Sunday, October 14, 2018

Defesa da Democracia

                     EDUCAÇÃO-DEFESA DA DEMOCRACIA

Existe um relativo consenso político que une a sociedade brasileira com seus representantes de que Educação em seu conceito mais abrangente, isto é, não só nos aspectos comportamental, religioso, moral, cívico e cultural, mas também em seus aspectos social, econômico, técnico e científico, constitui a chave de ouro que nos libertará como povo da prisão gerada pela ignorância, pobreza e sofrimento.

Acredito que não é exagero se afirmar que o Brasil como nação está enredado em quase todas as áreas e atividades que nos unem e nos definem como nação por teias invisíveis que tornam extremamente difícil participarmos ativamente do processo civilizatório em que o mundo desenvolvido se encontra. Pior, ainda, encontramo-nos fragilizados pela elevada desigualdade prevalecente nos níveis de educação que dificulta um diálogo honesto e competente entre nós. 

É durante o evento mais importante das sociedades democráticas - as eleições - que essa desigualdade se torna um abismo assustador entre nós brasileiros. Situações inacreditáveis e aterrorizadoras se sucedem no meio de mentiras e verdades, dosadas conforme os interesses dos que disputam o poder em busca de votos. 

Infelizmente, especulações e comentários decorrentes de pesquisas sobre prováveis vitórias e derrotas atormentam continuamente a mente dos eleitores. Ao invés da mídia ajudar a população a escolher seus candidatos, geram um clima típico de jogo de futebol, esquecendo que na eleição temos o poder de escolher livremente nossos representantes que governarão a nação brasileira. Quanto melhor e mais competentes forem eles melhor será para todos nós, pois passadas as eleições todos seremos beneficiados pelas boas escolhas feitas. Apostar (e votar) em palpites somente são admissíveis em hipódromos e estádios de futebol.

Quanto mais baixo o nível de educação e de renda do eleitor, maior é sua certeza de quem será o candidato que o representará e mais propício está ele para assimilar suas mentiras e promessas materiais e sociais inviáveis por falta de conhecimento básico de leitura e de matemática que lhe permitam escapar de candidatos oportunistas. As promessas do demagogo são exatamente voltadas aos carentes que constituem a maioria de nosso eleitorado.  

Do outro lado, o eleitor que tem alguma coisa a perder, porém sem educação, tem certeza que antes mesmo de escolher seu candidato, votará cegamente contra os chamados de esquerda que podem avançar sobre seu patrimônio, esquecendo-se de que seu candidato conservador possa ser incompetente, podendo por a própria democracia e o desenvolvimento de nosso País em risco.  

O destino de uma nação democrática pode se tornar sombrio se seus habitantes vivem numa sociedade desigual. A desigualdade se acentua na distribuição de renda por falta de educação dos estratos mais pobres do país. A igualdade de oportunidades no mercado de trabalho não funciona enquanto a escolas públicas de ensino fundamental e médio não transmitam os conhecimentos necessários para o cidadão sobreviver produtivamente em sociedade. 

O risco que estamos correndo se deve ao fato de que a maioria da classe média brasileira cujos filhos frequentam escolas privadas de elevada qualidade não entenderam que as escolas públicas a que a população mais pobre tem acesso são incapazes de realizar o mesmo com seus filhos. 

O que a classe média brasileira, particularmente a entranhada entre os ricos, não entendeu ainda é o conceito mais simples do que é uma nação. Pelo menos, o de constatar sua realidade prática de gerar uma interdependência real de seus habitantes entre si. 

Nós somos indivíduos porém não somos um ser independente da sociedade. Temos uma identidade, porém somos concebidos, nascemos, crescemos, reproduzimo-nos, vivemos e morremos num processo contínuo de interdependência com a sociedade e o  ambiente natural que nos cercam.  

Enquanto o mundo caminha, ainda que a passos trôpegos, à constituição de uma só nação de terráqueos integrados entre si com busca de harmonia com a vida vegetal e animal em nosso meio ambiente, nós brasileiros teremos de viver ainda muito tempo como nacionais do Brasil com suas leis e todas as más consequências de nossa má distribuição de renda e ausência de educação pública de qualidade para todos no ensino básico e médio. 

