Monday, May 30, 2016

Cumpra seu Dever de Eleitor

Nota de Esclarecimento

Meu caros amigos, e eventuais leitores deste nosso BLOG: enviei a carta abaixo a um Deputado Federal eleito em que votei nas últimas eleições. Escreverei em breve ao Senador que também ajudei a eleger. 

Faço isso, porque estou cônscio de que a democracia exige nossa permanente atenção sobre como estão funcionando nossas instituições, principalmente no concernente à atuação de nossos representantes periodicamente eleitos para legislarem e para garantirem o respeito a nossas leis e à Constituição. Além disso, para opinar sobre como estão agindo no concernente à proposição de novas leis que nos garantam o respeito à liberdade e sejam favoráveis ao desenvolvimento social e econômico de nosso País seguindo padrões de sustentabilidade a longo prazo. 

Neste momento crítico em que vivemos no Brasil em ambiente escancarado de corrupção jamais imaginado nas mais altos níveis do setor público, envolvendo todas as esferas de governos, particularmente, mas não exclusivamente, nos poderes Executivo e Legislativo Federais,  não podemos nos calar! 

Espero que o nobre leitor sinta-se mais do que um simples grão de areia de pouca expressão e dispensável de se manifestar sobre assunto que está levando nosso País à desagregação e a nós cidadãos ao sofrimento moral e físico.

Por favor, manifeste-se juntando-se a familiares e amigos contra a corrupção que nos assola e nos impede de viver em paz e com trabalho honesto e digno. A nossa saúde e sobrevivência estão sendo ameaçadas e afetam nosso próprio equilíbrio mental diante de um futuro incerto e cada vez mais devastador. Antes que surjam soluções que nos tragam mais frustrações e sofrimento, despertemos os nossos representantes de bem para que ajam; e o façam com a coragem e o desassombro demonstrados pelo Juiz Moro. 

E nós, nunca mais votemos em alguém  que não nos demonstre por meio de seu passado força de caráter e honestidade em seus propósitos. A mentira, o orgulho, a arrogância, a mania de grandeza de futuros Salvadores da Pátria contidas no caráter de muitos políticos corruptos devem ser contrastadas com a verdade, a modéstia, o trabalho eficiente, honesto e competente de nossos trabalhadores. E são essas últimas que devem estar presentes no caráter de nossos futuros candidatos a ser eleitos por nós. 

Afirmar que todos os políticos são corruptos e votar em qualquer um, ou escolher um deles porque lhe prometeu algo ou seja seu conhecido a quem possa recorrer para pedir favor, ou pior ainda, porque fala e promete mundos e fundos, é uma atitude clara e inegável que estará vendendo seu voto, mesmo que não tenha recebido uma moeda sequer.  

Um simples abraço de simpatia ou aceno em  comício a um político corrupto é o sinal verde do eleitor com falta de consciência e de caráter; é seu voto de simpatia que antecede seu voto na urna para que ele se eleja e nos atropele. Ainda que esse eleitor não saiba ele é, de fato, um agente corruptor. 

A  Carta Enviada 

                                                 São Paulo, 23 de Maio de 2.016
Prezado Deputado.......

Na qualidade de seu eleitor e defensor fiel e renitente do Estado Democrático de Direito, juntamente com parentes e amigos, confessamos apresentar sinais de fadiga, diante da contínua e insuspeitável manifestação popular de que “o Brasil não tem jeito porque todos os políticos são corruptos”.

O deputado Eduardo Cunha, e sua quadrilha, têm alimentado essa opinião acachapante sobre os políticos brasileiros ao desafiar com seus desmandos os próprios colegas deputados, a opinião pública, o judiciário e demais instituições democráticas públicas e particulares que buscam tornar nosso país uma nação civilizada e próspera. Seu exemplo estimula o cinismo e o atrevimento de políticos em todas as esferas do legislativo a praticar atos de corrupção e, posteriormente, utilizar-se de meios legais e ilegais visando a encobri-los ou, pelo menos, para evitar ou retardar sua condenação. O conjunto de leis e regulamentos, normalmente aplicados de forma permissiva na prática, revela sua ineficácia em afastar do Congresso Nacional deputados e senadores corruptos com privilégio de julgamento na Suprema Corte.

Felizmente, o Brasil, ao aderir à Convenção das Nações Unidas de Combate à Corrupção, obrigou-se a utilizar leis internas de delação premiada (Art. 37). A lei já existente destinada a crimes hediondos, em que se prevê a delação premiada, foi aplicada a casos de corrupção julgados pelo Juiz Moro de Curitiba. Ele aplicou-a com desassombro e competência para desvendar o sistema de corrupção engendrado no mais elevado nível dos Poderes Executivo e Legislativo Federais, em operação conhecida popularmente como Operação Lava Jato, envolvendo diretores e presidentes de grandes empresas empreiteiras e políticos membros do Congresso e dos mais altos cargos do Poder Executivo. Diante do assustador nível de corrupção revelado pelo Juiz Moro, a Suprema Corte aprovou os procedimentos adotados por ele nas investigações e condenações realizadas, não obstante manifestações contrárias de renomados advogados e juristas. Resta agora a nossos representantes que se mobilizem para atender ao desejo de seus eleitores de que se elimine a corrupção do Congresso Nacional e de nosso meio político.

Duas perguntas fazemos à Va. Exa., Deputado .......

Primeira, o que pode ser feito no Congresso Nacional para evitar a formação de quadrilhas de representantes do povo e empresários que tripudiam sobre os princípios éticos que deveriam nortear suas ações junto ao setor público, seja por alterações necessárias em nossas leis e regulamentos, seja por sua aplicação rigorosa e exemplar aos políticos, executivos e empresas envolvidos em corrupção.

Segunda, se nossos representantes honestos e ciosos de suas responsabilidades conseguirão se organizar e atuar de forma suprapartidária, com ética e eficiência, para eliminar de seu meio aqueles que pensam e agem no sentido de burlar leis e regulamentos em seu benefício próprio visando ampliar seu poder e patrimônio.

O que vimos ao vivo na televisão foi o deputado Eduardo Cunha, em julgamento por falta de ética, interferindo e ditando regras aos membros de sua quadrilha, cuidadosamente instalada na própria Comissão que deveria julgá-lo com isenção e objetividade. E agora, após intervenção do Poder Judiciário que o afastou do cargo de Presidente da Câmara e de sua presença no parlamento, afirmando que voltará a ocupar seu Gabinete. 

Enquanto não for cassado seu mandato, fora ou dentro do parlamento, seguramente o deputado Eduardo Cunha vai continuar perturbando o ambiente político brasileiro como é de seu feitio.  Esperamos, também, que o respeito à ética parlamentar não se limite a ele.                   

Certos de contarmos com sua preciosa atenção a esta nossa carta, aproveitamos a oportunidade para cumprimentá-lo pelo seu trabalho eficiente e honesto que vem realizando como nosso representante na Câmara de Deputados. 
                                             
                                               FIM.