Sunday, April 10, 2011

ANIMAL ASSASSINO

Wellington Menezes de Oliveira tinha nome, endereço, família, sofria de esquizofrenia e freqüentou a Escola Pública de Realengo quando criança e adolescente. Era um brasileiro, como todos nós, nascido na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, portanto, um cidadão carioca, também. Em ato de violência, que somente um psicopata poderia praticar, matou 11 “colegas inimigos seus”, selecionando 10 meninas e 1 menino,feriu, também, mais de uma dezena, e poupou um “gordinho”, que sua mente insana e alucinada conseguiu transformá-lo em colega sofredor de chacotas e agressões discriminatórias, como ele sofreu naquele exato lugar. Calculadamente, suicidou-se para não ser morto e sofrer linchamento antes ou depois na prisão. Afinal, o próprio Governador do Estado, onde ele nasceu, chamou-o de animal, em ato irrefletido de repúdio. Infelizmente, no Brasil, ainda costumamos oscilar entre dois extremos que mistificam os ambientes humanos em que homens e mulheres vivem: o indivíduo, da fantasia de Robinson Crusoé, ou a sociedade, sem cara. Nem ele, Wellington, foi um animal, tampouco a sociedade brasileira, ou a carioca, é um zoológico que o gerou em seu seio. É a partir do entendimento correto desses extremos, sobrecarregados de ideologias escapistas, que poderemos evitar novas violências que acometem todas as aglomerações humanas modernas, exageradamente anônimas e individualistas e excessivamente concentradas espacialmente. E sistemas de educação, especialmente o brasileiro, tão ou mais escapistas que o animal gerado na mente de Sérgio Cabral.

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