Sunday, May 30, 2010

A verdade sobre a Droga

Folha 27-28-29/5 – Serra disse que o governo boliviano faz “corpo mole” ao deixar que ”de 80% a 90%" da cocaína entrada no Brasil seja "via Bolívia"; Dilma acusa-o de "demonizar" a Bolívia e agir de "forma atabalhoada"; a Polícia Federal informa que não é possível saber a origem das drogas apreendidas.

Folha 30/5 – A Divisão de Controle de Produtos Químicos da PF vazou a informação de que 80% da cocaína distribuída no país vêm da Bolívia - a maior parte na forma de "pasta"; em 2008, Morales expulsou da Bolívia cerca de 20 agentes do departamento antidrogas dos EUA; dois meses depois, firmou um acordo com o Brasil, segundo o qual a PF passaria a atuar na Bolívia no combate ao tráfico de cocaína e armas; até agora o acordo não saiu do papel; segundo Relatório de Amorim ao Congresso, a ONU divulgou que houve aumento contínuo na produção de coca na Bolívia no período de 2.003 a 2.008.

Conclusão minha: Na política externa, os confrontos com os EUA (democracia em Honduras; ajuda humanitária no Haiti; paz no Oriente Médio; apoio eleitoral a Evo Morales; apoio a Cuba, entre outros) foram e continuam sendo mais importantes que a busca de colaboração técnica e financeira com esse País no combate ao tráfico de drogas no Brasil e na América Latina.

Friday, May 28, 2010

"Piada" ser Vice de Serra por Patriotismo

Ex-presidente da federação mineira da indústria, Robson Andrade, eleitor de Dilma, disse que Aécio deve escolher seu destino, porque "sabe o que é o melhor para o país" (Folha 28/5). Se a sinceridade e a verdade fossem valores respeitados pelos políticos, Aécio diria que mais vale sua eleição garantida a senador do que se arriscar para ser Vice de Serra. Além disso, que desistira (por patriotismo, segundo ele!) de disputar a vaga do PSDB para candidato a Presidente para não se arriscar a ser derrotado. Por que iria, agora, ajudar na eleição de Serra? O que Aécio e os demais políticos sabem é o que é melhor para eles. O resto é retórica. Quem deve escolher o que é melhor para nosso país somos nós. Salvo alguns poucos estadistas, como Gandhi e Mandela, por exemplo, os políticos ambicionam "o reino, o poder e a glória." Em tempo: não está na hora de se extinguir o cargo de Vice?

Wednesday, May 19, 2010

São Paulo Saturada
O Editorial da Folha com esse título (19/5), que aborda a questão dos corredores de ônibus na Cidade de São Paulo, esqueceu o principal: como está estruturado e é operado o sistema. Por exemplo, o procedimento de pagar as passagens dentro do veículo permanece, não obstante utilizar bilhetes eletrônicos, mantendo aglomerações ou filas na entrada do veículo parado. Catracas e cobradores dentro dos veículos são um dos símbolos do estrangulamento do sistema. Linhas com destinos os mais variados transitam no corredor, com dezenas de pessoas abarrotando a estação de embarque à espera do veículo que as levará para o Jardim X ou Y. Enquanto isso, ônibus bi-articulados, que acomodam mais de uma centena de pessoas, param para embarcar ou desembarcar um único passageiro. Enfim, o sistema de corredores na Cidade de São Paulo não está “metronizado”. Quando o corredor está livre, o ônibus é uma excelente alternativa ao automóvel particular apesar das deficiências acima apontadas. O primeiro passo para dotar a área metropolitana de um sistema confiável, rápido e confortável de transporte de massa é entregar os corredores de ônibus ao Metrô para que os construa, opere e desenvolva como parte de uma rede em que os elos rodoviários e ferroviários seriam integrados visando a atender a crescente demanda de transporte de massa.E deixar aos municípios da área metropolitana os serviços de transporte público locais e de alimentação.

