Saturday, November 28, 2015

ABUSO DO NOSSO TEMPO POR ATENDENTES ROBOTIZADOS

EXEMPLO DE ROBOTIZAÇÃO DO CLIENTE FEITO PELA TIM – 28/11/2015 (11:30)
  CHAT ON LINE OFERECIDO AO CLIENTE 
Cliente: 
"Desejo saber que tipo de plano família estou utilizando, pois não consigo identificar se ele inclui o Liberty que me permite fazer ligações gratuitas"

Assistente: 
Que tal tentar de novo usando outras palavras?
Saiba Mais

Cliente: 
"Assinei um contrato de plano família pós pago que inclui uma série de vantagens. Desejo saber que plano contratei e que vantagens tenho."
Assistente: 
Você poderia refazer a sua pergunta usando outras palavras?
Saiba Mais
Cliente: 
"Por favor isso não é chat! Vou sair com a sensação horrivel que me puseram em contato com computador o que é abuso de confiança."
Assistente: 
Por favor, utilize outras palavras na sua pergunta para que eu possa lhe ajudar.
Saiba Mais

Peço desculpas se não conseguimos te ajudar
Ajude-nos a identificar as causas da sua insatisfação.
(lixo abaixo)

ConcordpCompletamenteDiscordoCompletamente
1- As respostas fornecidasestavam erradas.
2- As respostas fornecidasestavam incompletas.
3- As respostas fornecidasnão foram precisas.
4- As respostas fornecidasnão resolveram o problema.
5- As respostas fornecidaseram difícieis de entender.

Antes de deixar o site, deixei  a mensagem  abaixo após ter respondido às perguntas acima que tentei copiá-las e não consegui pois o sistema do site transferiu por meio do Ctrl C somente o lixo acima que nada informa. Veja como o texto acima se apresenta no SITE em

CONCLUSÃO: "Não houve sequer contato  com a TIM, pois a indicação no SITE de CHAT foi falsa. 'É uma continuação escrita do torturante sistema de opções via gravação normalmente feitas por telefone que nos manda escolher em variado menu de opções por meio de nossa fala. Nesse caso é pior!! Pede para o cliente escrever a mesma frase em outras palavras e lhe oferece a seguir um menu que nada tem a ver com suas dúvidas. Pretendo levar o assunto a ANATEL, pois me senti "mentalmente" abusado. Grato pela atenção, mas não dou desculpas a "robô' que se faz de gente. Eduardo."

Ao tentar sair do site obtenho a confissão completa de que se tratava realmente de “chat on line” robotizado"
Obrigado por falar conosco
Se você ainda tem alguma dúvida acesse novamente o chat online.


É óbvio que não voltei à torturaLiguei novamente ao *141-opção 0 e falei com uma atendente que manteve comigo um “chat on line” falado entre seres vivos. Até mesmo um “chat on line” escrito teria sido um razoável substituto. Mas “chat on line” com ROBÔ não existe ainda. A ANATEL deveria controlar o uso de palavras inglesas em geral e punir o desvirtuamento da própria expressão inglesa de “chat on line”  São 12:30 agora.

Friday, November 13, 2015

SUCO DE TRUST


"É caro, mas muito bom. Sem aditivos. É integral. Feito de verdinhas plantadas na Escócia. Altamente confiáveis”.

Foi encontrada na Câmara de Deputados, em Brasília, na mesa de um de nossos representantes, essa propaganda de suco. Pensei se tratar de alguma bebida para emagrecer ou deixar-nos mais forte e saudável. Como TRUST é palavra inglesa, recorri ao Dicionário Macmillan antes de me aventurar a comprar o suco. Encontrei exemplos dessa palavra como substantivo e como verbo:

Substantivo:TRUST “é um arranjo no qual uma pessoa ou organização administra o dinheiro ou propriedade de outra pessoa”;
Como verbo TRUST  “Em políticos simplesmente não se pode 
confiar (to trust)”  

Decifrei a charada, minha gente:

Ora vejam só. As verdinhas são dólares “plantados na Escócia”. Basta entregá-los a uma pessoa ou organização para administrar o dinheiro e depois receber o “suco”, isto é, os rendimentos. Como políticos não merecem confiança, eles buscam se livrar das verdinhas o mais rápido possível. Agora, sem os laranjas, sistema velho conhecido dos policiais no ambiente de "lavanderias de dinheiro sujo" no Brasil, surge impávido e colosso o SUCO TRUST. Acontece que nesse caso quem depositou as verdinhas pode ser identificado pelo TRUST. E aí não tem jeito? Claro que tem! Que tal o TRUST se identificar como operador de um jogo lotérico em que determinada pessoa deposita no TRUST o prêmio a ser ganho por ela mesma? Basta o TRUST mostrar o resultado do falso sorteio havido em data anterior preclusiva, isto é, que o crime já estaria precluso pelo longo período decorrido. Nesse caso, o beneficiado se torna premiado por "dinheiro limpo" pago por ele mesmo com "dinheiro sujo" em data pregressa ao sorteio. Lembram-se de um deputado federal no passado que foi premiado várias vezes? Ele provou assim a origem do dinheiro, numa operação de lavagem perfeita ao estilo brasileiro. Ele simplesmente comprava bilhetes premiados com ágio para lavar seu rico dinheirinho. Será que agora estamos diante de versão escocesa de lavagem de dinheiro por meio de prêmios de sorteios? Ou a do ilusionismo da negação já aplicada por um político brasileiro conhecido: repetir como um mantra indiano tantas vezes quanto forem necessárias. Primeira etapa - "não tenho conta ou dinheiro no exterior"; descoberta a conta: "o dinheiro não é meu"; identificado seu nome: "deve ser de homônimo para me prejudicar"
No Brasil a negação repetitiva de populistas e demagogos funciona, seja porque o povo é ignorante ou porque uma parte substancial de nossa população não liga que o político seja ladrão. Nos anos 50, houve até um político famoso cujo lema era "ROUBA MAS FAZ". Os seus eleitores, quando criticados pela sua escolha absurda de um criminoso, respondiam:"prefiro um ladrão que realiza obras e apresenta resultados positivos, do que um ou outro ladrão que nada faz por mim." Em outras palavras, entre um ladrão que nada faz e outro que é eficiente, prefere-se o que "ROUBA MAS FAZ".   
                                            fim

