Saturday, May 02, 2009

PANDEMÍDIA

"Os telespectadores e ouvintes de rádio apreciam ser informados sobre violências e catástrofes. E essa mídia falada - e a TV com imagens também - esmera-se em assustar a população. Lembro-me de um jornal, muito popular no Rio, de onde se dizia escorrer sangue de suas páginas. Felizmente, os grandes jornais impressos continuam a ser a fonte mais equilibrada de informações. No Brasil, se forem somadas as mortes em acidentes de trânsito com os assassinatos, chega-se a um índice bárbaro de 10 mortes por hora (85.000/8.760). A tal gripe que começou no México, chamada inicialmente de suína, e agora carimbada tecnicamente de H1N1, tem mantido o rádio e a TV histericamente ocupados com ela apesar de ainda não ter matado ninguém e sequer ter chegado ao País. Não obstante, a audiência cresce, dá IBOPE e torna a população brasileira alienada de seus problemas e dos riscos reais de morrer prematuramente ou de vir a contrair doenças graves."

Nota: Este texto foi enviado ontem ao Painel do Leitor da Folha de SP. Seguramente não será publicado e se juntará às dezenas que enviei para esse painel.A partir de hoje vou incorporá-los neste BLOG.

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