Monday, May 03, 2010

Discurso de Dilma

Ao falar de feitos econômicos e sociais, Dilma Rousseff se apresenta como protagonista do Governo Lula, o que é verdade. Contudo, não dá sequer uma colher de chá para o período de bonança em que a economia e o comércio mundial viveram nesse período. Tampouco, reconhece o trabalho árduo da equipe de Lula que deu continuidade à política econômico-financeira encetada e implantada por FHC em anos turbulentos, até hoje execrada pelo PT e, quem sabe, até por ela, o que não seria de surpreender. Palocci, que manteve a equipe técnica de Malan e Meireles, são os heróis a serem coroados pelo PT. As colunas mestras dessa política são o controle monetário, por meio de taxa de juros, de volume de crédito e de metas de inflação, bem como pelo monitoramento da taxa de câmbio flutuante com intervenções aleatórias sem definição rígida de bandas. A política fiscal operou com porcentagens de superávits primários nos orçamentos públicos federais visando a manter a dívida pública sob controle, tendo se afrouxado, recentemente, em aumentos substanciais dos gastos correntes com pessoal a ponto de comprometer a capacidade de investimento do Governo Federal que tanto prejudica a qualidade da infraestrutura hoje deteriorada. Nos Estados e Municípios, a Lei de Responsabilidade Fiscal, negociada e aprovada no período de FHC, controlou e controla as despesas públicas nessas duas esferas. A reforma do Sistema Financeiro, também no período FHC, expurgou os ativos podres do sistema, reestruturou o sistema bancário e estabeleceu regras para se manter a estrutura de depósitos e empréstimos sólida, com liquidez e confiável. Foi essa reforma, em grande parte responsável pela redução dos efeitos negativos da recente crise financeira mundial na economia brasileira. A demanda de produtos brasileiros no exterior, principalmente de produtos primários, e o excesso de liquidez internacional, não só garantiram o pagamento de nossas importações, como permitiram a constituição de reservas acima de US$ 200 bilhões, proporcionando a nosso País a conquista do chamado “grau de investimento” (investment grade) que representa o sinal verde para a aplicação de recursos de fundos do exterior, especialmente de aposentadorias e pensões. O Brasil vive hoje um circulo virtuoso que foi construído nos últimos 16-17 anos em que predominaram seriedade, competência e responsabilidade na administração de nossa economia. O que os candidatos devem mostrar a nós eleitores são suas credenciais e propostas para continuar nesse caminho aberto por FHC e trilhado por LULA, contrariando os ímpetos socialistas e estatizantes do PT. Se Dilma continuar nessa tecla de que a administração de FHC representou o “Reino da Desigualdade” quando todos nós sabemos que o Brasil foi e continua sendo um dos países com mais concentração de renda do mundo e que somente a longo prazo corrigirá isso por meio de sérias e profundas reformas no ensino básico e técnico-profissional; se ainda insistir, também, que Lula recebeu o País com inflação descontrolada, olvidando da tensão no mercado financeiro gerada antes e depois da eleição de Lula, quando o dólar ultrapassou R$ 4 reais; se continuar na ladainha que o capitalismo de Estado (estatização em sua linguagem) vai substituir o "fantasma do neoliberalismo" herdado de FHC, que na realidade nunca existiu, pois foi mantido por Lula; enfim, se continuar com discursos demagógicos e afirmações sem pé nem cabeça, somente contará com votos de eleitores radicais do PT e de eleitores ignorantes que infelizmente ainda são muitos em nosso eleitorado.
                                                FIM

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