Sunday, November 01, 2015

Entrevista à Revista da Empresa PERKONS - E.J. DAROS

PERKONS - Quais são os maiores problemas do pedestre?

DAROS -  Conseguir andar com segurança e conforto; tornou-se quase impossível  em nossas cidades, pois se somam às dificuldades de encontrar calçadas e travessias confortáveis e seguras, os assaltos, sequestros e furtos, a qualquer hora do dia e da noite. 

O que penso como bom comportamento para mim, como pedestre, é ter paciência e tolerância com o desconforto;  e me comportar humildemente no espaço público para evitar quedas e atropelamentos; e, se isso acontecer, que os ferimentos sejam leves. Portanto, minha recomendação ao pedestre é fazer de tudo - andar devagar, esperar, olhar para o chão e para os lados, atravessando as ruas com extremo cuidado. 

Temos de lutar bravamente como protetor de nossa integridade física e saúde mental ameaçadas por ambientes públicos pouco amigáveis ao ser humano. Dessa forma, espera-se que o risco de cair no chão ou de ser atropelado seja o menor possível, não olvidando das precauções naturais para não ser assaltado. Os conflitos gerados pelo trânsito e pelos bandidos nos espaços públicos brasileiros aguça nossos medos e incitam comportamentos paranóicos. 

PERKONS - Essa não é uma atitude passiva do cidadão que deveria demonstrar claramente sua insatisfação de não poder usufruir de conforto e segurança quando anda a pé?


Se quisermos avançar um pouco em nosso processo civilizatório, emperrado em nosso País, devemos entender que não são forças ocultas, tampouco seres extraterrestres que geram esse quadro aterrador para os cidadãos. Somos nós mesmos, que de uma forma ou de outra agimos ou nos omitimos, tornando nossos espaços públicos desagradáveis, agressivos e extremamente perigosos. Os carros, as motos, as bicicletas, a concepção e operação dos sinais de trânsito, a educação e treinamento para o transito, a formulação, fiscalização e controle de suas regras, o policiamento em geral, a construção e limpeza das calçadas, o desrespeito ao próximo, toda essa parafernália é concebida e operada por nós, incluindo os movimentos de nosso próprio corpo.

Sem nossa presença, isso tudo seria um cemitério de coisas inertes e pacíficas.

O cidadão que deseja andar a pé estaria arriscando a própria vida se resolvesse enfrentar o trânsito. Em outras palavras, achar que pode driblar o trânsito como se fosse um encouraçado é uma atitude quixotesca. 

A ação do cidadão deve se dar em atitudes positivas e de apoio a mudanças para melhor e, sempre que possível, por meio dos canais institucionais que tornem o banditismo, a desobediência, a selvageria, a ignorância, a preguiça e, acima de tudo, a incompetência, fatores execráveis em nossa cidades 

PERKONS - Por onde começar?

DAROS - Simples. Agir como pedestre e motorista cauteloso e respeitador do próximo; garantir que a calçada em frente de onde se mora seja boa, iluminada, limpa e confortável; identificar claramente as intenções e qualificações de nossos candidatos a vereador, prefeito, deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente e votar nos melhores. 

Apontar, divulgar e verbalizar nossa indignação pelos meios de comunicação e participar de entidades e organizações comunitárias. Especialmente naquelas que atuam nas áreas e locais em que circulamos.
As Associações de Bairro poderiam assumir o grande desafio em convencer os moradores que podem, numa semana ou pouco mais, transformar todas as calçadas do bairro na melhor qualidade possível. Basta que cada morador se responsabilize pelo pequeno pedaço seu. É como se costuma dizer: "a grande caminhada começa com o primeiro passo". Nós cidadãos que andamos mais a pé, diríamos "com o primeiro passo dado em nossa própria calçada". Se cada um de nós for tolerante com um buraco em nossa calçada, e todos moradores de nossa cidade fizer o mesmo.  jamais sairemos dos buracos que se multiplicarão por milhões!
                                             FIM  

