Friday, August 28, 2009

Lógica Sarneysiana

"Quem pediu para apressar foi o juiz, que pediu 60 dias para que terminassem o inquérito”, afirmou Sarney, concluindo: “Então, a ministra pediu uma coisa que a Justiça já tinha pedido. Por isso, acho (sic) que essa reunião não existiu" (Folha, 28/08/09). De acordo com essa respeitável lógica, considerando que Lina jura de pés juntos que esteve em reunião com Dilma e o Palácio do Planalto jura de mãos juntas que ela não esteve, somente resta examinar a hipótese dela ter tido um surto alucinatório e transformado mentalmente o despacho do juiz em reunião com a Chefe da Casa Civil. O que Sarney não sabe é que essa revelação sua joga lenha na fogueira: a reunião, se houve, não teria sido somente para agilizar o que o Juiz, ainda não identificado publicamente, já fizera. Apressar o já apressado com prazo curto de solução determinado por decisão judicial não faz sentido para justificar reunião "quase secreta". Sarney tem razão. E se tivesse sido para pedir ou ordenar algo escuso?. Nessa hipótese, Lina deveria ter revelado naquela época o que acontecera; hoje, ela pode ser denunciada por omissão, tendo compactuado com Dilma Rousseff em seu assédio, ainda que não tenha atendido o pedido dela. Cabe ao Ministério Público descobrir se houve ou não a reunião, já que o governo federal continua alimnetando dúvidas e mais dúvidas ao invés de processar Lina por mentira.E se houve - o que parece verdade - o que realmente ocorreu nela. Se Dilma for enquadrada, não há como não punir Lina, também. Com a revelação de Sarney o "agilizar" perdeu sua força. Haja paciência, brava gente brasileira !

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