Thursday, January 05, 2012

A BATALHA PARA ENVIAR EUROS POR VIAS NORMAIS À MINHA NETA ISABELLE
Capítulo III
Introdução
O mês de Dezembro foi tão absorvente que não me permitiu continuar a descrição relativa à remessa de Euros. Somente hoje, dia 5, consegui algum tempo para resumir a última etapa da luta no Santander e do moroso processo de desbloqueio da conta de minha neta no BB.

A. Luta Final no Santander
Como houve um débito feito em minha conta corrente às 17:40 de sexta-feira, dia 9 de dezembro, imaginei que na segunda-feira, dia 12, minha neta já tivesse o valor correspondente em Euros creditado em sua conta-corrente. Enviei-lhe e-mail e recebi a resposta que ainda não fora feito o crédito. Nervoso, fui até a agência do banco aqui no Brooklin e recebi, novamente, a garantia que seguramente no decorrer do dia o depósito em Euros seria feito. Como não pude acompanhar o processo na manhã de terça-feira, dia 13 de Dezembro, e considerando que minha neta não ligou para sua mãe, tampouco me enviou e-mail, respirei fundo e comemorei o fim da batalha. Durou pouco a sensação de vitória. No início da tarde, minha neta ligou desesperada para dizer que ainda não recebera os recursos e que o proprietário do imóvel cujo aluguel vencera no dia 5 de Dezembro, estava irritado. Liguei imediatamente para o setor de câmbio responsável pela remessa cujo expediente encerra às 14 horas (17 horas em Paris). Diante de minha pressão e irritação de em nada mais acreditar, pois não entendia como fora feito um débito e o dinheiro não aparecera na conta de minha neta, a atendente me enviou cópia para provar que a remessa fora feita. Pouco entendi o que estava escrito no e-mail, cheio de códigos e termos internacionais relativos à operação. Contudo, estava bem claro para qualquer leigo sobre o assunto entender que a autorização para o crédito em Euros feita pelo Santander não fora na sexta-feira, dia 9, mas na segunda-feira dia 12. Pouco depois das 16 horas de terça minha neta confirmou o recebimento de euros depositados em sua conta corrente. Encerra-se assim, melancolicamente, a luta no Santander.

B. Luta no Banco do Brasil
Tendo recebido recursos suficientes para o mês de Dezembro, tinha-se muito tempo para atender a solicitação da Procuração da Agência para se fazer a mudança de senha que impedia a transferência de recursos pela Isabelle para gerar os Euros em seu Visa Travel. Quem não conhece essa modalidade, basta lembrar o exemplo dos celulares pré-pagos. Carrega-se crédito nele e consome-se em chamadas até zerá-lo. O Visa Travel é carregado com crédito na moeda escolhida e pode ser usado para pagamento ou para retirada de dinheiro em espécie. A novela da procuração, porém, estendeu-se além do esperado pelas armadilhas naturais do processo. Assim que foi entregue a transcrição dos termos da procuração feita no Registro em Livro da Embaixada, Isabelle a enviou a sua mãe que teria poderes para substituí-la na mudança da tal senha bloqueada que impede a movimentação do montante congelado em sua conta. O texto foi recebido na véspera do Natal para gáudio e felicidade de todos. Na segunda-feira, Rose compareceu com a procuração e de lá voltou totalmente abatida: a procuração seria enviada à Brasília e somente depois de validada pelo Ministério de Relações Exteriores ela teria efeito legal e lhe permitiria proceder a escolha de nova senha e validá-la aqui no Brasil para uso de minha neta no exterior. Isso somente aconteceria lá pelo dia 10 de janeiro de 2012, ou mais tarde. Como o aluguel vence no dia 5 de cada mês não haveria como usar o recurso congelado para essa e outras despesas no último mês de permanência de Isa no exterior. A única solução que restaria seria utilizar novamente o sistema Santander que depois de tantas armadilhas funcionou bem para outra remessa feita pouco antes do natal. A razão disso é que "eu estava ali devidamente cadastrado segundo as exigências do Banco Central", informou-me a funcionária. Contudo, para evitar despesa de quase duzentos reais no Santander", minha filha voltou à Agência do BB para examinar se não se podia abrir uma exceção ou, pelo menos, uma expedição mais rápida do documento do Ministério de Relações Exteriores. "Impossível!"... Minha filha voltou novamente derrotada e desanimada. Antes de utilizar o sistema Sandander voltei à Agência com o objetivo de falar com a Gerente Geral. A recepcionista, com dois dias de experiência nem sabia que podia existir esse personagem. Fiquei um tempão esperando quando, finalmente, a recepcionista me informou que viria um funcionário para me conduzir à presença da Gerente da Agência. Mais demora e nada do meu condutor aparecer. Finalmente, ele veio e depois de se dirigir a mim no melhor estilo de "funcionário da antiga corte do século 19, quando o BB foi criado", perguntou-me o que desejava. Expliquei-lhe do que se tratava. Em seguida, dirigiu-se à recepcionista e disse-lhe que eu estava no lugar errado, pois aquele espaço era só para clientes com "Estilo". Rapidamente compreendi que Estilo se referia à classe mais alta de correntistas entre os quais a minha neta não estava enquadrada. Repondi-lhe que não pertencia ao Estilo do Banco mas que apesar de tudo pensava ser uma pessoa com estilo. Finalmente, deparei-me com uma pessoa afável em adiantado processo de gestação que falava como se estivesse em sua sala de visita residencial. Todo estilo de dona de casa e mãe. Contou-me que estava esperando o segundo filho. Não era gerente geral mas iria me ajudar. Depois de conseguir acessar a conta de minha neta na tela e ler como uma iniciante os fatos nela registrados afirmou com voz surpresa: "Como sua neta não tem senha, se ela fez duas retiradas da conta recentemente." Perguntei-lhe como isso seria possível, se ela está em Paris e os débitos registrados na tela eram em reais. Observei atentamente a tela e estranhei que cada retirada estava associada a uma tarifa de R$ 12,00. Como a "falsa gerente geral" que me recebeu não entendia o que estava acontecendo, liguei para minha neta que candidamente esclareceu: "Retirei Euros duas vezes com meu Visa Eléctron" Perguntei-lhe então por que não retirava seu saldo todo? Ela me respondeu bem ao nosso estilo familiar: porque minha amiga disse que o limite é baixo. A partir daí percorri uma verdadeira via sacra para extirpar a fórceps a solução que "penso" funcionar para minha neta que tem conta em Banco francês e não está viajando continuamente de país para país. Usar o limite de seu OUROCARD INTERNACIONAL Visa Eletron que consegui saber que é de R$ 2.400,00 por dia, ou seja, aproximadamente 900Euros a um custo de R$ 12,00 mais IOF. Duas operações limpariam o saldo. E ninguém pensou nisso desde o começo. Penitencio-me por não conhecer esse procedimento e não ter sido alertado pelos funcionários dos dois bancos. Porém, acredito que somente quem viaja continuamente o conhece. O que mais me surpreende é que tive que juntar informações e dados de vários locais e pessoas para chegar a conclusão que deve funcionar. A não ser que.....Não, espero que não! Vou rezar antes de me deitar. Pois tenho uma nova batalha para amanhã. Trata-se de produto químico mal embalado..

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