LULA E DILMA

A FICÇÃO

Ele conseguiu sair com R$ 100,00 para atender as necessidades urgentes de alimentação e saúde de sua família. No caminho, parou num bar e acabou vendo um jogo da copa mundial de futebol em tela gigante.  Ficou encantado com as imagens do estádio, com o canto do hino nacional, as palmas e os gritos de guerra da torcida; e, também, ninguém é de ferro, com as cervejinhas geladas que bebeu com velhos e novos amigos.  Para não chegar atrasado em casa, conseguiu carona no carro zero de seu amigo operário até o supermercado. Levou um susto quando pôs a mão no bolso e encontrou somente duas notas amarrotadas de dez reais cada uma. Já no supermercado, foi surpreendido por tiroteio e explosão de caixa eletrônico. Aproveitou-se da situação e retirou das prateleiras o que pôde. Na confusão, levou um tiro e se esparramou no asfalto no meio de sangue e leite derramados, pães e outros alimentos básicos que levaria para sua família. Fotografado, apareceu na mídia. Tornou-se Pai-Herói depois das entrevistas feitas com membros de sua família que relataram sua luta diária para mantê-los alimentados.

A REALIDADE

Lula se tornou pai dos brasileiros pobres graças ao Bolsa-Família. Depois de oito anos, ele entregou à Dilma a administração da casa. Em 2014, monitorou o governo de Dilma na gastança com a Copa do Mundo e as futuras Olimpíadas; na redução de impostos no preço dos automóveis; nos juros subsidiados; e nos empréstimos do BNDES a países sul-americanos e africanos.
Em seu governo, Lula inaugurou o programa de juros subsidiados para empreiteiros e empresários e, fora do governo, saiu pelo mundo, vendendo serviços e obras de seus protegidos. Manteve, portanto, sua missão também de papai de empreiteiros e empresários. Na sombra de sua afilhada Dilma e encostado no BNDES, desinibiu-se de vez, a ponto de se tornar palestrante e lobista de grande sucesso. Não se esqueceu, porém, de justificar suas novas e lucrativas atividades como de interesse do Brasil. Assim, Lula, consolidou sua posição de pai dos brasileiros abastados ao incluir sua família, também, nesse grupo. Apesar disso, quando discursa contra as elites, ninguém duvida que ele continua encarnando também, o velho papel de pai dos pobres. Enfim, tornou-se político à brasileira que, ao contrário de muitos colegas seus, não tem pudor de afirmar que é fã da metamorfose ambulante de Raúl Seixas, meio século depois de seu sucesso musical durante a ditadura militar. É bom lembrar que Lula aproveitou-se da condição de protetor de ricos empreiteiros para ajudar, ainda que indiretamente, canalizar propinas a políticos da “coligação”, incluindo, obviamente, seu próprio partido.
Em 2018, finalmente, planeja sair da sombra de Dilma novamente como Presidente. De preferência, sem sustos e com muita alegria de seu povo. Na última hora, porém, segundo discurso recente do próprio Lula, faltou dinheiro do TESOURO para o bolsa-família. É óbvio que se há dinheiro para tudo, nem pensar em faltar para os pobres que o apoiam cegamente.  Dilma bagunçou as finanças do País e deixou Lula exposto à execração pública, obrigando-o a enfrentar o mensalão, o lava-jato, a operação zelote e outros que tais, além de desemprego, inflação e recessão, a ponto de tirar-lhe a alegria do bem viver ao ameaçar seu sonho de retornar à presidência. O pesadelo de cadeia para todos está se tornando real ao incluir corruptores que soltaram a língua para se beneficiarem pela Lei de delação premiada. É tempo de bonança para escritórios de advocacia. E inferno para os delatados.
Lula, com sua proverbial capacidade de gerar metáforas e raciocínios falsos, porém de larga aceitação como verdadeiros por seus eleitores, tornou Dilma o símbolo da Mãe-Heroína por desobedecer a lei de responsabilidade fiscal ao decidir que a Caixa Econômica Federal pagasse o bolsa-família com seus recursos e se tornasse credora do Tesouro do valor gasto. Em outras palavras, seu governo recebeu um empréstimo forçado de instituição controlada pelo Governo Federal, operação vetada por Lei.
Para os juristas, o Pai-herói da FICÇÃO relatada acima é um simples ladrão de supermercado que furtou bens que não lhe pertenciam após assalto com explosão de caixa-eletrônico cujos responsáveis escaparam ilesos. Ele pagou com a própria vida seu pequeno furto. Assunto resolvido e encerrado em primeira instância. Causa mortis: morto em assalto.

O caso de Dilma, ao contrário, foi transformado por Lula em ato corajoso pela ardilosa associação do pequeno e inexpressivo gasto no bolsa-família – pequeno, diante da gigantesca farra financeira havida, obviamente - como a razão principal que levou Dilma a infringir a lei de responsabilidade fiscal. O ato de desrespeitar essa lei deixou de ser encarado como criminoso, tornando-se decisão política de conteúdo social a ser considerada como questão de Alta Indagação pelos juristas de plantão. Se Lula diz que o desrespeito à lei de responsabilidade deu-se para pagar o bolsa-família e Dilma afirma e repete que jamais utilizou dinheiro público desviado para seu proveito, que é uma presidente impoluta com caráter sem jaça e dotada de espírito de solidariedade ao reduzir seu próprio salário em 10%, pergunta-se: "ela é ou não é a mãe dos brasileiros pobres?" Fica provado para Lula e seus seguidores, portanto, que ninguém está mais qualificada que Dilma para cuidar das necessidades dos pobres e de manter longe da presidência a sujeira que afoga a classe política brasileira. A dupla do Pai dos pobres, agora encarnado por um empresário idoso e de sucesso chamado Lula, e de Dilma, a Mãe-heroína, "fará o que tem de ser feito em nosso País, pondo-o de volta nos trilhos, - retirado por ela, diga-se de passagem, - com desenvolvimento e emprego, sem corrupção e sem inflação, pois temos dólares para enfrentar o que virá por aí", dirá Lula. Levy e agência de riscos, a esta altura, já eram, segundo sua vontade. 