Thursday, May 06, 2010

Reajuste de Aposentadorias

Todos sabem que nosso sistema previdenciário tem um rombo financeiro a ser corrigido. Devido à defasagem dos reajustes dos aposentados pelo INSS, Lula encaminhou ao Congresso uma proposta de reajuste de 6,14% como compensação. E Deputados Federais, inclusive do PT e da base aliada, aprovaram 7,7%, rejeitando sua proposta. A respeito disso, os três pré-candidatos à Presidência – Dilma, Serra e Marina – manifestaram-se, afirmando, entre outras coisas, o seguinte:

Candidato 1- “O ministro Guido Mantega [Fazenda] é um homem responsável. O presidente Lula tem prestado muita atenção nisso. Vou apoiar a decisão que o governo federal tomar a esse respeito",respondeu diretamente ao repórter;
Candidato 2- "Imprensa me pergunta o que o presidente Lula deve fazer em relação ao aumento dos aposentados. O presidente tem um forte compromisso social".Essa manifestação foi dada, posteriormente, pelo Twitter, após ter-se esquivado de responder diretamente ao repórter;
Candidato 3- "É preciso saber de onde vêm as receitas, em função do déficit da Previdência", falou diretamente ao repórter.

Após ler essas manifestações, identifique os candidatos que as fizeram, lendo a matéria que foi publicada na Folha de 6/5. E, depois, pense sobre a atitude de cada um. E se quiser, seus comentários serão bem-vindos para publicação neste BLOG.

Monday, May 03, 2010

Discurso de Dilma

Ao falar de feitos econômicos e sociais, Dilma Rousseff se apresenta como protagonista do Governo Lula, o que é verdade. Contudo, não dá sequer uma colher de chá para o período de bonança em que a economia e o comércio mundial viveram nesse período. Tampouco, reconhece o trabalho árduo da equipe de Lula que deu continuidade à política econômico-financeira encetada e implantada por FHC em anos turbulentos, até hoje execrada pelo PT e, quem sabe, até por ela, o que não seria de surpreender. Palocci, que manteve a equipe técnica de Malan e Meireles, são os heróis a serem coroados pelo PT. As colunas mestras dessa política são o controle monetário, por meio de taxa de juros, de volume de crédito e de metas de inflação, bem como pelo monitoramento da taxa de câmbio flutuante com intervenções aleatórias sem definição rígida de bandas. A política fiscal operou com porcentagens de superávits primários nos orçamentos públicos federais visando a manter a dívida pública sob controle, tendo se afrouxado, recentemente, em aumentos substanciais dos gastos correntes com pessoal a ponto de comprometer a capacidade de investimento do Governo Federal que tanto prejudica a qualidade da infraestrutura hoje deteriorada. Nos Estados e Municípios, a Lei de Responsabilidade Fiscal, negociada e aprovada no período de FHC, controlou e controla as despesas públicas nessas duas esferas. A reforma do Sistema Financeiro, também no período FHC, expurgou os ativos podres do sistema, reestruturou o sistema bancário e estabeleceu regras para se manter a estrutura de depósitos e empréstimos sólida, com liquidez e confiável. Foi essa reforma, em grande parte responsável pela redução dos efeitos negativos da recente crise financeira mundial na economia brasileira. A demanda de produtos brasileiros no exterior, principalmente de produtos primários, e o excesso de liquidez internacional, não só garantiram o pagamento de nossas importações, como permitiram a constituição de reservas acima de US$ 200 bilhões, proporcionando a nosso País a conquista do chamado “grau de investimento” (investment grade) que representa o sinal verde para a aplicação de recursos de fundos do exterior, especialmente de aposentadorias e pensões. O Brasil vive hoje um circulo virtuoso que foi construído nos últimos 16-17 anos em que predominaram seriedade, competência e responsabilidade na administração de nossa economia. O que os candidatos devem mostrar a nós eleitores são suas credenciais e propostas para continuar nesse caminho aberto por FHC e trilhado por LULA, contrariando os ímpetos socialistas e estatizantes do PT. Se Dilma continuar nessa tecla de que a administração de FHC representou o “Reino da Desigualdade” quando todos nós sabemos que o Brasil foi e continua sendo um dos países com mais concentração de renda do mundo e que somente a longo prazo corrigirá isso por meio de sérias e profundas reformas no ensino básico e técnico-profissional; se ainda insistir, também, que Lula recebeu o País com inflação descontrolada, olvidando da tensão no mercado financeiro gerada antes e depois da eleição de Lula, quando o dólar ultrapassou R$ 4 reais; se continuar na ladainha que o capitalismo de Estado (estatização em sua linguagem) vai substituir o "fantasma do neoliberalismo" herdado de FHC, que na realidade nunca existiu, pois foi mantido por Lula; enfim, se continuar com discursos demagógicos e afirmações sem pé nem cabeça, somente contará com votos de eleitores radicais do PT e de eleitores ignorantes que infelizmente ainda são muitos em nosso eleitorado.
                                                FIM