Sunday, January 24, 2010

POMO DE ADAMS

Entalou no meu gogó a opinião manifestada pelo advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, de que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está antecipando a disputa eleitoral prevista para iniciar em meados deste ano. O apoio dele à Dilma Rousseff, de forma aberta, insistente e, até chata, desde 2.008, quando a escolheu para ser sua sucessora, não perdendo uma oportunidade sequer para provocar seus prováveis adversários e enaltecer as qualidades de Dilma para dar continuidade a suas políticas, é considerado normal pelo Dr. Adams. Posso afirmar, contudo, que nas dez eleições democráticas que presenciei nos últimos 65 anos, “nunca antes neste País” houve tamanha antecipação do processo eleitoral e tanta “energia” nele gasta, a ponto de gerar um verdadeiro tornado que suga e destrói indagações e interpretações apartidárias e sérias sobre o futuro desejado pelo nosso povo. Tudo hoje está contido nos limites da disputa eleitoral entre Dilma e seu futuro adversário. Todavia, mais do que grandes obras e prestígio no cenário internacional, necessitamos, também, superar a crise ética e moral na qual sempre estivemos imersos. Somente estadistas, hoje asfixiados pelo oportunismo e pela demagogia prevalecentes, podem liderar uma discussão apartidária de políticas e programas de longo prazo destinados a aprimorar valores que dêem sustentação a novos hábitos e costumes civilizados em nosso País. Ao contrário, nesse clima de “já ganhei”, temos recebido fortes estímulos para degradar, ainda mais, nossos valores, por meio de exemplos de políticos mensaleiros e propineiros que operam em quadrilhas ao estilo do crime organizado. Corruptos e corruptores conseguem se apropriar de recursos públicos, quase sempre impunemente. A maneira chula e insidiosa como isso tem acontecido ultrapassou a nossa imaginação de cidadão responsável. A indignação de nossos eleitores, porém, é limitada, seja porque os escândalos se sucedem a ponto de tornar-nos indiferentes, seja porque a maioria dos que votam é constituída de analfabetos funcionais e ignorantes que não conseguem acompanhar e interpretar corretamente as notícias veiculadas pela mídia. Sem falar naqueles que vendem seus votos para tirar algum proveito pessoal das eleições, já que política para eles é sinônimo de ladroagem.

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