A Ficção que se torna Realidade 

A ficção é na realidade  um MODELO,  uma espécie de aplicativo para a mídia, em que basta injetar nomes desconhecidos de gente simples, de carne e osso, para torná-lo a essência das narrações dos noticiários diários que nos atormentam e abatem profundamente. É assim que estamos hoje vivendo: sobressaltados e com muito medo da violência que nos cerca. É nossa realidade. Concreta e vivida. Palpável e ensaguentada.

A Realidade que se Torna Ficção 

A realidade política, porém, é uma sucessão de pesadelos sem fim gerados por monstros intocáveis, produzidos por mentes doentias que controlam o poder e o dinheiro. Não se sabe quando eles começam e muito menos quando eles terminam. Seus efeitos danosos se processam indiretamente e defasados no tempo a ponto de serem esquecidos os culpados, se é que foram julgados. No final, os pesadelos tornam-se estórias. Ficção. 

Final Desejado

Tudo indica, porém, que a farsa e a farra de seus atores podem acabar por meio de ações legais e democraticamente concebidas e executadas. Isso depende, porém, de nossa atitude de cidadão, respondendo com firmeza, competência e sabedoria às perguntas seguintes e agindo à altura de nossa indignação:

I - Até quando permitiremos que o dinheiro público continue sendo mal administrado, e que mentira, demagogia e mistificação prevaleçam e destruam nosso caminho para o desenvolvimento social e econômico?

II - Até quando juízes terão o direito de levar anos e mais anos no julgamento de recursos, agravos, petições e outros instrumentos processuais que propiciem manobras jurídicas infindáveis dos advogados de defesa de crimes praticados por notórios membros da elite política e empresarial a ponto de torná-los de fato impunes, seja por preclusão, seja por exagerado alívio da pena?

III  Até quando, continuaremos calados frente à falta de caráter, incompetência e má fé de muitos profissionais egressos de universidades e instituições de ensino superior tradicionais?  E permitiremos que se criem novas instituições que diplomem pessoas sem ética e competência para contribuírem para o desenvolvimento do Brasil e o bem estar de sua população?


São Paulo, 21/10/2015   

Friday, September 18, 2015

Comentário sobre a Entrevista de Gianetti da Fonseca e Sérgio Reze da FENABRAVE

Nota: A entrevista se encontra  www.ihu.unisinos.br/noticias/501164-sem-carro%20

A questão do congestionamento deveria ser resolvida via mercado por meio de tarifação, repito tarifação, do uso das vias públicas por veículos motorizados. O desenvolvimento da Tecnologia de Informática, especialmente no controle dos movimentos dos veículos em rodovias, avenidas e ruas, representa um verdadeiro salto no sentido de gerar um sistema de financiamento justo dos elevados custos da construção, operação e fiscalização de vias públicas, incluindo calçadas, iluminação e sinalização, bem como de policiamento da segurança do cidadão nos espaços públicos. 

Hoje (2015) o cidadão se impõe o toque de recolher em várias áreas de nossas cidades, tal o risco de ser assaltado. E não há dúvida que os assaltantes motorizados são os que cometem os crimes mais bárbaros pela facilidade de fuga. Está na hora do Brasil deixar o berço esplendido em que está deitado e demonstrar ao mundo que pode gerar uma solução prática e justa de usar as leis de mercado em favor da eficiência, da liberdade democrática e da conservação de vida saudável em nosso planeta.

E não vai ser com esses esparadrapos de proteção da produção nacional de veículos e outros arranjos injustos socialmente e ineficientes economicamente como foram citados nesta entrevista. 

Esta solução de tarifação deve levar em conta o óbvio na distribuição dos custos acima citados: peso, potencia do motor e volume do veículo. No processo de implantação, que não necessita ficar aguardando a melhoria dos transportes públicos, a aplicação da tarifação poderia ser feita por etapas: primeiro, os mais pesados, potentes e volumosos e, sucessivamente em veículos menores, até chegar nas motocicletas. Estas últimas deveriam merecer tratamento diferenciado para evitar o suicídio coletivo em que os mais jovens se impõem para gerar renda e sobreviver em nosso País. E não se trata, também, de "sair correndo e tentar implantar a proposta de tarifação de qualquer jeito", bem ao nosso estilo irresponsável, mas realizar um trabalho de aprofundamento, transformando-a em projeto executivo cuja implantação seria realizada em escala piloto em cidade disposta a ser pioneira. E daí, deixar que a onda da racionalidade e justiça social se imponha por sua qualidade e não por decreto. Evitar, por exemplo, que um projeto de ciclovias de acesso ao transporte público de massa na Cidade de São Paulo, tão necessário, transforme-se em 400 km de tinta vermelha no asfalto, recebendo a alcunha popular e pejorativa de ciclovazias. Ou, depois de receber críticas à sua prioridade do "primo pobre", o sofrido pedestre, gerar outra anomalia que são as calçadas verdes pintadas no asfalto ao lado do meio fio. Só Deus poderá nos acudir. Termino esta nota com a clamação, ou melhor, exclamação: "Que Deus nos Acuda". Grato pela sua leitura. Eduardo 

