Friday, February 17, 2012

Concessão não é venda

Falem e escrevam senhores doutores da USP sobre a concessão-privatização dos aeroportos!. Caso contrário, nós pobres leitores, teremos de engolir calado a aula magna da Senadora Marta Suplicy, psicóloga e sexóloga de formação, publicada na Folha (11/2), com o título acima. Foi com muita paciência e exagerado contorcionismo em nossos neurônios cerebrais que lemos seu artigo, assim como os artigos do SIM e do NÃO relativamente à “Privatização” recente de Aeroportos brasileiros, publicados pela Folha. Esse assunto envolve elevadíssimas somas de recursos públicos que saem de contas controladas pelo governo – dinheiro do BNDES e de outros fundos estatais– para financiar o consórcio vencedor – e deste, retornando ao Tesouro Nacional sob a forma de ágio com o rótulo de “dinheiro novo” para gastos e investimentos públicos federais. Ademais, há muito que falar sobre a capacidade e experiência dos vencedores em administrar grandes aeroportos, garantindo o desejado equilíbrio econômico-financeiro, porém sem abuso nos preços e tarifas que direta ou indiretamente serão pagos por nós usuários desses aeroportos.

Nota: Carta do Leitor para a Folha no dia 12/2 e não-Publicada


Concessão e Privatização

Precisa-se, urgente, de profissionais não ligados a disputas político-partidárias e de “cabeças frias” para explicar à população de forma honesta e compreensível que o controle dos serviços públicos e de reservas de riquezas naturais são da competência do Estado. E que, nesses casos, a privatização somente se refere à operação e a bens que possam ser alienados sem prejudicar os serviços públicos e a sustentabilidade ambiental, no caso de concessões para aproveitamento de riquezas da natureza. Somente demagogos ou ignorantes podem imaginar que FHC, Lula ou quem foi ou for Presidente, possa vender rodovias, rios e lagos, aeroportos, por exemplo. Mesmo a exploração das riquezas naturais (petróleo, minério de ferro, aproveitamento de rios, etc. ) são objeto de contratos de concessão com objetivo, prazo e parâmetros definidos. Infelizmente, inverteram-se as posições entre PSDB e PT, e este último está sendo envenenado com o próprio veneno que produziu na era FHC. A grande diferença é que o PT adotou a política de conceder ao setor privado com o objetivo, não explícito, de reestatizar assim que "a INFRAERO aprender a administrar os aeroportos". É o modelo “Dilma”, já adotado na exploração de petróleo por Lula, em que a Petrobrás respira no cangote da empresa privada concessionária.
                                           FIM

Nota: Carta do Leitor enviada à Folha em 14/02 não publicada.

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