Friday, July 16, 2010

Trem de Alta Velocidade

O modelo institucional desenvolvido por Dilma Rousseff para “desestatizar” o sistema de transporte interurbano de passageiros em trens de alta velocidade dissimula a criação de uma nova “empresa estatal de transporte ferroviário de alta velocidade, a ser criada pela União, vinculada ao Ministério dos Transportes”. É o melhor exemplo de falta de transparência e de sua firme disposição de atropelar decisões do Governo Federal em favor da estatização. É também demonstração de abandono dos preceitos básicos de uma política de transporte equilibrada que respeite os fatores econômicos e tecnológicos que determinam a relação entre tarifas e custos reais dos serviços. A integração de diferentes modalidades e serviços que deveria se fazer livremente sem intervenções estatais no mercado passa a depender de ações imprevisíveis, como esta, do poder concedente. É isso que se observa quando Dilma limita, politicamente, a chamada tarifa econômica a um teto que será corrigido pelo IPCA, independente do custo real do serviço. Em outras palavras, a futura “Transbras” de transporte interurbano de passageiros já começa engessada, engolindo determinações políticas que nada têm a ver com o mercado. E pior! Não leva em conta que as atuais tarifas aéreas têm um potencial de redução muito grande, já que o lucro da ponte aérea cobre prejuízos em linhas deficitárias. Esperamos que prevaleça o bom senso e se suspenda o “Leilão de Desestatização”. Em clima eleitoral não existem condições para a necessária avaliação técnica e econômica desse modelo e do projeto Rio-Sao-Campinas em si.

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