Observação: A redução de velocidade na Cidade de São Paulo é uma iniciativa extremamente oportuna que, novamente, está sendo implantada afoitamente. Como dizem os médicos, antibiótico mal receitado acaba gerando resistência de difícil superação. Sobre esse assunto existe um Artigo meu O RISCO DE ATROPELAMENTO  publicado http://www.pedestre.org.br/downloads/

PS Atos Terroristas em Paris (14/11/2015)
O que se seguiu aos atos terroristas foi uma mobilização intensa e ampla da polícia na busca dos criminosos e de seus comparsas. É óbvio que sua aproximação dos locais das explosões e sua fuga dali se deram motorizadas. Imagine-se que houvesse um sistema implantado de cobrança de pedágio por quilômetro rodado constituído de sensores espalhados por toda cidade para identificar a passagem dos veículos automotores. A medição dos quilômetros rodados se faz por uma rede de sensores que identifica a passagem de determinado veículo captada eletronicamente nos diferente pontos escolhidos pelo sistema de cálculo de distâncias.
É de se imaginar, no atual estágio em que nosso mundo se encontra, que somente um idealista sonhador lutaria para que a liberdade de ir e vir do indivíduo, estenda-se a seu veículo, impedindo que se registre sua movimentação nas vias públicas. Enquanto isso, a mobilidade de qualquer um de nós andando a pé, sem controle de origens e destinos deveria ser preservada, é ela continuamente desrespeitada por "olheiros de carne e osso" visando à realização de sequestros e assaltos cuja fuga se dá por meio motorizado. Por que, então, preservar o anonimando do veículo em sí? Como se  o ícone do século passado, o automóvel,  hoje transformado em imprescindível complemento para transporte de equipamentos pesados de assaltos e e outros crimes, bárbaros como o de Paris, tivesse mais direitos que o próprio ser humano andando a pé.
                                                                                 FIM  

Saturday, April 04, 2015

Motocicletas e Motociclistas

Trata-se de assunto recorrente na mídia, devido ao crescente aumento de mortos e feridos em acidentes que envolvem motocicletas, particularmente nas grandes cidades brasileiras em que se destaca a área metropolitana de São Paulo. No nordeste, a substituição do jegue pela motocicleta processou-se tão rápido que hoje se tornou um problema social salvar o pobre animal abandonado pelos seus antigos donos; e a motocicleta, passou a transportar a família na garupa. O texto abaixo não aborda esse tema, mas sim o do motociclista nas grandes cidades que usa e abusa  da possibilidade de transitar entre os automóveis.
                                 "Motociclistas
Se não fosse a mortandade de motociclistas que se verifica em nosso País, o debate com argumentos favoráveis e desfavoráveis à prática do uso de motocicletas como meio de transporte individual e de transporte de pequenas cargas poderia continuar indefinidamente sem solução. Ele iniciou-se com a aprovação do novo Código de Transito Brasileiro. Os acidentes com motocicletas não é uma questão só do motociclista, como se ele fosse um Robinson Crusoé responsável por si próprio e pelas consequências de suas escolhas ao assumir o alto risco de morrer ou tornar-se aleijado e incapaz no trânsito. Sua família e seus dependentes gostariam de vê-lo viver com mais segurança, tal a dor e o sofrimento de perdê-lo como pai, filho, esposo, sem falar de seus parentes e amigos. Essa juventude em plena força da vida, perde-a estupidamente para garantir um serviço de transporte altamente competitivo que, por isso mesmo, não incorpora em seus custos o alto risco de prestá-lo. E também, por não considerar os altos custos pagos pela sociedade em caso de sua morte ou invalidez. Por que, então, manter-se essa situação no Brasil, indefinidamente? Primeiro, é o medo de enfrentá-la politicamente,  pois hoje são centenas de milhares de motociclistas que se espalham por todas as cidades brasileiras, gerando renda para sua sobrevivência e, também, mais serviços baratos e arriscados. O mototaxi é o melhor exemplo disso. 

Um diretor de trânsito da Suécia afirmou que motocicleta não é um meio de transporte; é um veículo esportivo, cuja prática deve ser feita com regras muito estritas a fim de não gerar problemas no trânsito e tampouco representar riscos sociais insustentáveis para qualquer país civilizado. 


