Friday, September 18, 2015

Comentário sobre a Entrevista de Gianetti da Fonseca e Sérgio Reze da FENABRAVE

Nota: A entrevista se encontra  www.ihu.unisinos.br/noticias/501164-sem-carro%20

A questão do congestionamento deveria ser resolvida via mercado por meio de tarifação, repito tarifação, do uso das vias públicas por veículos motorizados. O desenvolvimento da Tecnologia de Informática, especialmente no controle dos movimentos dos veículos em rodovias, avenidas e ruas, representa um verdadeiro salto no sentido de gerar um sistema de financiamento justo dos elevados custos da construção, operação e fiscalização de vias públicas, incluindo calçadas, iluminação e sinalização, bem como de policiamento da segurança do cidadão nos espaços públicos. 

Hoje (2015) o cidadão se impõe o toque de recolher em várias áreas de nossas cidades, tal o risco de ser assaltado. E não há dúvida que os assaltantes motorizados são os que cometem os crimes mais bárbaros pela facilidade de fuga. Está na hora do Brasil deixar o berço esplendido em que está deitado e demonstrar ao mundo que pode gerar uma solução prática e justa de usar as leis de mercado em favor da eficiência, da liberdade democrática e da conservação de vida saudável em nosso planeta.

E não vai ser com esses esparadrapos de proteção da produção nacional de veículos e outros arranjos injustos socialmente e ineficientes economicamente como foram citados nesta entrevista. 

Esta solução de tarifação deve levar em conta o óbvio na distribuição dos custos acima citados: peso, potencia do motor e volume do veículo. No processo de implantação, que não necessita ficar aguardando a melhoria dos transportes públicos, a aplicação da tarifação poderia ser feita por etapas: primeiro, os mais pesados, potentes e volumosos e, sucessivamente em veículos menores, até chegar nas motocicletas. Estas últimas deveriam merecer tratamento diferenciado para evitar o suicídio coletivo em que os mais jovens se impõem para gerar renda e sobreviver em nosso País. E não se trata, também, de "sair correndo e tentar implantar a proposta de tarifação de qualquer jeito", bem ao nosso estilo irresponsável, mas realizar um trabalho de aprofundamento, transformando-a em projeto executivo cuja implantação seria realizada em escala piloto em cidade disposta a ser pioneira. E daí, deixar que a onda da racionalidade e justiça social se imponha por sua qualidade e não por decreto. Evitar, por exemplo, que um projeto de ciclovias de acesso ao transporte público de massa na Cidade de São Paulo, tão necessário, transforme-se em 400 km de tinta vermelha no asfalto, recebendo a alcunha popular e pejorativa de ciclovazias. Ou, depois de receber críticas à sua prioridade do "primo pobre", o sofrido pedestre, gerar outra anomalia que são as calçadas verdes pintadas no asfalto ao lado do meio fio. Só Deus poderá nos acudir. Termino esta nota com a clamação, ou melhor, exclamação: "Que Deus nos Acuda". Grato pela sua leitura. Eduardo 

Observação: A redução de velocidade na Cidade de São Paulo é uma iniciativa extremamente oportuna que, novamente, está sendo implantada afoitamente. Como dizem os médicos, antibiótico mal receitado acaba gerando resistência de difícil superação. Sobre esse assunto existe um Artigo meu O RISCO DE ATROPELAMENTO  publicado http://www.pedestre.org.br/downloads/

PS Atos Terroristas em Paris (14/11/2015)
O que se seguiu aos atos terroristas foi uma mobilização intensa e ampla da polícia na busca dos criminosos e de seus comparsas. É óbvio que sua aproximação dos locais das explosões e sua fuga dali se deram motorizadas. Imagine-se que houvesse um sistema implantado de cobrança de pedágio por quilômetro rodado constituído de sensores espalhados por toda cidade para identificar a passagem dos veículos automotores. A medição dos quilômetros rodados se faz por uma rede de sensores que identifica a passagem de determinado veículo captada eletronicamente nos diferente pontos escolhidos pelo sistema de cálculo de distâncias.
É de se imaginar, no atual estágio em que nosso mundo se encontra, que somente um idealista sonhador lutaria para que a liberdade de ir e vir do indivíduo, estenda-se a seu veículo, impedindo que se registre sua movimentação nas vias públicas. Enquanto isso, a mobilidade de qualquer um de nós andando a pé, sem controle de origens e destinos deveria ser preservada, é ela continuamente desrespeitada por "olheiros de carne e osso" visando à realização de sequestros e assaltos cuja fuga se dá por meio motorizado. Por que, então, preservar o anonimando do veículo em sí? Como se  o ícone do século passado, o automóvel,  hoje transformado em imprescindível complemento para transporte de equipamentos pesados de assaltos e e outros crimes, bárbaros como o de Paris, tivesse mais direitos que o próprio ser humano andando a pé.
                                                                                 FIM