Wednesday, March 03, 2010

Mercado Interno e Exportações

Em recente discurso feito em Sorocaba, a candidata Dilma procurou minimizar a importância das exportações face à pujança do mercado interno brasileiro, fator preponderante, sem dúvida, na incorporação do Brasil no chamado BRIC, bloco econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, em contraposição à defesa da indústria brasileira, feita por Serra, face à queda das exportações de manufaturados, Na realidade não existem mais no mundo globalizado mercados interno e externo separados, salvo na China e em países que não integram a OMC. Tarifas alfandegárias fora de padrões, subsídios às exportações, assim como práticas de “dumping” ou de barreiras não-alfandegárias podem ser denunciados e punidos. É bom saber, portanto, que nosso grande mercado interno, dependendo da taxa de câmbio, pode ser devorado pelos famintos chineses, por exemplo, que arbitram politicamente sua taxa de câmbio, apesar do governo Lula ter reconhecido a economia chinesa, como de mercado. Por outro lado, é nosso grande mercado que garante economias de escala à indústria brasileira para competir no exterior. O problema reside em que as demandas dos setores público e privado tendem a crescer acima da oferta possível, colocando em risco a estabilidade de preços. Infelizmente, o setor público brasileiro não reduz sua demanda e insiste em sua política de gastança e de endividamento, forçando o setor privado a reduzir sua demanda por meio de elevação da taxa de juros. Juros altos atraem moeda estrangeira, valorizam o real, reduzem as exportações e estimulam as importações. Resultado desse imbróglio: preços internos estáveis ao custo da indústria estrangeira tomar de assalto nosso mercado interno e destruir a capacidade de nossa indústria competir no país e no exterior. Recado aos dois candidatos à presidência: um bom projeto é reduzir o chamado Custo Brasil, começando pela modernização e enxugamento do setor público. Um choque de gestão que torne nosso Estado Forte. Capaz de regular e fiscalizar empresas privadas e, se necessário, induzir seus investimentos em certos setores, como afirmou o Presidente Lula, em recente entrevista (Estadão, 19/02) ao ser perguntado sobre o papel do Estado na economia, não obstante o dia-a-dia provar que isso não acontece na prática. Estado sem gorduras, eficiente e capaz de promover o Desenvolvimento Tecnológico e Social e melhorar substancialmente os setores de Educação, Saúde, Saneamento, Segurança, Infra-Estrutura e, acima de tudo, capaz de se regenerar, tornando a prática de corrupção uma execrável exceção, rapidamente punida. Resultado: os juros caem, a taxa de câmbio se acomoda em níveis compatíveis com o equilíbrio entre exportações e importações, e nossa indústria pode competir no país e no exterior em condições de igualdade, estimulando o crescimento e o emprego sustentáveis.

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