Ao invés de medo de enfrentar o motociclista, devemos ter coragem de encarar a raiz do problema de tantos jovens       estarem abraçando esse tipo de atividade para sua sobrevivência e de sua família. O Brasil tem carência de profissionais técnicos de nível médio em quantidade que jamais foi avaliada. A incompetência técnica e a ineficiência de empregados em atividades simples são assustadoras. O desperdício de bens, serviços e de tempo por falta de conhecimento técnico nossa população está tornando serviços e produtos cada vez mais caros pela baixa produtividade de nossos trabalhadores. Sem tocar numa ferida ainda aberta: o analfabetismo funcional e incapacidade de calcular dos chamados alfabetizados. Para tornar o problema pior ainda, o setor público, sempre bom no discurso ao colocar na frente de todas suas prioridades a solução dos problemas sociais, esquece da principal coluna de sustentação da democracia e da busca permanente que lhe é inerente: a igualdade de oportunidades. Ela somente se tornará real, por meio da educação fundamental de qualidade e do conhecimento técnico no nível médio que elevarão o nível de consciência de nossos trabalhadores sobre sua capacidade e qualificação para buscar melhores oportunidades no mercado de trabalho. A consequência imediata disso seria tornar atividades de risco, como as praticadas pelos motociclistas, menos procuradas, simplesmente porque eles se sentiriam qualificados a buscar outras mais bem pagas e seguras em nosso mercado.
               Enquanto isso não sai do papel, e tudo indica que demorará muito ainda, cumpre ao setor público oferecer a esses jovens veículos de transporte de três ou quatro rodas, simples e de baixo custo, que lhes garantam mais segurança. E simultaneamente, facilitar e tornar legal ônibus e trens nas grandes cidades prestar serviços de correios, criando postos de recepção e de distribuição urbana de pacotes e encomendas nos diferentes bairros da cidade. Neles, os motociclistas operariam em cooperativas para sua entrega e recebimento, completando o percurso entre os pontos de transporte coletivo e o domicílio do usuário desses serviços, atuando em áreas pré definidas, normalmente em vias locais e em distâncias mais curtas.
                     Concluindo-se,  o  problema não é da motocicleta. É do jovem, despreparado para encontrar boas oportunidades de emprego, que aceita qualquer situação de risco para sobreviver; e de nossos políticos e  gestores públicos que se preocupam somente com a rotina infernal de suas vidas. Os funcionários públicos, escondendo-se atrás de suas escrivaninhas que lhe garantem recursos para sobreviver no permanente e irremovível emprego que conseguiram conquistar. E os políticos, elegendo-se e reelegendo-se, fazendo de tudo para tornarem seu cargo vitalício pelos favores proporcionados diretamente a seus eleitores cativos e, o que é pior, fugindo de problemas mais complexos e espinhosos, como o de enfrentar a mortandade de jovens motociclistas em nosso trânsito. Os políticos mais radicais assumem o papel de inimigos dos motociclistas, ou seja, fogem do problema, do que eles chamam de 'motoqueiros suicidas" para contar com a simpatia de substancial parcela de cidadãos que transitam em carros particulares e sentem-se profundamente irritados com o trânsito de motocicletas em nossas cidades. 
                               Fim    


Friday, March 13, 2015

Pesquisa da AVAAZ-2015

Meus amigos. Coloquei minha assinatura em algumas campanhas promovidas pela Avaaz no Brasil e no mundo e, a partir daí, continuei recebendo novas petições para assinatura às quais não dei atenção, por falta de tempo ou de interesse. Mais recentemente, recebi uma destinada a pressionar um Juíz do Supremo Supremo Tribunal Federal para devolver petição da OAB visando proibir o financiamento privado de campanhas eleitorais. Segundo consta, já haveria quorum no STF para ser aprovada e somente aguardava sua devolução, retirada para vistas por esse juíz.  Nossa opinião consta no blog  anterior sobre Financiamento de Campanhas Eleitorais. A partir desse evento, resolvi dar mais atenção à AVAAZ. Como resultado disso, não respondi a sua Pesquisa Anual-2015, porém aproveitei a oportunidade para comentar o quadro de escolhas a serem feitas pelo entrevistado. São quatro itens. Quem quiser conhecer essa organização internacional clique em https://www.avaaz.org/po/

            PESQUISA ANUAL COM SEUS MEMBROS -2.015
“A Avaaz é um movimento feito por pessoas: nossos únicos patrocinadores são os membros da comunidade, que sempre decidem sobre as campanhas que lançamos. Para tomar essas decisões, fazemos centenas de enquetes ao longo do ano com pequenas amostras da comunidade, mas é nossa pesquisa anual que permite que todos participem na escolha do rumo deste belo movimento.”
                                                              I

EM "ASSUNTOS PRIORITÁRIOS" pergunta:
“Esquecemos de alguma área?”

Resposta nossa:
a. Democracia e Economia de Mercado;
b. Regulação e Mobilização da Iniciativa Privada versus Produção Estatal;
c.Sustentabilidade sem subsídios, porém taxando atividades por danos sociais. economicos e ambientais que possam causar à população;
                                                            II

EM OBJETIVOS GLOBAIS PARA CAMPANHAS, pergunta:
"Esquecemos de algum objetivo global para campanhas?

Reposta nossa sobre o objetivo Austeridade, transcrito abaixo e incluído para suas campanhas pela Avaaz 

"Austeridade: desmistificar e fazer oposição a esta política econômica fracassada, que tem assolado países pobres e a União Europeia."

