Tuesday, January 26, 2010

França-Brasil-Estados Unidos

Artigo da redação da Folha (26/01) sobre ato de Hugo Chávez contra a liberdade de imprensa informa que “o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Philip Crowley, voltou a criticar a suspensão dos canais, o que também foi feito pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) e pelo governo francês.” E, logo adiante, a opinião de Dilma Rousseff: "Não cabe a mim criticar ou não. Se ele [Chávez] faz isso, é em função da problemática dele. O governo Lula jamais pensou em controlar a mídia", Deixando de lado o fato de que a problemática não é “dele” e sim do povo venezuelano, pensávamos que a Aliança Estratégica com a França, tão citada para justificar o mega negócio de compra de materiais e equipamentos militares naquele País, contemplasse, também, o relacionamento do Brasil com seus vizinhos. O que parece, no entanto, é que ela não existe ou, na realidade, é um subproduto de aliança estratégica de fato da França com os Estados Unidos que vem desde a sua independência, até hoje, na luta pela liberdade. Se a nossa defesa também é pela liberdade de nosso País porque não comprar os caças recomendados pelo Comando da Aeronáutica que são os mais baratos? E com os recursos da diferença de preços entre os caças franceses e os suecos acelerar os investimentos federais em saneamento, libertando nosso povo da miséria e das doenças?

Sunday, January 24, 2010

MAÇÃ DE TEMER

Segundo reportagem de Simionato (Folha de 24/01), Michel Temer, ao discursar em comício de Rio Claro, SP, fez referência a uma passagem bíblica para elogiar Dilma:"Ela já nos levou ao paraíso administrativamente e agora nos levará politicamente ao paraíso". "A mulher não nos expulsou do paraíso, ela nos levou ao paraíso." Espero que não seja extraída do Gênesis em que a mulher orientada pela serpente comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, tendo levado o homem a fazer o mesmo e obrigando a Deus a expulsá-los do Eden. Realmente, ela não nos expulsou do paraíso. Tampouco, ela nos levou ou nos levará ao paraíso, seja administrativa ou políticamente. Qual a relação do PAC com o paraíso? PACTANTABAJULAÇÃO, deputado Temer? Deixe a Bíblia fora da eleição. Sua vaga para vice na chapa de Dilma já está garantida.
POMO DE ADAMS

Entalou no meu gogó a opinião manifestada pelo advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, de que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está antecipando a disputa eleitoral prevista para iniciar em meados deste ano. O apoio dele à Dilma Rousseff, de forma aberta, insistente e, até chata, desde 2.008, quando a escolheu para ser sua sucessora, não perdendo uma oportunidade sequer para provocar seus prováveis adversários e enaltecer as qualidades de Dilma para dar continuidade a suas políticas, é considerado normal pelo Dr. Adams. Posso afirmar, contudo, que nas dez eleições democráticas que presenciei nos últimos 65 anos, “nunca antes neste País” houve tamanha antecipação do processo eleitoral e tanta “energia” nele gasta, a ponto de gerar um verdadeiro tornado que suga e destrói indagações e interpretações apartidárias e sérias sobre o futuro desejado pelo nosso povo. Tudo hoje está contido nos limites da disputa eleitoral entre Dilma e seu futuro adversário. Todavia, mais do que grandes obras e prestígio no cenário internacional, necessitamos, também, superar a crise ética e moral na qual sempre estivemos imersos. Somente estadistas, hoje asfixiados pelo oportunismo e pela demagogia prevalecentes, podem liderar uma discussão apartidária de políticas e programas de longo prazo destinados a aprimorar valores que dêem sustentação a novos hábitos e costumes civilizados em nosso País. Ao contrário, nesse clima de “já ganhei”, temos recebido fortes estímulos para degradar, ainda mais, nossos valores, por meio de exemplos de políticos mensaleiros e propineiros que operam em quadrilhas ao estilo do crime organizado. Corruptos e corruptores conseguem se apropriar de recursos públicos, quase sempre impunemente. A maneira chula e insidiosa como isso tem acontecido ultrapassou a nossa imaginação de cidadão responsável. A indignação de nossos eleitores, porém, é limitada, seja porque os escândalos se sucedem a ponto de tornar-nos indiferentes, seja porque a maioria dos que votam é constituída de analfabetos funcionais e ignorantes que não conseguem acompanhar e interpretar corretamente as notícias veiculadas pela mídia. Sem falar naqueles que vendem seus votos para tirar algum proveito pessoal das eleições, já que política para eles é sinônimo de ladroagem.

