aplicou-a com desassombro e competência para desvendar o sistema de corrupção engendrado no mais elevado nível dos Poderes Executivo e Legislativo Federais, em operação conhecida popularmente como Operação Lava Jato, envolvendo diretores e presidentes de grandes empresas empreiteiras e políticos membros do Congresso e dos mais altos cargos do Poder Executivo. Diante do assustador nível de corrupção revelado pelo Juiz Moro, a Suprema Corte aprovou os procedimentos adotados por ele nas investigações e condenações realizadas, não obstante manifestações contrárias de renomados advogados e juristas. Resta agora a nossos representantes que se mobilizem para atender ao desejo de seus eleitores de que se elimine a corrupção do Congresso Nacional e de nosso meio político.

Duas perguntas fazemos à Va. Exa., Deputado .......

Primeira, o que pode ser feito no Congresso Nacional para evitar a formação de quadrilhas de representantes do povo e empresários que tripudiam sobre os princípios éticos que deveriam nortear suas ações junto ao setor público, seja por alterações necessárias em nossas leis e regulamentos, seja por sua aplicação rigorosa e exemplar aos políticos, executivos e empresas envolvidos em corrupção.

Segunda, se nossos representantes honestos e ciosos de suas responsabilidades conseguirão se organizar e atuar de forma suprapartidária, com ética e eficiência, para eliminar de seu meio aqueles que pensam e agem no sentido de burlar leis e regulamentos em seu benefício próprio visando ampliar seu poder e patrimônio.

O que vimos ao vivo na televisão foi o deputado Eduardo Cunha, em julgamento por falta de ética, interferindo e ditando regras aos membros de sua quadrilha, cuidadosamente instalada na própria Comissão que deveria julgá-lo com isenção e objetividade. E agora, após intervenção do Poder Judiciário que o afastou do cargo de Presidente da Câmara e de sua presença no parlamento, afirmando que voltará a ocupar seu Gabinete. 

Enquanto não for cassado seu mandato, fora ou dentro do parlamento, seguramente o deputado Eduardo Cunha vai continuar perturbando o ambiente político brasileiro como é de seu feitio.  Esperamos, também, que o respeito à ética parlamentar não se limite a ele.                   

Certos de contarmos com sua preciosa atenção a esta nossa carta, aproveitamos a oportunidade para cumprimentá-lo pelo seu trabalho eficiente e honesto que vem realizando como nosso representante na Câmara de Deputados. 
                                             
                                               FIM.                                                                                                                                                           

                                                                                          

Monday, March 28, 2016

O PRÓXIMO PASSO

                                     O PRÓXIMO PASSO                
                                                                                              E. J. Daros
O próximo passo, após o impedimento de Dilma, é irmos todos às ruas novamente e exigirmos uma Assembleia Nacional Constituinte para modernizar nosso sistema político. E que seja constituída por notórios cidadãos egressos dos mais altos cargos dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo cujos currículos reúnam conhecimento, experiência e histórico de bom caráter (ficha Limpa). A lista inicial reuniria todos os cidadãos de bem que ocuparam os segundos escalões dos governos Federal, Estadual e Municipais (estes, somente da maior cidade das Metrópoles), em um determinado ano de cada um dos governos de Sarney, Itamar, Fernando Henrique e Lula, formando quatro grupos de representantes federais, estaduais e municipais. O ano seria escolhido pelo respectivo presidente ou por sorteio. Os Estados e Municípios utilizariam esses mesmos anos para suas listagens. Completada a listagem do País, ela seria submetida ao voto popular em cada Estado para seus eleitores escolherem seus representantes cujo número seria função da porcentagem deles no total do País.

Por exemplo, usando números hipotéticos:
Admita-se que, seguindo o critério inicial, chegue-se a 5.000 candidatos que aceitariam compor a Assembleia Nacional Constituinte. E que ela devesse ter somente 500 constituintes escolhidos diretamente pelo povo entre os 5.000 candidatos, ou seja, 10% do total. E que esses 10% seriam escolhidos por 100 milhões de eleitores distribuídos pelos 28 Estados e o Distrito Federal.

A mesmas proporções de eleitores de cada estado e do distrito federal seriam aplicadas sobre os 10%. Por exemplo, se o número de eleitores em certo Estado fosse de 15 milhões, isto é, 15% dos 100 milhões, sua lista deveria corresponder a um máximo de 1,5% dos 5.000 candidatos, ou seja, os 75 candidatos mais votados no Estado seriam seus representantes na Assembleia Nacional Constituinte. E se outro Estado possuísse  4% de eleitores, somente indicaria 20 delegados para representá-lo.

Finalmente, para que não se contamine a Assembleia Constituinte é fundamental que nenhum dos atuais políticos atuantes faça parte dela. Além disso, os que aceitarem participar não poderão exercer qualquer atividade política, posteriormente, pelo menos na próxima eleição.

Além disso, deve-se assegurar que o melhor que se dispõe em conhecimento e experiência seja mobilizado para tão importante trabalho. Para isso a Assembleia Nacional Constituinte deve dispor de orçamento para contratar serviços profissionais de consultores no país e no exterior. Quanto aos membros da Assembleia Nacional Constituinte deve-se-lhes assegurar um prazo limite para concluir seus trabalhos. A gestão financeira e administrativa da Assembleia Nacional Constituinte deve estar adequadamente equipada por pessoal qualificado para controlar o uso dos recursos que lhe forem destinados e, especialmente, os prazos estabelecidos na Programação.

A Assembleia Nacional Constituinte deveria se subordinar ao Poder Judiciário, dadas as condições e circunstâncias em que o Brasil se encontra hoje. Espero que a sugestão acima nos desvencilhe do atual sistema político altamente contaminado a ponto de por em risco todas as conquistas já alcanças até o momento.

www.ejdaros.blogspot.com
28/03/2016