Resposta nossa:
O objetivo de atacar a “Austeridade”, acima proposto pela Avaaz, entre outros, é simplesmente retrógrado. O equilíbrio entre oferta e demanda de bens e serviços em qualquer país civilizado deve predominar. E deve ser buscado por meio dos impostos e gastos do Governo, onerando os que tem mais renda e gastando em projetos sociais eficazes voltados para as necessidades dos que têm menos renda, como nos setores de educação, saúde, segurança e saneamento. Os investimentos em produção, incluindo na infraestrutura econômica, deveriam ser feitos pelo próprio setor privado nacional e internacional por meio de concessões, como no caso de portos, rodovias, aeroportos, usinas elétricas, telecomunicações, fornecimento de água e esgotos, e outros. Cobrando, também, do USUÁRIO O PREÇO TOTAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, principalmente DOS TRANSPORTES ONDE CAMINHÕES E AUTOMÓVEIS CIRCULAM SEM PAGAR, OU O FAZEM POR MEIO DE IMPOSTOS E CUSTOS FIXOS (IPVA, SEGURO, IPI,..) QUE SÃO OS MESMOS PARA O VEÍCULO PARADO OU RODANDO, E NÃO PELA CIRCULAÇÃO NA REDE DE INFRAESTRUTURA, DISPENDIOSA TANTO NA CONSTRUÇÃO, COMO NA SUA OPERAÇÃO, COMO O  CONTROLE E A FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO, BEM COMO PELOS SEUS EFEITOS NOCIVOS DESSE  SOBRE O CIDADÃO AO PROVOCAR ACIDENTES E POLUIÇÃO.
MESMO O IMPOSTO SOBRE COMBUSTÍVEIS NÃO ONERA CORRETAMENTE O USUÁRIO EM FUNÇÃO DO PESO, VOLUME E INTERFERÊNCIA NO TRÂNSITO, ESPECIALMENTE QUANDO CONGESTIONADO. Essa cobrança, sim, SERIA AUSTERIDADE COM JUSTIÇA SOCIAL. sem calotes e invenção de teorias econômicas heterodoxas, como fomos e estamos sendo vítimas em nosso próprio País. Oferta tem que ser compatível com a demanda em qualquer sistema produtivo e econômico-social de um país. Somente depois de dispormos de instituições internacionais com poder de impor regras a todos os países, poderemos pensar em redistribuição de renda entre as regiões pobres e ricas no mundo. A recente revisão das faixas de Imposto de Renda, que no Brasil pode ser chamado de Imposto sobre os Salários, não chamou a atenção da Avaaz, que poderia  defender a tese de um aumento na última faixa de 27,5% para 35% para quem auferisse renda tributável acima de R$ 1 milhão. Seriam poucos os pagadores, mas o aumento da receita seria na direção certa de transformar o atual sistema de Imposto sobre o Salário em Imposto sobre a Renda. Há muitos itens na tributação e nos gastos públicos que poderiam melhorar substancialmente a distribuição de renda no Brasil, DESDE QUE O GOVERNO SE FIXE EM SUA RESPONSABILIDADE SOCIAL E DEIXE DE INTERFERIR NO PROCESSO PRODUTIVO E FINANCEIRO SUBSIDIANDO EMPRESAS PRIVADAS E INVENTANDO ATIVIDADES DE PRODUÇÃO PARA EMPRESAS ESTATAIS (Trem-bala, Infraero-sócia, Petrobrás- parceira...)

                                                 III

EM OBJETIVOS NACIONAIS DE CAMPANHA, a pergunta:
"Esquecemos de algum assunto nacional?"

Resposta nossa:
De nosso ponto de vista, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela mereceriam mais atenção nossa que os demais países fora de nosso continente. O tráfico de entorpecentes está corroendo nossa sociedade a olhos vistos por toda população brasileira, e ninguém se preocupa com sua produção e comercialização descontrolada na Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai. Na realidade, a ONU entendeu que a saída dos EUA da Bolívia no controle da produção de entorpecentes dava lugar a presença do Brasil, principal interessado nisso. Nada aconteceu até hoje. O assunto parece ser irrelevante para nosso Governo.
                                                          IV

EM PRIORIDADES ORGANIZACIONAIS DO MOVIMENTO DA AVAAZ,
"Esquecemos alguma prioridade?"

Resposta nossa:

Definir claramente o compromisso da AVAAZ com os princípios que norteiam a democracia e seu funcionamento na prática e que pressupõem a liberdade do cidadão não só na escolha de seus representantes nos poderes da República, como a liberdade de buscar emprego ou se tornar empresário nos diferentes setores de produção de bens e serviços, assim como em escolher os produtos e serviços que lhe aprouverem em mercado competitivo.
E nos casos de monopólios ou oligopólios de produção e de consumo, com a presença de regulamentação clara para preservar níveis adequados de competição no mercado. 
Instituições sem princípios norteadores e competência em assuntos altamente complexos podem se transformar em instrumentos birutas, isto é, que funcionam para onde o vento sopra. 
Exemplo disso seria combater a austeridade que busca equilibrar a oferta com a demanda global do País gerada por gastos acima da oferta por meio de endividamento crescente do País. A Argentina fez isso e entrou em  "default" em 2001 com prejuízo enorme para sua população e, também, para fundos de investimento do exterior, constituídos com poupanças de idosos. Na Itália, eles marcharam contra esse assalto da  Argentina a suas poupanças. Nós  estamos perto de perder o grau de investimento que protege fundos desse tipo que oferecem juros menores para países sérios em cumprir seus compromissos. E, aí, sim, seremos extorquidos por empréstimos que aceitam riscos maiores com juros de agiotas e, por isso mesmo, de curto prazo. O governo grego - de esquerda, - entendeu o drama e fez um acordo com os credores. Espero que o desenlace seja positivo. Espero que Dilma tenha a coragem e senso de responsabilidade de conter seu eleitorado e conduzir um programa de austeridade que restabeleça a confiança do setor empresarial em nossa democracia e nos princípios que a permeiam e lhe dão sustentação, merecendo destaque especial o livre funcionamento das forças de mercado. 
                                                            FIM                               

