Tuesday, February 14, 2012

Carta da Ombudsman

Caro Eduardo,
passei a sua crítica para conhecimento da Redação.
att
Suzana Singer
Ombudsman - Folha de S.Paulo
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Manifestação:

----- Original Message -----
From: Eduardo Daros
To: leitor@uol.com.br
Cc: ombudsman@uol.com.br
Sent: Sunday, February 05, 2012 4:40 PM
Subject: Painel do Leitor


Desigualdade na Cidade de São Paulo

A Folha poderia perfeitamente ter-nos poupado de "não deixar-nos de não ler" a reportagem (Domingo, 5/6) que busca demonstrar que ¿Não Existe Igualdade em São Paulo¿ por meio de índices espaciais apresentados sob o título bombástico: ¿Estudo Escancara Desigualdade Paulistana¿. O índice sobre empregos é simplesmente hilário: 2.219 vezes (desigual), não ocorrendo, antes de publicá-lo, o bom senso de analisar onde moravam os empregados e tampouco porque os originalmente pobres não foram recrutados para os postos mais bem pagos. Outro índice, refere-se a livro por habitante, com mais de 15 anos, em que se eliminam as crianças arbitrariamente, como se a leitura fosse direito do cidadão somente a partir dessa idade. O importante não é o livro em si, mas a plena capacidade de ler e compreender o que que leu, bem como expressar corretamente por via oral ou escrita idéias e pensamentos. A leitura é um instrumento fundamental no processo de aprendizado que modernamente somente termina com a morte do indivíduo. E por isso, é dever do Estado disponibilizar os conteúdos das bibliotecas e centros de documentação públicos a toda população, garantindo-lhe fácil acesso. Formas modernas de armazenamento e transmissão de textos, imagens e dados, eletronicamente do material fisicamente armazenado em bibliotecas localizadas no centro da cidade permitem que se faça isso. Qualquer habitante da cidade e do mundo que possua e saiba usar meio eletrônico de acesso via internet poderá usar todo o acervo central e outros, como o inestimável acervo particular do já falecido e sábio Midlin que está sendo digitalizado rapidamente. Qual o significado de livros por habitante armazenados nas áreas distritais da cidade para medir desigualdade nesse contexto? Nenhum. Ao invés de índices espaciais, como o de esportes, saúde, cultura e educação infantil, que surpreendente e erroneamente demonstram certa igualdade, o correto seria avaliar os custos e benefícios de investimentos e gastos públicos realizados cujos efeitos contribuem ou não para a redução de desigualdades na Cidade de São Paulo, considerando, além dos municipais, os recursos estaduais e federais. Acrescente-se, não só na instalação dos equipamentos públicos, como em sua operação visando a melhorar as condições físicas, mentais, culturais e de conhecimentos que torne efetivo o objetivo central das políticas públicas, o de assegurar a todo brasileiro igualdade de condições no aproveitamento das oportunidades oferecidas para progredir e se desenvolver em nossa querida Cidade de São Paulo. Isso não desmerece certos índices espaciais que "per se" são fundamentais para avaliação de desigualdades, como por exemplo, o de acesso a serviços de água e esgoto, infelizmente não apresentados na reportagem.

Observação: Como o painel somente publica carta de notórios políticos e instituições ou cartas com sabor de picolé de xuxu, resolvemos enviar nossa carta a Ombudsman pois o artigo com chamada em primeira página envolvia erros gravíssimos.

FIM

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