Wednesday, December 19, 2012

JOSÉ DE ABREU

Nosso conhecido e estimado ator, devia nos explicar o que significa "a volta da delação como um ato eticamente perfeito", publicada no Estadão (18/12). Caso não o faça, alguém como eu poderá pensar que ele se refere ironicamente a confissões extraídas da juventude comunista pelos militares durante a ditadura. Que eu saiba Marcos Valério não é um jovem idealista, delatando sob tortura seus companheiros socialistas; tampouco Lula, um revolucionário socialista a ser protegido das forças de repressão de uma ditadura cruel. Também não está em discussão as políticas aplicadas por Lula e Dilma que têm merecido grande apoio da população. O que está sendo investigado, punido e combatido, com total apoio popular, são atos de corrupção que até recentemente eram livre e impunemente praticados no Brasil. Não é fechando o Congresso Nacional que se moraliza o País, mas elegendo políticos competentes e honestos. Da mesma forma, não é tentando desmoralizar o Poder Judiciário que se consegue uma instituição mais sólida, eficiente e capaz. Todos os juízes do Supremo foram sabatinados pelo Senado, após rigorosa seleção e posterior indicação do Presidente da República. Por essa rigorosa seleção passou o combativo, corajoso e competente Juíz Joaquim Barbosa, relator do chamado Mensalão, e atual Presidente do STF. Ele foi indicado por Lula para demonstrar ao País o acerto de sua política que visa a eliminar, de vez, preconceitos de cor de pele, infelizmente ainda existentes em nosso País. Devemos a Lula mais essa vitória na batalha contra a corrupção pela escolha de Joaquim Barbosa que, por meio de trabalho, esforço e capacidade profissional, demonstrou clara e detalhadamente a seus pares os crimes praticados no Mensalão. A nação brasileira está de parabéns. Espero que os detentores de poder não manipulem as ainda frágeis instituições do Estado brasileiro e, como sempre se fez no passado, abram espaços escusos  para advogados chicaneiros encontrarem soluções mais confortáveis para seus clientes condenados.
                                          FIM