Monday, January 18, 2010

CIMEIRA OU CIUMEIRA

A urgência do salvamento de vidas no Haiti salta à vista. Todas as autoridades brasileiras envolvidas diretamente no projeto de pacificação do Haiti estavam seriamente preocupadas pela falta de coordenação da ajuda internacional. Os EUA entraram com tudo para participar dessa tarefa humanitária. O Brasil e a França, em sua Aliança Estratégica de gabinete, que ainda não foi revelada para nossa população, manifestaram-se ao estilo de seus líderes: Sarkozy, pedindo uma reunião de cúpula; e Amorim, denunciando risco de assistencialismo unilateral na ação americana. Sem realizar plebiscito no Haiti, consigo ouvir o clamor dos sobreviventes: “Sem cimeira e ciumeira! Brasil e EUA unam-se e nos salvem da morte e da miséria!”. Finalmente, uniram-se. Aí está a Aliança Estratégica que os povos da América Latina e África, inclusive o nosso, estão aguardando. Mais tranquilos, enquanto se faz de tudo para resgatar vidas, podemos esperar as conclusões da reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar da tragédia haitiana. São fatos que se articulam em cenários de longo prazo que dão origem a alianças estratégicas. E não elucubrações ideológicas sobre a realidade que levam a confrontos desnecessários.

Saturday, January 09, 2010

Aliança Estratégica?

A entidade mais qualificada para se manifestar sobre a importação de caças para a defesa de nosso país, o Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa, depois de detalhada avaliação comparativa entre as propostas americana, francesa e sueca, optou pela oferta dos suecos. O Presidente Lula, muito antes dessa conclusão, antecipou publicamente sua preferência pelos caças franceses porque a França e o Brasil estão unidos em Aliança Estratégica. No início, Lula justificava sua opção com o argumento da transferência irrestrita de tecnologia de produção a ponto do Brasil poder dividir o mercado mundial com a empresa Dassault, fabricante dos caças, podendo exportá-los para a América Latina. Na realidade iria dividir um mercado que não existe, pois a Dassault não foi capaz, ainda, de exportar seus caças Rafale projetados faz vinte anos (Andrei Netto em Estadão de 7/9). Por outro lado, a oferta dos Suecos mesmo sob esse aspecto é melhor e conta com o apoio e a experiência da EMBRAER que teve sucesso na exportação de aviões de caça desenvolvidos e fabricados em consórcio com empresa italiana: os célebres AMX ou A-1 que prestam serviços desde meados da década dos 80. Permanece, porém, como fator decisivo a tal Aliança Estratégica que já nos impôs a escolha, sem licitação, da empreiteira Odebrecht feita por empresa estatal francesa para construírem juntas (joint venture) um estaleiro no Estado do Rio e a montagem de quatro submarinos convencionais e um nuclear. Agora, com o objetivo de buscar apoio político à sua escolha dos caças Rafale o Presidente Lula pretende recorrer ao Congresso Nacional que, seguramente, fará valer sua escolha soberana e não a da Aeronáutica. Nós, simples cidadãos, gostaríamos de saber mais sobre essa tão falada Aliança Estratégica com a França que nos custará bilhões de reais a mais. Afinal, não fica bem para dois países importantes como o Brasil e a França se envolverem numa transação bilionária, de 20 anos de duração, que possa alimentar dúvidas na opinião pública de ambos os países sobre o desenvolvimento de equipamentos para defesa nacional mais dispendiosos do que o necessário. Na prática isso representaria um desvio de recursos que poderiam ser empregados no combate à fome e à miséria e, principalmente, na melhoria estratégica da qualidade dos ensinos fundamental e profissionalizante que libertarão nossa população pobre dos grilhões da ignorância.