Ladrões, bandidos, doentes, pobres, ricos, cultos, ignorantes, e todas as formas de nos qualificarmos e nos identificarmos não devem nos separar de nossa identidade de brasileiro que somos. O caminho de segregação de nossa população em grupos conflitantes destruirá a nação brasileira hoje unida por tantas características comuns que nos enobrecem e nos enriquecem. Devemos lutar contra qualquer tipo de segregação e conviver de forma inteligente com nosso rico ambiente animal e vegetal. E a melhor forma de fazê-lo é por meio de educação ampla e eficiente que torne verdadeira a igualdade de oportunidades para todos em ambiente de liberdade e fraternidade.  

Compete ao nosso Estado Democrático de Direito buscar os meios e instrumentos legais mais adequados e aceitos democraticamente pelos nossos cidadãos representados no governo definir nossos direitos e obrigações. Ao respeitarmos reciprocamente esses direitos e obrigações aplicáveis igualmente a qualquer cidadão brasileiro, devemos tê-los escolhidos e organizados de maneira a compatibilizar os recursos e os dispêndios sem demagogia e populismo. 

É fundamental para nosso aperfeiçoamento e desenvolvimento como nação que a economia brasileira cresça e gere empregos em harmonia com nossa capacitação técnica-profissional a ser assegurada a todos brasileiros, gratuitamente, até o nível médio. E, no nível superior, adotar novos modelos institucionais que reduzam os subsídios públicos que serão reorientados prioritariamente aos ensinos fundamental e médio.

Por outro lado, os critérios hoje adotados de seleção para o ensino de nível superior de quotas deverá gradativamente ser abandonado no prazo de x anos, tendo em vista as oportunidades reais criadas para todos, independentes de cor, raça, credo ou o que seja, pela elevada qualidade a ser atingida pelo ensino fundamental e médio.   

CONDIÇÕES MÍNIMAS DE BOA GOVERNANÇA

Avançar na implantação de medidas favoráveis a tornar a igualdade de oportunidades cada vez mais efetiva; 

Organizar o Estado de forma a que garanta a liberdade de iniciativa e organização de atividades pelo cidadão, desde que respeitadas as regras democraticamente estabelecidas visando a proteção de todos contra abusos e riscos contra sua sobrevivência e saúde; 

Acolher e assistir todos os cidadãos que esporádica ou permanentemente não tenham condições de viver sem ajuda;

Equilibrar econômica e financeiramente as atividades do setor público brasileiro;

Afastar definitivamente as pragas da corrupção, da demagogia, populismo e ideologias que se sobreponham a nossa Constituição; 

Essas são condições mínimas de um Estado Democrático de Direito em que a Lei seja igual para todos sem sobressaltos e conflitos. 

PRECISAMOS DEFINITIVAMENTE DEIXAR DE SONHAR E FRUSTRAR EXPECTATIVAS COM PROMESSAS DE REALIZAÇÕES QUE NÃO ACONTECEM. O PROGRAMA DE MELHORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DEPENDE BASICAMENTE DE PROFESSORES QUALIFICADOS E BEM PAGOS. NÃO ADIANTA INSISTIR EM PROGRAMAS E PROJETOS SEM RECURSOS QUE LHES GARANTAM SUSTENTAÇÃO; 

O ENSINO SUPERIOR GRATUITO EM SETORES DISTANTES DE NECESSIDADES IMEDIATAS DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS É UM AFRONTA AOS DESEMPREGADOS DESQUALIFICADOS PARA OCUPAR VAGAS EM ÁREAS TÉCNICAS DE PRODUÇÃO DE QUE TANTO DEPENDE O PAÍS PARA CRESCER E SE DESENVOLVER E ELE PARA SOBREVIVER; 

VAMOS DEIXAR AS LEIS DE PRATELEIRA QUE NÃO FORAM IMPLANTADAS PELO IMPERADOR. ESPERA-SE QUE APÓS QUASE DOIS SÉCULOS ABANDONEMOS O COSTUME DE APROVAR LEIS SEM INDICAÇÃO DE RECURSOS.  
                                                    FIM

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