Monday, February 02, 2015

Financiamento Privado de Campanhas Eleitorais

Depois de perder todos os textos de 2.014, numa confusão sobre acesso ao BLOG que até hoje desconheço as causas, volto a publicar algo sobre o assunto em epígrafe, manifestando-me contra a forma da Avaaz buscar alteração do sistema atual que permite financiamento privado às campanhas eleitorais, como segue:

"Prezado senhor Michael Freitas Mohallem e outros: 

leio com muita atenção as petições da Avaaz por ser uma organização séria que escolhe criteriosamente os temas de suas campanhas à luz do interesse público.

Sou totalmente contra a corrupção e estou atento ao desenrolar das investigações que estão sendo conduzidas sobre indícios de conduta imoral de pessoas que, por seu nível cultural, econômico e social, deveriam se comportar eticamente. Ao contrário disso, essa falsa elite, indiciada pelo Ministério Público, está demonstrando, até agora, que agiu e age imoralmente e transgride as leis de nosso País de forma cínica; e continua defendendo seus interesses por meio de manobras escusas.

Nessas condições, acho estranho que em clima de valorização da ética e de respeito às instituições brasileiras nesse esforço hercúleo de combate à corrupção, a Avaaz surja com uma proposta mágica: o Juiz Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal é culpado de engavetar a solução para o problema da corrupção no País cujo "gene" é um só: O FINANCIAMENTO PRIVADO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS. Isso lembra-me a anedota da esposa traída que solucionou o problema retirando o sofá do escritório de seu marido.

Trata-se de assunto do Congresso e não do Supremo Tribunal Federal. Até onde sei, apesar de minha ignorância em assuntos jurídicos, a Ordem dos Advogados do Brasil, conhecida como OAB, é uma simples entidade privada que congrega os advogados de nosso País e que, no curso de nossa história, tem exercido papel importante na defesa do Estado Democrático de Direito, lutando, aguerridamente, na preservação da independência dos três poderes em que ele se apoia: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Não tenho dúvidas que são necessárias mudanças nas atuais leis que regulam o financiamento das campanhas políticas. Não será a ordem de advogados ou juízes do Supremo Tribunal Federal, porém, que devem extravasar suas atribuições substituindo o Poder Legislativo da Câmara e do Senado recentemente renovados com novos representantes eleitos por nós.

Minha opinião é que a Avaaz não está correta em escolher um responsável pela falta de legislação adequada ao combate à corrupção - o eminente Juíz Gilmar Mendes, identificando-o pelo nome e incluindo sua fotografia na petição- por reter o processo da Ação Judicial da OAB sobre esse assunto.

De minha parte, peço-lhes a gentileza que me enviem cópia dessa Ação proposta pela OAB para que possa examiná-la e enviá-la a meus representantes no Senado e na Câmara Federal, com minha opinião. Pedirei, também, urgência na questão relativa ao Financiamento de Campanhas Políticas aos Presidentes dessas duas Casas. Proponho à Avaaz fazer o mesmo ao invés de pressionar um determinado Juíz para devolver processo cujo conteúdo é desconhecido pelos subscritores desta petição e, muito menos, foram informados de que é prerrogativa do Congresso e não da OAB e do Supremo Tribunal Federal, legislar sobre esse assunto.

Pelas razões acima expostas, nego-me a assinar esta petição.
                     Atenciosamente, Eduardo José Daros "
https://secure.avaaz.org/po/o_gene_da_corrupcao/?slideshow

O link acima é para você, que teve a paciência de ler minha carta, verificar se tenho ou não razão de não assinar mecanicamente a petição da Avaaz. Apesar dessa comunidade internacional ser um excelente instrumento de pressão e de vocalização coletiva, é importante nos mantermos atentos. Como dizia o Brigadeiro Eduardo Gomes, defensor da democracia, em meados do século passado, que sem nossa eterna vigilância, ela se deteriora. Em clima de descrença no Congresso Nacional é fácil atrair incautos para abaixo-assinados, dando-lhes a falsa impressão que estão contribuindo para formas corretas de abordar qualquer assunto, desde que o slogan político os agrade. Nós estamos em momento crítico de punir corruptos conscientes e bem informados do que é certo ou errado. Não vamos afagar suas "cabeçonas" cheias de boas idéias e truques para driblar leis e regras, afirmando que eles não são culpados, ou levemente culpados, porque "o gene da corrupção está no financiamento privado de campanhas eleitorais." E aceitar de que se não aprovarmos essa legislação da coligação OAB-STF o Brasil terá o "triste destino dos EUA (sic) em que não há diferenças entre os dois partidos, Democrata e Republicano que se alternam no poder". 

Haja paciência, nesta minha provecta idade, para tantos disparates!
                                         FIM