Monday, February 08, 2010

Brasil no Conselho de Segurança da ONU

Finalmente, alguém foi franco e direto sobre a escolha já feita dos caças Rafale da França. Em resposta à pergunta de Samy Adghirni (Folha, 8/2) ao Embaixador Francês no Brasil, Yves Saint-Geours, como ele reagira “ao relatório de avaliação técnica da FAB que colocou o Rafale na última colocação entre os concorrentes”, ele disse que se tratava de informações da imprensa e que não se deixou levar por isso, afirmando: “É claro que o assunto foi muito comentado do lado francês, mas nem por isso peguei minha bengala e meu chapéu para ir cobrar explicações (sic) do governo brasileiro”. Mais adiante, em resposta a outra pergunta explicou: “Os críticos dizem que nessa parceria um ganha, enquanto o outro desembolsa. Isso não é verdade... Os dois lados ganham. Além disso, essa parceria tem um custo para a França.” “Que custo?”, perguntou o repórter. A resposta foi direta: “Seria muito mais fácil para nós se disséssemos que apoiamos o ingresso de um país latino-americano como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU sem dizer quem é nosso candidato”, referindo-se, obviamente, ao Brasil. Trocando em miúdos (ou em graúdos), gastaremos dezenas de bilhões de reais a mais na compra de navios, submarino nuclear e caças, sem esquecer a escolha, sem licitação, da empresa empreiteira Odebrecht como parceira, feita por empresa estatal francesa para participar de construções e montagens no Brasil. O objetivo estratégico perseguido por Lula, Garcia e Amorim é a França apoiar, explicitamente, nosso ingresso no Conselho de Segurança da ONU. Enquanto isso, nossas autoridades continuam postergando a decisão final da compra dos caças Rafale, já acertada com a França. Qualquer semelhança com as manobras de nossas novelas é mera coincidência. Recomendo ao Embaixador Saint-Geours que tenha paciência e aguarde o final feliz. Enquanto isso, por mera precaução, deixe sua bengala e chapéu à vista.

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